segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

«AMOR DE PERDIÇÃO» - filme

"Amor de Perdição é uma adaptação cinematográfica   feita pelo realizador António Lopes Ribeiro, em 1943. Tem  António Vilar no papel de Simão Botelho,  Carmen Dolores como Teresa de Albuquerque e António Silva como João da Cruz." No papel de Mariana, Eunice Colbert.
"É considerada uma das mais fidedignas adaptações da famosa obra camiliana, tendo o diálogo sido respeitado quase na íntegra. É o filme de estreia de Carmen Dolores, que contava apenas com 19 anos na altura das rodagens."

(Fonte: Casa de Camilo – Museu. Centro de Estudos)





domingo, 29 de janeiro de 2017

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Amor de Perdição - correção da ficha

Como prometido, ficam os cenários de correção, os quais - como o nome indica - servem de guia, não de «Bíblia».

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Porto - Património da Humanidade

Ao 11º B
Ficam as imagens do PPT apresentado aos encarregados de educação.
No caso do Hotel, já fiz a substituição. É o sítio onde ficámos quase sempre nas nossas idas...e não temos que subir a 31 de janeiro! 
















quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Críticas do filme «Um Amor de Perdição»



Apreciação crítica do filme
 "Um amor de perdição", de Mário Barroso
       
         O filme, "Um amor de perdição" é a representação da obra de Camilo Castelo Branco "Amor de perdição", baseia-se nesta tentando transpor os acontecimentos principais para a atualidade.
       Este filme apresenta os acontecimentos de forma mais natural de acordo com os dias de hoje, o que aproxima, de certa forma, o espetador da ação e de todos os acontecimentos. Apesar desta aproximação, existem muitos fatores no livro que não estão demonstrados no filme, como a expressão e o sentimento que as palavras provocam, e por isso, apesar de muito boa representação, acho a leitura única e indispensável.
       As alterações feitas no filme verificam-se em todas as personagens. Mariana é uma figura que acaba por se apresentar no filme como alguém mais sofredor e masculinizado, ajudando também o seu pai na oficina, João da Cruz, o mecânico. Simão é uma personagem vestida de rebeldia e comportamentos transgressores que nos mostram a vivacidade e a autenticidade do mesmo. Teresa é apresentada no filme como alguém sereno, e com muita maturidade, sendo que, apesar de não contestar as decisões que seu pai e seu primo tomam para a afastar de Simão, nem os obstáculos que tentam colocar entre si e o mesmo, Teresa afirma que façam o que fizerem, ninguém irá travar nem impedir o amor que sente.


       Domingos Botelho devido à sua importância social e profissão não permitiria escândalos e, como tal, aceitava que sua esposa e seu filho Manuel tivessem uma relação com contornos diferentes do que seria de esperar de acordo com o seu grau de parentesco, relação essa que, de certa forma, poderia ser considerada uma afronta.
       É também possível verificar um certo subjetivismo no título do filme, isto porque o facto de ter sido acrescentado o determinante artigo "Um", demonstra que a representação daquele amor era um exemplo. Tal como se passara com Teresa e Simão, podia acontecer a outras pessoas - amores impossíveis, cuja natureza e a família de ambas as partes os impediriam de viver. Portanto, em certa medida, este filme acaba por se considerar uma lição pois transmite que não conseguimos ter força para lutar contra o que é mais forte que nós, neste caso o destino, e uma rivalidade entre famílias já passada de gerações em gerações. Como tal, por vezes é necessário arriscar para atingir os objetivos, no caso de Teresa e Simão a sua opção seria fugir, e podemos verificar que no fim do filme Rita e Zé Xavier se vão embora. E podemos interpretar essa mesma situação como uma aprendizagem, pois assistiram ao desfecho do amor de Simão e Teresa e estavam dispostos a contrariar isso no caso deles.
Este filme apresenta diversas características de uma ação trágica incorporando diversos elementos da mesma, o desafio, a catástrofe, e também o pathos. Os quais vamos podendo analisar de acordo com o decorrer da ação. Ainda assim, as emoções criadas com a leitura do livro não são representadas muitas vezes.

       Existe assim uma diferença notável que não se prende não só com as alterações feitas no filme em relação ao livro mas também com aquilo que este não transmite; daí que de certo modo através das alterações cinematográficas e ao nível das personagens o filme nos aproxima do real, da ação. No entanto, o livro, com o sentimento que causa em nós, permite uma maior proximidade a esse nível em relação ao decorrer da ação.
       O filme é um bom exemplo do que é sentir e não poder viver o amor, e do que por vezes é necessário fazer para lutar contra isso. Eu gostei bastante, apesar de achar um pouco vazio comparativamente ao livro e à história sem si. A meu ver um pouco mais da emoção que Camilo Castelo Branco formou na sua obra tornaria este filme uma excelente representação da mesma simultaneamente ajustado à realidade.

Cristina, 11º B 


Apreciação crítica Do filme “Um amor de Perdição”, de Mário Barroso

           “Um amor de Perdição”, filme de Mário Barroso, é uma versão atualizada do livro “Amor de Perdição” de Camilo Castelo Branco, que, por sua vez, e não de forma declarada como é agora o filme, constitui uma atualização de “Romeu e Julieta” de William Shakespeare, tendo todas estas obras o mesmo tema dominante - uma paixão impossível.
           Ao redigir o livro, Camilo Castelo Branco teve como objetivo criticar a sociedade da sua época; este estava revoltado pois tinha sido preso devido a um caso amoroso com uma senhora casada, e sendo ele um grande escritor decidiu vingar-se da melhor forma que conseguia, escrevendo um livro. À medida que a história teve o seu curso natural, vários indivíduos acharam de tal forma interessante aquele livro que o decidiram transpor para teatro e posteriormente para cinema, adaptações das quais devem ser destacados as obras cinematográficas datadas de 1921, 1943 e 1979, a primeira realizada em versão muda pelo cineasta George Pallu, a segunda realizada por António Lopes Ribeiro, e a terceira pelo grande cineasta Manoel de Oliveira. Todas elas contavam algo novo e porquê? Porque todas elas foram adaptadas à época em que foram realizadas ou à visão do realizador.
              No início deste nosso século, o século XXI, e passados quase trinta anos desde a última adaptação cinematográfica, Mário Barroso, decide inspirar-se no livro de Camilo e elaborar um novo filme, mas este com um pormenor, em alternativa ao título dado por Camilo, Mário Barroso decide acrescentar um artigo indefinido (“Um”), para que este filme seja visto de outra perspetiva. Mário Barroso decide insistir novamente neste amor impossível de Teresa e Simão, no entanto elabora não só alterações ao nível época, como também acrescenta determinado aspetos não presentes no livro.

          Essa adaptabilidade é possível de ser observada na transformação de João da Cruz, que no livro que lhe deu origem ao filme era um ferreiro, é agora em pleno século XXI um mecânico, antigo combatente na guerra colonial; por sua vez, a sua Mariana aparece masculinizada devido ao trabalho que tem, onde ajuda o seu pai, mas vai revelando ao longo de toda a história o seu lado mais feminino e ousado; Simão é retratado agora como alguém rebelde, algo atual neste nosso século, reforçando essa sua rebeldia por não seguir padrões que normalmente são seguidos na sua classe social, visto que não é alguém que se preocupe com a sua aparência externa, não querendo ser apontado como rico. Os locais onde o livro tem a sua ação são alterados, Coimbra e Viseu passam a ser apenas Lisboa. No filme não existe um conflito tão acentuado entre famílias, apenas alguns conflitos do forro profissional entre os pais de Teresa e de Simão; a forma de correspondência sofre também com a evolução temporal e tecnológica, sendo agora efetuada através de comunicações esporádicas por telemóvel.
             

          No entanto, o filme peca por algo que seria a última coisa que deveria pecar, tratando-se este de um filme cuja base é o amor, o filme peca exatamente nesse aspeto, não existe amor onde ele deveria existir, a proximidade e o tempo que Teresa e Simão estão juntos não é nem de perto suficiente para que este seja um bom filme dramático.
           Toda a história é passada demasiado depressa, não dando tempo para que algo se torne realmente verdadeiro, fazendo por isso com que o filme se torne um filme algo incompleto, deveriam existir mais elementos de ligação entre as diferentes partes da obra e também de motivos mais fortes para determinadas situações ocorrerem. Simão (em pleno século XXI) não pode ser alguém assim tão revoltado com a vida, para quase sem motivo matar Baltazar.

Rafael Calçada Nº21, 11ºB