terça-feira, 26 de março de 2019

Soluções - ficha de educação literária


SOLUÇÕES

«PASTORA DA SERRA»
1. a. V; b. F; c. V; d. V; e. V; f. V; g. V; h. F; i. V; j. V; k. V.

Correção das falsas:
b. Os versos têm todos cinco sílabas métricas.

h. Estes versos apresentam um exemplo de metáfora – «estrela», v. 13 – para encarecer a amada.


«ONDADOS FIOS D’OURO RELUZENTE»
2.
a.
b.
c.
d
4
1
2
3

3.
a. V; b. F; c. V; d. V; e. V; f. V.


Correção da falsa:
b. O soneto apresenta duas partes lógicas: a primeira, correspondente às três primeiras estrofes, consiste na descrição da amada recordada, ausente portanto, e os efeitos dessa lembrança; a segunda, correspondente ao último terceto, consiste na análise que o sujeito poético faz de si próprio e da situação que vive: se a lembrança da amada ausente é tão forte, o que seria, o que sentiria – se a visse?





                                   CRÉDITOS| Ed. ASA,  Ficha de trabalho para Educação Literária │ Rimas de Luís de Camões 


Tópicos do programa cobertos pelos exercícios

A representação da amada.
A experiência amorosa.


Descritores aplicados


EL 10 – 14.2, 3, 4, 6, 7 a), 8. b), 9, 10.

Camões lírico - 2 poemas

Pastora da Serra


CANTIGA ALHEIA
Pastora da serra,
da serra da Estrela,
perco-me por ela.

VOLTA
Nos seus olhos belos
tanto Amor se atreve
que abrasa entre a neve
quantos ousam vê-los.
Não solta os cabelos
Aurora mais bela:
perco-me por ela.

Não teve esta serra,
no meio da altura,
mais que a fermosura
que nela se encerra.
Bem céu fica a terra
que tem tal estrela:
perco-me por ela.

Sendo entre pastores
causa de mil males,
não se ouvem nos vales
senão seus louvores.
Eu só por amores
não sei falar nela:
sei morrer por ela.

De alguns que, sentindo,
seu mal vão mostrando,
se ri, não cuidando
que inda paga, rindo.
Eu, triste, encobrindo
só meus males dela,
perco-me por ela.

Se flores deseja,
(por ventura delas)
das que colhe, belas,
mil morrem de enveja.
Não há quem não veja
todo o milhor nela:
perco-me por ela.

Se na água corrente
seus olhos inclina,
faz luz cristalina
parar a corrente.
Tal se vê que sente
por ver-se água nela:
perco-me por ela.
 




Ondados fios de ouro reluzente

Ondados fios de ouro reluzente,
Que agora da mão bela recolhidos,
Agora sobre as rosas esparzidos (1)
Fazeis que a sua graça se acrescente;

Olhos, que vos moveis tão docemente,
Em mil divinos raios incendidos,
Se de cá me levais a alma e sentidos,
Que fora, se eu de vós não fora ausente?

Honesto riso, que entre a mor fineza
De perlas e corais nasce e aparece;
Se na alma em doces ecos não o ouvisse!

Se imaginando só tanta beleza,
De si com nova glória a alma se esquece,
Que será quando a vir? Ah quem a visse!


(1) o mesmo que 'espargidos' - derramados, estendidos, espalhados.

Imagem| Retrato de Simonetta Vespucci, pintura de Sandro Botticelli (1445-1510), considerado um dos maiores pintores do Renascimento italiano e europeu.


Outros poemas de Camões