Faz frio. Mas, depois duns dias de aguaceiros,
Vibra uma imensa claridade crua.
De cócoras, em linha os calceteiros,
Com lentidão, terrosos e grosseiros,
Calçam de lado a lado a longa rua,
Como as elevações secaram do relento,
E o descoberto Sol abafa e cria!
A frialdade exige o movimento;
E as poças de água, como um chão vidrento,
Refletem a molhada casaria.
Em pé e perna, dando aos rins que a marcha agita,
Disseminadas, gritam as peixeiras;
Luzem, aquecem na manhã bonita,
Uns barracões de gente pobrezita
E uns quintalórios velhos com parreiras.
Não se ouvem aves; nem o choro duma nora!
Tomam por outra parte os viandantes;
E o ferro e a pedra - que união sonora! -
Retinem alto pelo espaço fora,
Com choques rijos, ásperos, cantantes.
Bom tempo. Os rapagões, morosos, duros, baços,
Cuja coluna nunca se endireita,
Partem penedos; cruzam-se estilhaços.
Pesam enormemente os grossos maços,
Com que outros batem a calçada feita.
A sua barba agreste! A lã dos seus barretes!
Que espessos forros! Numa das regueiras
Acamam-se as japonas, os coletes;
E eles descalçam com os picaretes,
Que ferem lume sobre pederneiras.
E nesse rude mês, que não consente as flores,
Fundeiam, como a esquadra em fria paz,
As árvores despidas. Sóbrias cores!
Mastros, enxárcias, vergas! Valadores
Atiram terra com as largas pás.
Eu julgo-me no Norte, ao frio - o grande agente! -
Carros de mão, que chiam carregados,
Conduzem saibro, vagarosamente;
Vê-se a cidade, mercantil, contente:
Madeiras, águas, multidões, telhados!
Negrejam os quintais, enxuga a alvenaria:
Em arco, sem as nuvens flutuantes,
O céu renova a tinta corredia;
E os charcos brilham tanto, que eu diria
Ter ante mim lagoas de brilhantes!
E engelhem, muito embora, os fracos, os tolhidos,
Eu tudo encontro alegremente exato.
Lavo, refresco, limpo os meus sentidos.
E tangem-me, excitados, sacudidos,
O tato, a vista, o ouvido, o gosto, o olfato!
Pede-me o corpo inteiro esforços na friagem
De tão lavada e igual temperatura!
Os ares, o caminho, a luz reagem;
Cheira-me o fogo, a sílex, a ferragem;
Sabe-me a campo, a lenha, a agricultura.
Mal encarado e negro, um para enquanto eu passo,
Dois assobiam, altas as marretas
Possantes, grossas, temperadas de aço;
E um gordo, o mestre, com um ar ralaço
E manso, tira o nível das valetas.
Homens de carga! Assim a bestas vão curvadas!
Que vida tão custosa! Que diabo!
E os cavadores pousam as enxadas,
E cospem nas calosas mão gretadas,
Para que não lhes escorregue o cabo.
Povo! No pano cru rasgado das camisas
Uma bandeira penso que transluz!
Com ela sofres, bebes, agonizas;
Listrões de vinho lançam-lhe divisas,
E os suspensórios traçam-lhe uma cruz!
De escuro, bruscamente, ao cimo da barroca,
Surge um perfil direito que se aguça;
E ar matinal de quem saiu da toca,
Uma figura fina, desemboca,
Toda abafada num casaco à russa.
Donde ela vem! A atriz que tanto cumprimento
E a quem, à noite na plateia, atraio
Os olhos lisos como polimento!
Com seu rostinho estreito, friorento,
Caminha agora para o seu ensaio.
E aos outros eu admiro os dorsos, os costados
Como lajões. Os bons trabalhadores!
Os filhos das lezírias, dos montados;
Os das planícies, altos aprumados;
Os das montanhas, baixos, trepadores!
Mas fina de feições , o queixo hostil, distinto,
Furtiva a tiritar em suas peles,
Espanta-me a atrizita que hoje pinto,
Neste dezembro enérgico, sucinto,
E nestes sítios suburbanos, reles!
Como animais comuns, que uma picada esquente,
Eles, bovinos, másculos, ossudos,
Encaram-na sanguínea, brutamente:
E ela vacila, hesita, impaciente
Sobre as botinhas de tacões agudos.
Porém, desempenhando o seu papel na peça,
Sem que inda o público a passagem abra,
O demonico arrisca-se, atravessa
Covas, entulhos, lamaçais, depressa,
Com seus pezinhos rápidos, de cabra!
Cesário Verde
34 comentários:
Daquilo que observo, o problema que me suscita mais preocupações é a fragilidade nomeadamente emocional da nossa sociedade, e os problemas adjacentes a esta super sensibilidade.
Esta fragilidade traduz-se em outros dois grandes problemas: a facilidade com que se é manipulado e a má transmissão da crítica/opinião.
Em relação à facilidade de se ser manipulado, isto sucede -se dado que o espírito crítico é uma grande lacuna atualmente. Tudo o que se diz é verdade, os factos são escolhidos com base na pessoa que os profere. Este caso é particularmente gritante nos EUA, por exemplo, em que há cada vez mais pessoas a acreditar na teoria da Terra plana, ainda há estados que não ensinam a teoria da evolução, apenas o criacionismo...etc...
Em relação ao problema da transmissão da crítica, este advém da diluição da diferença entre desacordo e ataque pessoal. Cada vez mais são medidas opiniões a medo de ofender um terceiro e daí surgiu aquilo a que se deu o nome de "woke culture", em que se aplica literalmente censura sobre pessoas que acreditam, por exemplo, que há apenas dois géneros, um crença em nada descabida e bastante intuitiva, mas que não pode ser exposta em plataformas digitais, porque ofende.
Esta ignorância pelo rigor e verificação do que é verdade, aliada a este tipo de censura contribuem para a construção de premissas não verdadeiras nas quais ou somos obrigados a acreditar para não ofender, ou simplesmente acreditamos porque alguém o disse, não havendo qualquer tipo de escrutínio sobre a verdade.
Só vejo esta aliança a culminar de uma única forma, atraso psicológico e social.
11°B
J.N
Há muitas coisas que me preocupam e todas elas estam de alguma maneira a rodear-me, porque a final como irei preocupar-me com algo que me é desconhecido?
Sim, a sociedade e os seus problemas mudaram muito ao longo dos anos mas continuamos com vários problemas.
Desde a noticias que oiço e vejo, a ações ou comentários que me chegam, ou até mesmo coisas diretamente conectados comigo, como família e amigos. Todas essas coisas de preocupam, mas se me preocupar ao ponto de não conseguir apreciar as coisas boas ao meu redor sinto que iria eloquecer, iria parar de apreciar a vida e isso eu não quero. Quero continuar a conseguir olhar para o por-do-sol e ver o quão bonito o mundo é.
Quero ter aquele sentimento de querer ver tal paisagem para sempre, de capturar tal beleza numa foto, de querer ver tal acontecimento em mil e outros locais. E depois de todo isso de sentar-me na relva da serra e esperar pelo céu estrelado que não consigo ver na cidade. Mas mesmo com toda essa beleza que me deixa maravilhada não deixo de me preocupam que com todos os problemas que conheço que um dia não terei tal prazer.
S.C 11°B
Cesário Verde é um homem preocupado
pois o que o rodeia é atribulado.
O mundo lá fora quem não conhece,
é um tormento que ninguém merece.
A indiferença com que o tratamos
é a falta de importância que lhe damos.
A mudança gera alegria,
e nós com a nossa sabedoria
não a fazemos mudar
parece que o mundo nao queremos ajudar.
Acho que damos muita importância
àquilo que não interessa,
estamos a ir demasiado depressa
para um mundo cheio de ignorância.
A tecnologia avançou,
mas a fome continuou
para quê sermos desenvolvidos
se nem todos somos sucessidos.
A dor de uns a felicidade de outros,
acaba-se tudo num sopro.
Num mundo que vivemos
não há mais nada que esperemos.
Com isto acabo, tudo foi falado
a única coisa que quero, é o nosso cuidado
para fazer a mudança,
temos de ter esperança!
Margarida Ribeiro, 11°B
"O que queres ser quando fores grande?" é uma questão que todos ouviram diversas vezes no decurso da sua vida. Uma pergunta a que todos tiveram que responder desde que têm a capacidade de o fazer.
Ao entrar numa escola primária, deparamo-nos com a curiosidade no seu estado mais puro. A ânsia pelo saber, pelo conhecer é palpável: "Porquê que o céu é azul? ", "Como funciona uma maré? ", "Como funciona um carro?". Ao longo do seu crescimento essa mesma curiosidade vai esmorecendo. Os pequenos astronautas, médicos, cientistas, presidentes e pilotos de avião tornam-se "Não sei" 's e "Não tenho média para isso" 's. Formou-se, então, toda uma geração de jovens sem propósito, sem objetivos, que frequenta a escola não por querer aprender mas sim porque tem que a frequentar. Uma geração que escolhe um curso que não lhe traz felicidade, que não o apaixona, apesar de nenhum outro provocar essa mesma sensação.
(continua)
Carlota 11B
Viver sem objetivos é como fazer uma corrida para lado nenhum e, neste momento, quase toda uma geração busca uma meta que não existe, que não criou. Assim, irão encontrar um emprego medíocre, que os deixa insatisfeitos. Viverão uma vida monótona, marcada pela desilusão e arrependimento.
Contudo, existirão sempre exceções. Aqueles que desejam mudar o mundo, deixar algo de seu, fazer a diferença. Nunca deixarão de existir apaixonados pelo seu trabalho, pela vida que escolheram. Esses são od astronautas, médicos, presidentes engenheiros, cientistas e pilotos de avião de hoje. Esses são os mesmos que, desde pequenos, mantiveram a curiosidade. Aqueles que, ao descobrir o porquê do céu ser azul, se questionaram acerca do que estava para além dele. Existiram sempre aqueles que nunca se contentaram vom a mediocridade
Carlota 11B
Concordo plenamente com Cesário Verde quando exprime: " A mim, o que me rodeia é o que me preocupa", pois, de certa maneira, todas as minhas preocupações têm origem no que está à minha volta, não só no meu país como em todo o mundo. Dessas questões preocupantes que nele existem, destaco: a lentidão da justiça e a falta de meios para combater a corrupção existente no nosso sistema político; a desvalorização da carreira docente e médica entre outras; os hospitais e centros de saúde sem capacidade para atender utentes por falta de médicos (sendo que mais de um milhão nem tem médico de família) e, por fim, a guerra atualmente existente na Europa (que provocou vários danos não só na Ucrânia mas também a nível europeu como a brutal inflação dos preços, o elevado número de refugiados e falta de estruturas básicas para os acolher).
Todos estes meus anseios acarretam consequências negativas na sociedade como a fome, a morte prematura, um maior número de doenças por falta de monitorização, uma má gestão do país entre outras...
Ainda assim, tenho a esperança que estas minhas inquietações sejam resolvidas o mais depressa possível.
Sei que a minha geração vive tempos de incerteza mas, no entanto, tenho o olhar voltado para o futuro.
Mariana Botelho - 11ºB
Olá Cesário depois de ler as tuas obras e de perceber o que te preocupa realmente, refleti acerca das minhas prioridades.
De à um tempo para cá, antes de ler os teus textos, pensei que a poesia servia apenas para demonstrar o amor que se tem por alguém e os nossos desgostos,mas tu fizeste-me mudar de ideia,pois agora percebo que a poesia é muito mais do que amor e amizades.
Agora percebo o que disseste ao teu irmão, entendo que o que nos rodeia é digno de ser falado, sendo isto bom ou mau.
Esta minha geração está rodeada de tecnologia, hoje em dia é quase impossível alguém não ter um telemóvel o que me preocupa muito, pois sinto que cada vez menos pessoas conseguem dialogar e se divertir sem utilizar os seus gadjets.
Muita coisa mudou desde que te foste embora e eu amaria ler um poema teu acerca da atualidade, acredito que irias ter muito que falar, criticar é até mesmo experiênciar.
Adeus e até mais
Simão Santos 11D
E a ti? O que te preocupa?
A mim, e acredito que à maioria dos jovens, o que nos preocupa é o futuro, é o facto de não sabermos o que queremos ser e sobretudo, se quando o soubermos se o conseguiremos ser.
As pessoas à nossa volta sempre dizem para seguirmos os nossos sonhos, mas temos sempre de ter um fundo de aprovação em relação a eles, por exemplo se dizemos que queremos viver da música recebemos críticas como: “mas isso não dá futuro” ou “tens mesmo de ter talento para seguir isso”, portanto pergunto-me, onde é que fica a motivação?
Preocupa-me isto tudo e o facto de desde cedo já sermos pressionados em relação ao que queremos exercer no futuro, preocupa-me sermos tão jovens e já termos de decidir o resto da nossa vida, sendo que ainda nem sequer vivemos metade dela.
Portanto, existem jovens que ainda não fazem ideia do que querem exercer, mas que querem ser felizes, mas onde é que fica a felicidade se o que nos rodeia constantemente é a pressão?
Júlia Santo 11ºD
O que me rodeia, preocupa-me!
Já dizia Cesário Verde ,”A mim o que rodeia é o que me preocupa”. E tinha razão para se sentir neste estado, pois vivia numa sociedade feita de desigualdades, de injustiças, o que lhe provocou uma vontade de se alhear do mundo que o rodeava.
Na verdade, está sua citação pode ser considerada intemporal, pois todo o ser humano vive preocupado com realidades que os perturbam e o fazem refletir sobre o porquê de ser assim e como resolver. No mundo que me rodeia, vivo preocupado com a questão da poluição ambiental, problema que tem vindo a piorar e que se não houver ação que reduza e elimine este fenómeno, o que será do nosso futuro e as gerações seguintes? Não sei! Mas preocupa-me, seriamente. Há que agir, não falar somente. E se todos contribuímos um pouco, talvez o rumo seja diferente.
Outra realidade que me perturba e me faz sentir como se não pertencesse a esta sociedade são as injustiças num sentido global. Vejo aquele que não conseguiu alcançar o que desejava porque não lhe foi permitido, há quem lute pelos seus sonhos e não os consiga alcançar devido à sociedade em que vive, há os que dia incriminados injustamente e sem fundamento, mas também há quem seria sempre impune e não sofra com a consequência dos seus atos. No fundo, a justiça nem sempre é feita, o que me causa, e já dizia Cesário Verde, “ um desejo absurdo de sofrer”.
Concluindo, nem tudo o que me rodeia me faz feliz, pois há realidades que me preocupam e, se não houver ação, tudo ficará na mesma, estagnado e viverei num mundo sem rumo, sem futuro e feito de injustiças.
Tiago Silva 11ºD
Preocupa-me não conseguir seguir o que mais gosto por possibilidade de instabilidade financeira futura. Acabo por não ter objetivos específicos e autênticos por, inconscientemente, deixar de parte esse grande objetivo inicial. Preocupa-me o ter necessidade de seguir e fazer algo que não vai cem porcento de encontro com o que tenho como objetivo de vida. Preocupa-me a possibilidade de não me sentir realizada no futuro. E sinto uma certa generalidade nesta preocupação , preocupa-me haver uma generalidade de preocupações para com o futuro. Para com o que ser ou o que fazer no futuro. Para com a necessidade, que é a de várias pessoas, de fazer algo não tão autêntico por medo de instabilidade. Preocupa-me este medo geral. Este medo de falhar sem sequer tentar com medo de começar tudo de novo.
AC, 11°D
Querido Cesário,
Agora vivemos num tempo moderno, houve uma grande evolução tecnológica, onde quer que vamos e o que quer que façamos estamos rodeados por tecnologia, ela já faz parte do nosso dia-a-dia, da nossa rotina. A verdade é que as tecnologias realmente têm trazido muitas coisas positivas para o nosso quotidiano, desde a facilidade de fotografar, de comunicar, de pesquisar. No entanto, preocupa-me o facto de nós termos chegado a este ponto, em que estamos praticamente dependentes da tecnologia para fazermos o que quer que seja.
Tudo pode ser bom, mas sempre com conta e medida. Penso que da maneira como o nosso mundo está a evoluir vamos acabar por perder a capacidade de desconectar, de continuar a manter relacionamentos pessoais significativos, de apreciar o pôr-do-sol, o cheiro do mar… Será que no futuro o ser humano vai deixar de apreciar a beleza do mundo em que vive e da sua natureza, e vai viver isolado junto com os seus dispositivos digitais?
São realmente tempos que me preocupam, para onde estará a nossa sociedade a evoluir?
Voltarei a dar notícias num futuro próximo
CB 11°D
“A mim, o que rodeia é o que me preocupa.”
E a ti? O que te rodeia? O que te preocupa?
Querido Cesário Verde, após ler a tua carta, interroguei-me sobre o mundo que me rodeia e as minhas preocupações.
Somos rodeados por um mundo de duas caras. De um lado exibe a sua cara perfeita, sincera e utópica, enquanto do outro, mais oculto (ou nem tanto), mostra a sua pressão, falsidade e interesse.
Somos constantemente pressionados sobre o quanto precisamos de nos esforçar para alcançar o que almejamos, mas... o que realmente desejamos? Felicidade? O tempo não para e o questionamento com ele corre.
Somos máquinas que medem esforços para satisfazer expectativas, as nossas ou as de outrem: estudar e obter boas notas, entrar em uma universidade, conseguir um emprego, um relacionamento... Tudo isso, para o resto da vida ter a mesma rotina. Somos fantoches com o propósito de contentar e cumprir projetos de seres com mais poder, riqueza e estatuto.
Preocupa-me não encontrar um motivo que me conceda a vontade e motivação para acordar e viver mais um dia. Liberdade e felicidade? São uma piada. Somos controlados desde pequenos para seguir uma trilha viciada. Esta não é questionada, não é discutida, está apenas definida.
Mas o que somos? Somos tudo e somos nada.
S.M 11ºD
Querido Cesário Verde,
Foi através da escrita que divulgaste a tua visão do mundo e as tuas preocupações, por isso, nesta carta, vou te escrever aquilo que me preocupa a mim.
Em Portugal, os campos estão secos, a temperatura está muito elevada, as pessoas estão exaustas, … e ainda no florescer do ano estamos.
A sociedade preocupa-se mais com o parecer do que com o ser, apesar de todos, bem lá no fundo, termos o conhecimento de que já somos invadidos por demasiadas preocupações e ocupações para nos focarmos naquilo que o vizinho cozinha e veste.
Os jovens são pressionados a ter um futuro claro em mente, a serem os melhores … e no que resulta? O futuro muitas vezes apresenta-se bem distinto do planeado. Muitos não conseguem lidar com a pressão e cedem às drogas, ao álcool ou a outros vícios.
Será isto o que realmente somos e ambicionamos ser?
BV 11ºD
O Cesário Verde, um grande poeta português, escreveu muitíssima poesia. Sobre tudo o que lhe rodeia, desde criticar o capital do Portugal até descrever a beleza da natureza. Mas será que eu sou capaz de pensar do ponto de vista deste poeta? Será que consigo descrever o que me rodeia?
Portanto, a partir deste texto vou tentar descrever a vida dum aluno. Eu sou um aluno normal nada de especial tenho em mim, também preocupe-me sobre o futuro como toda a gente. Normalmente, vejo grandes escritores a escrever sobre o ensino, sobre a melhoria do comportamento da geração futura. Mas ninguém escreve sobre o peso que os alunos têm nas suas costas, como eles sofrem durante os exames, nada, ninguém quer falar disso.
Hoje em dia, os alunos não vão para escola para aprender, mas sim porque não têm mais opção. A maior parte deles sofre ansiedade, pressão, etc. porque não tem boas notas e ninguém lhes dá apoio. Fico preocupado as vezes, e penso, será que um aluno que tem muito boas notas é capaz de ser um bom médico ou engenheiro ou esta pessoa tem que ter outras qualidades também?
Enfim, o meu mundo é rodeado pela escola, pois passo aqui mais tempo do que em casa, por isso, desejo que este possui um ambiente feliz e seguro.
Kartik 11ºD
Caros alunos
Obrigada pelos textos. Gostei muito de os ler. Farei os comentários em aula.
RG, atenção: o país de África é a República Democrática do Congo; os EUA já saíram do Afeganistão,ainda que a situação desse país seja muito problemática.
Mas gostei que tenhas interessado por dar uma visão global.
JN
O teu texto tem um tema com muito interesse e atualidade. Expões a ideia com clareza ...mas o 4° parágrafo tem algum simplismo e fraqueza na argumentação; tu próprio não resistem a chamar "crença". Repensar a fundamentação. E procurar, talvez, outros exemplos, pois já deste este ex. num texto, há muito.
JN
O teu texto tem um tema com muito interesse e atualidade. Expões a ideia com clareza ...mas o 4° parágrafo tem algum simplismo e fraqueza na argumentação; tu próprio não resistem a chamar "crença". Repensar a fundamentação. E procurar, talvez, outros exemplos, pois já deste este ex. num texto, há muito.
SC
Achei muito importante continuares a resistir à tentação de te deixares engolir pelos males do mundo. É tão importante estar atento ao sofrimento em redor como continuar subir à serra e a olhar as estrelas.
Que a limpidez do olhar nunca te falte.
Essa capacidade para ver os dois lados da vida são uma grande lição de Cesário Verde.
Obrigada, Kartik. De facto, a maior parte do vosso dia é passada na escola e, por isso, é ainda mais importante que o ambiente seja favorável ao vosso crescimento e bem-estar.
Não sei se como aluno estrangeiro te tens sentido apoiado e integrado (o que me parece) ou se sentes que não é suficiente.
Há alguns lapsos de gramática que teremos de ver, de que destaco: na 3a. linha, o "lhe" está mal - é "tudo o que o rodeia"; também deverá ser "Critical a capital de Portugal". Em aula ou com a tua professora de apoio, corrigirás o que for necessário.
Lapso:"critica a capital de Portugal" .
Obrigada, Beatriz V. , pelo contributo.
Abres tantas linhas de reflexão que depois só consegues dar pouquinhas linhas a cada uma. Enfim, Cesário Verde perceberá que és uma jovem preocupada.
Atenção, a conjugação pronominal mantém o hífen: "vou-te" .
Sara, obrigada pelo teu contributo. Ainda bem que Cesário te deu o incentivo para pensares em questões tão importantes para a tua/ a nossa vida.
Sei que apesar dessa reflexão filosófica, não crês verdadeiramente nesse determinismo pessoal e social. A tua visão sempre crítica e atuante mostra bem que não és um fantoche manobrado e manobrável.
Obrigada, Carlota, pelo teu contributo tão atual e pertinente. Reflexão bem articulada e com progressão.
É um assunto a que se poderá e deverá voltar no 12° ano.
Escrita: já não há hifens em dia a dia e pôr do sol.
Na linha 8 começas com "desde a" mas não completas. " Desde a" implica "até..." ou "desde X a Y"
Ana, obrigada por partilhares os teus receios e preocupações. A única coisa a dizer-te, enquanto pessoa mais experiente, é que o futuro está sempre em aberto, o teu também, e as expectativas devem ser altas, as que nos completam e satisfazem. Depois é fazer das tripas coração para lutar por concretizar os sonhos. De outro modo, nunca saberás do que és capaz e do muito que podes realizar.
O medo tolhe, é apenas bom para nós abrir os olhos e obrigar a ir à luta.
Tenho muita certeza de que tens todas as qualidades necessárias para voar e ir mais longe. ☀️
Errata: apareceu, no penúltimo parágrafo, " nós", em vez de "nos".
No teu texto, a expressão deve ser "ir ao encontro", no sentido de coincidir, aproximar-se de. "Ir de encontro" é chocar, ir contra.
Obrigada pelo teu contributo, Tiago.
Sei que com jovens como tu, há mais hipóteses de o futuro não ser "tão estagnado" e "feito de injustiças".
Também a nível dos problemas ambientais, terás - com a tua geração - muito a dizer e a fazer para mudar e melhorar a situação.
Gostei que tivesses citado duplamente o nosso Cesário Verde (apenas falta completares a 1a. citação).
O importante é teres percebido o seu pensar, o seu sentir.
Obrigada por partilhares as tuas reflexões e preocupações, Júlia.
Espero que não te assustes excessivamente com as pressões do exterior. Às vezes são, apenas, preocupações connosco e vontade de que tudo corra bem.
O que importa é que a vida não se decide para sempre, aliás nunca está decidida. O próximo futuro será apenas uma etapa no muito que terás a fazer, a alcançar, a escolher, a viver.
Se não tiveres (muito) medo e lutares por aquilo que queres, verás que não há pressão que te afaste do caminho que queres seguir☀️
Obrigada, Simão, pelo teu contributo.
Apreciei particularmente a forma como reconheces em Cesário um outro modo de encarar a poesia, aberta a todas as realidades do mundo.
Quanto às tuas preocupações, elas são muito atuais e pertinentes. Será um bom mote para refletir no 12° ano.
Obrigada, Mariana, por partilhares as tuas relevantes preocupações.
O presente está, de facto, carregado de dificuldades, injustiças e incertezas.
Mas tu tens o olhar direcionado para o sítio certo, o único que permite avançar e mudar o mundo: o futuro.
É lá que a tua geração vai encontrar respostas, soluções e novos desafios. ☀️
Obrigada, Carlota, por partilhares as tuas reflexões.
Como sempre te temos visto do lado dos curiosos, dos insatisfeitos e dos fazedores de futuro, creio que podemos contar contigo e com outros da tua geração para marcarem a diferença. O impossível de hoje é, afinal, o possível do futuro.
Obrigada, Margarida, por responderes ao desafio de Cesário.
E por deixares uma mensagem de desafio, de consciência e de esperança.
Porque, como o poeta ensino e tu realças, não podemos ficar indiferentes quando o " mundo lá fora" "é um tormento que ninguém merece".
Escrita: há alguns pontos de que amanhã falaremos, em aula.
Emenda: como o poeta ensinou (faltava o "u").
Se na época de Cesário Verde ele se preocupa com o que se passa a sua volta, podemos usar a sua frase para qualquer contexto histórico, como quando o Homen ainda não dominava o fogo tínhamos medo do que está a nossa espreita, no Imperio romano perto do seu fim as pessoas ja começavam a notar a sua fragilidade pois observavam oque acontecia a sua volta com isto quero chegar que a frase de Cesário encaixa perfeitamente neste conceito, podemos pegar o exemplo também da democracia portuguesa atual que com tudo oque se têm passado notamos que estamos numa crise na nossa democracia.
De um lado pessoa acho que se posso falar por varias pessoas quando digo que a vida não é perfeita , "A vida não é como um mar de rosas" é basicamente isso que queria destacar pois Cesário é uma pessoa atenta no mundo que lhe rodeia, ele vê as preocupações das pessoas pois todos nos as temos, eu por exemplo tenho de acabar para ir para a faculdade que quero mas para isso tenho de estar sempre preocupado para manter boa media para tentar entrar a universidade, depois tenho de me fazer a vida e ter a preocupação constate de tentar encontrar um emprego e ainda para adicionar a isso ainda vou ter sempre a preocupação com as pessoas que eu gosto, meus amigos, minha família, estarei sempre preocupado com o seu bem estar quando não tiver com eles, para além isso a sociedade de hoje em dia pressionamos muita para nós encontramos o sucesso na nossa vida isso é mais uma preocupação para a maioria das pessoas, e para nos jovens muitos de nós ainda temos a preocupação de não podermos dizer oque realmente pensamos nas redes socias pois temos medo que algo aconteça com a nossa imagem o mesmo acontece com a nossa maneira de agir, vestir entre outros, por isso a concluir com este texto penso que a frase de Cesário servira sempre usada pois oque nos rodeia é oque nos cria preocupações
DS 11D
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