Aqui fica um bom desafio
(...) gostaria que no início do terceiro período eu e as restantes alunas que leram este mesmo livro fizéssemos à mesma uma exposição à turma, pois adorei ler este livro e acho que a turma só tem a beneficiar com isto, até porque acho que será bastante interessante para todos.
Género/Sub-género Narrativa autobiográfica/ Romance
Registo Histórico, autobiográfico.
Espacialmente e temporalmente podemos situar esta história na Alemanha, durante os finais da primeira Guerra Mundial (1914 - 1918) estendendo-se até à ascensão do nazismo – início da segunda Guerra Mundial (1939 - 1945). A narrativa é escrita na primeira pessoa, sendo o “eu” Rose Frankfurter, uma judia que se viu forçada a deixar o seu país ao ser procurada pela GESTAPO (polícia secreta do estado alemão, no tempo da 2ª Guerra Mundial). Toda esta história é escrita posteriormente a estes acontecimentos – em retrospectiva, pelo que há uma evocação autobiográfica de Rose que remonta à sua infância, que primeiramente foi passada na casa dos avós paternos (avó Ester- Kleine Oma e avô Markus), na pequena aldeia; mais tarde Rose vai viver com os pais e com os outros dois irmãos (Bruno – o mais velho e Rudi – o mais novo).
O pai é um negociante de cavalos, pouco dado à religião, mais tarde, falecido por cancro, o que deixa a mãe, uma simples governante de casa, numa situação difícil visto que tem de ganhar sustento para os seus três filhos sozinha. Havia falta de amor entre Rose e os seus pais (pai “Leo” e mãe “Selma”), tendo em conta que passou a maioria da sua infância com os seus avós, estando muito ligada a eles, portanto nunca conseguiu ter uma relação de intimidade com o seu pai, como tinha com o seu avô Markus.
Após a morte dos avós paternos, do pai e de outros familiares e amigos, desfeito o sonho de poder tirar um curso, tendo em conta que as suas qualidades financeiras não o permitiam, Rose vai trabalhar para Berlim, onde consegue uma colocação modesta numa companhia de seguros, mantendo viva a lembrança daquele que foi o seu primeiro grande amor - “Paul”. E é aqui que Rose é procurada por dois polícias da GESTAPO e é-lhe dada a possibilidade de fuga, que esta acaba por aceitar, pois caso contrário seria presa ou mesmo morta, como acontecia com os judeus na época.
Considerando o enquadramento temporal e espacial desta história podemos verificar que assenta sobre uma complicada realidade que era a vida dos judeus (facto que está intimamente ligado à segunda Guerra Mundial). Esta terrível época ficou marcada na história do mundo que, como podemos evidenciar, foi um mundo de injustiças ligadas à descriminação das quais resultaram grandes crueldades. Nesta fase os judeus foram considerados como os culpados pela crise social e económica que se tinha desenvolvido em alguns grandes países, contudo a raiz de todo este desentendimento não era a crise mas sim um racismo de carácter anti-semita. Este conflito entre ideais gerou um ambiente conflituoso e cruel – a Guerra. Rose via as guerras como jogos para onde os soldados eram obrigados a ir, onde se podia matar sem se ser castigado. Mais tarde, ainda reforçou mais a ideia que já tinha anteriormente, associando as guerras a um jogo por se poder ganhar ou perder.
“Só consegue melhorar as coisas aquele que sabe sentir: «isto não está bem».”
Relativamente à relação entre a personagem Rose e a autora, Ilse Losa, há uma proximidade pois são ambas judias e foram, por isso, forçadas a tomar um mesmo rumo de vida: abandonar o seu país para que não fossem encontradas pelos anti-semitas. Ilse Losa refugiou-se em Portugal, onde casou adquirindo assim nacionalidade portuguesa, morreu na cidade do Porto no passado ano de 2006; quanto a Rose não se sabe bem, pois o final do livro é deixado em aberto e por isso não se pode inferir qual o caminho que forçosamente acabou por escolher, o que nos possibilita fantasiar um final ao nosso gosto.
Inês Andrade Vieira/ Ano 10º/ Turma B/ Aluno nº8/