ESTUDO DO
ROMANCE(REVISÕES)
NARRATIVO
Etimologicamente, o vocábulo narrar tem origem latina: “narrare
significa contar, dizer, (...) falar de”. Este tipo de texto surge em verso ou
em prosa.
O texto narrativo conta uma “história”, original e/ou vivida por
personagens (individuais ou coletivas); pressupõe o relato de acontecimentos
reais ou fictícios que se sucedem no tempo. Os eventos e as personagens
situam-se num determinado espaço.
Os seus elementos estruturadores
são designados por categorias da narrativa.
1. Ação
A ação é constituída pela sequência de eventos motivados ou
sofridos pelas personagens.
Fechada — o leitor tem conhecimento do destino final das
personagens; a história tem princípio, meio e fim.
Aberta — o destino definitivo das personagens é omitido, tal como o
final da acção; a história não tem um princípio, um meio e um fim bem
definidos; os episódios não fazem parte de uma ação única; o leitor é convidado
a fazer uma reflexão sobre o que leu.
Fechada/Aberta — em determinados textos, encontramos referência ao
destino definitivo das personagens, sem que, contudo, a reflexão deixe de ser
motivada pelo relato dos acontecimentos, que pode não “fechar” completamente a
ação em relação a determinados aspetos.
As sequências narrativas
podem ser organizadas por: encadeamento, encaixe ou alternância (já foi
revisto; consultar)
2. Espaço
2.1. Espaço físico — trata-se do espaço onde as personagens se
movimentam e onde ocorrem os acontecimentos:
Ø geográfico
Ø interior
Ø exterior
2.2. Espaço social — é um espaço construído através de ambientes
vividos pelas personagens; liga-se às características da sociedade em que as
personagens se inserem.
2.3. Espaço psicológico — este espaço é construído pelo conjunto de
elementos que traduzem a interioridade das personagens (como, por exemplo, o
sonho, a memória, as emoções, as reflexões...).
3. Tempo
3.1. Tempo da história — é o tempo em que decorre a ação.
3.2. Tempo histórico — refere-se à época em que os acontecimentos
têm lugar.
3.3. Tempo do discurso — trata-se da forma como o narrador relata
os acontecimentos — pode voltar atrás no tempo (analepses), adiantar
determinado episódio (prolepse), omitir o que se passou em determinado período
temporal (elipse), contar sumariamente o que aconteceu num certo período de
tempo (resumo).
3.4. Tempo psicológico — é o tempo vivido pelas personagens de
forma subjetiva, interior; relaciona-se com o modo como as personagens sentem a
passagem do tempo.
4. Narrador (tipos de)
Narrador heterodiegético — é uma entidade exterior à história; tem
uma função meramente narrativa; relata os acontecimentos.
Narrador homodiegético — é uma personagem da história que revela as
suas próprias “vivências” (não se trata do protagonista da história).
Narrador autodiegético — o narrador participa na história como
protagonista, revelando as suas próprias “vivências”.
4.1. Focalização da narrativa
A focalização (pensa no ato de “focar” com uma câmara de vídeo, por
exemplo) é o ponto de vista do narrador em relação aos acontecimentos narrados.
Focalização omnisciente— o narrador detém um conhecimento total dos
acontecimentos.
Focalização interna — surge quando é instaurado o ponto de vista de
uma das personagens que vive a história.
Focalização externa — acontece quando o narrador revela as
características exteriores das personagens ou apresenta um espaço físico onde
decorre a acção.
A focalização pode ainda ser considerada:
Heterodiegética — a ação é contada por um narrador exterior à
história.
Homodiegética — uma das personagens da obra toma o papel de
narrador.
Nota: O vocábulo diegese que se encontra presente nas palavras
homodiegético(a), heterodiegético(a) e autodiegético(a) tem origem grega e
significa história.
5. Personagem
Individuais ou Coletivas
Papel/relevo - Principal, secundária ou figurante
Conceção
Personagens desenhadas ou planas — estas são definidas por um
elemento característico que as acompanha durante todo o texto; tendem para a
caricatura ou para a representação de um grupo social (personagem-tipo).
Personagens modeladas ou redondas — trata-se de personagens
complexas, que apresentam uma multiplicidade de traços caracterizadores; as
suas atitudes perante os acontecimentos podem surpreender o leitor;
aproximam-se do ser humano pela sua complexidade.
Caraterização
Física (aspetos físicos da personagem; o seu exterior).
Psicológica (aspetos da personalidade; o seu caráter, maneira de
ser).
Social (aspetos como profissão, nível social, ambiente social em
que se move...).
Processo de caracterização
Direta (quando são mencionadas explicitamente no texto as
características das personagens)
Indireta (quando o leitor tem de concluir as características da
personagem através das suas falas, atitudes e ações, ou seja, através do que
está implícito no texto).
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