Um espaço para ler, pensar, estudar, debater, escrever, defender causas, fazer perguntas e para partilhar ideias, textos, imagens e músicas.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Diário de Viagem (Filipe)
O meu dia começou às 6:10.
Hoje é dia 5 de Maio e tenho intermédio de matemática. Sinto-me preparado para o fazer mas há sempre um “bichinho na barriga”.
07:00h – Saí de casa e vou a caminho da estação. Parece-me que hoje vai estar um dia agradável.
Questiono-me, durante todo o ano, por que razão tenho de apanhar o comboio a esta hora? Bem sei que os meus pais não têm possibilidade de me levar todos os dias à escola, mas o problema também não é deles, muito menos meu.
A falta de condições e de acessibilidade horária dos comboios portugueses da zona oeste, à qual pertenço, fez com que hoje, depois das 12:00h (hora a que acaba o teste intermédio de matemática do décimo ano), me juntasse com outras pessoas e lutassemos pela melhoria das linhas do oeste.
12:16h – Finalmente , cheguei à estação de Torres Vedras e logo apontei as horas. Nem acredito que vou passar o dia a escrever e a olhar para o relógio. Até pode ser bastante recreativo.
(...)
12:31h – Entregaram-nos um poster e um calendário relacionados com a campanha “PARE ESCUTE OLHE” – tem como objectivo central a sensibilização da sociedade para a problemática da sinistralidade nas passagens de nível, o envolvimento de outras entidades e a consciencialização dos utilizadores destes atravessamentos para a importância do cumprimento escrupuloso das regras de segurança.
12:32h – Como se não bastasse, no minuto seguinte, ainda me oferecem dois livros:
• RINEHART, Mary Roberts. A Cicatriz Reveladora. Lisboa: Edição “Livros do Brasil”.
• CHAMOISEAU, Patrick. Texaco. Lisboa: ASA Edições, 1ª edição: Maio 2000.
(...)
A diversão, as visitas acabaram. Em direcção à estação, novamente, os sorrisos do início do dia passam a caras sujas de cansaço, sujas do desespero de chagar a casa.
Hoje em dia os autocarros e os carros próprios ultrapassaram o comboio. As estações, os comboios os apeadeiros estão vazios. Mas de quem será a culpa?
O transporte ferroviário é, sem dúvida, aquele cuja pegada de carbono é menor, devendo ser olhado como um excelente meio de transporte de passageiros ou de mercadorias, sejas nas linhas urbanas, suburbana ou de longo curso, o comboio apresenta-se cada vez mais como uma solução eficaz para ligar não só os vários pontos da cidade mas também as cidades.
Os comboios têm vantagem sobre os carros na medida em que podem transportar passageiros a velocidades muito superiores, evitando congestionamentos. Em viagens que liguem os centros de duas cidades, os comboios podem ser três vezes mais rápidos que um carro. Em geral, quanto maior a viagem, maior a vantagem do comboio.
Volto a questionar-me. Com vantagens tão explícitas e benéficas será possível que, não só as linhas do oeste mas, todas as linhas ferroviárias não tenham o apoio que hoje, nós jovens torrienses hoje tentámos demonstrar?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Gostei muito de ler o diário de bordo; gostei igualmente de apreciar as fotos. E fiquei com um bocadinho de inveja de não ter podido ir nessa bela viagem.
Jorge Rocha
Enviar um comentário