terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Vamos rever a correção do exercício


CORREÇÃO DO EXERCÍCIO ESCRITO               PORTUGUÊS – 10º ANO C                      Data: 7/12/2012
Após a leitura atenta do excerto transcrito, responda ao seguinte questionário.
1. Indique o tipo de sequência (narrativa ou descritiva) predominante no primeiro parágrafo. Justifique e dê dois exemplos. 






2. Caracterize a situação apresentada no parágrafo inicial, do ponto de vista emocional e psicológico. 




3. O episódio retratado no texto é fortemente sensorial. Registe exemplos de dois sentidos distintos e comente o seu efeito expressivo.










4. Refira o contexto histórico, justificando com quatro elementos do excerto.










5. Retrate a personalidade e as ideias de Anne.













 
6. “- Estamos perdidos - pensei, e já nos via, a todos, arrastados pela Gestapo através da noite.”
Refira os tempos verbais das formas sublinhadas e justifique o seu emprego.




7. Refira a figura de estilo presente em cada um dos exemplos seguintes e esclareça o seu sentido. 
a) «estava preparada como os soldados no campo de batalha» (ll. 33-34)
b) «judeus (…) presos num sítio, sem direitos, mas carregados de milhares de deveres.» (ll.26-27)



8. Registe três características da escrita diarística e fundamente cada uma com um exemplo do texto.









Grupo II
1.1. a 1.6.
VERSÃO A







*Atenção à palavra «brotada», em «Esta frase, brotada da minha cabeça há muitos anos»: significa surgida, originada.
Seq. Narrativa - “(…)ouvimos ruídos Não nos mexemos.(…) Retivemos a respiração; oito corações a martelar. (…) mexeram na porta giratória, depois alguma coisa caiu e os passos afastaram-se.”:
-      verbos de ação
-      pretérito perfeito do indicativo
-      predominância das classes do verbo e do nome

Seq. descritiva – “. Não se ouvia mais nada em toda a casa, mas havia luz do outro lado da porta camuflada
-      pretérito imperfeito do indicativo
-      classes do verbo, do nome, do adjetivo e advérbios
-      corresponde a momentos de pausa, à caraterização da situação
(cf. Teresa Viola)


2. Caraterizar por palavras próprias; referir por exemplo:
-      Ambiente – carregado, pesado, agitado, de nervosismo, de pânico – ligado à presença da polícia, à perseguição, ao futuro incerto
-      Vivência emocional: ansiedade, agitação interior, medo, desespero…

(cf. Rafael Santos, João Dias, Teresa…)


AUDIÇÃO
ouvimos ruídos.
Agora já se ouvia a respiração.
Passos na casa,
Retivemos a respiração; oito corações a martelar.
Ouvia-se o bater de dentes;
ninguém conseguia pronunciar uma palavra.
Não se ouvia mais nada

VISÃO
porta giratória.
já nos via, a todos, arrastados
havia luz

TATO
Então começámos todos a tremer.

(Cf. Francisco, Luís, Eduardo, Teresa)


4.
Referir 2ª Guerra Mundial, explicando brevemente, apoiado em elementos do texto, de entre os seguintes possíveis: 
-      Terça-feira, 11 de Abril de 1944
-      já nos via, a todos, arrastados pela Gestapo
-      (…)porta camuflada. Teriam desconfiado desta?
-      Imagina a Policia a remexer na estante da nossa porta giratória, iluminada pela luz acesa, sem dar connosco!
-      Em caso de invasão, com bombardeamentos (…)
-      somos «mergulhados», judeus enclausurados, presos num sítio, sem direitos, mas carregados de milhares de deveres.
-      Nós, judeus
-      Há de chegar o dia em que esta guerra medonha acabará, há de chegar o dia em que também nós voltaremos a ser gente como os outros e não apenas judeus.
-      o meu desejo é naturalizar-me holandesa depois da guerra

5. Retratar por palavras próprias; é importante:
-      não colar apenas vários exemplos do texto; os exemplos podem ser usados mas só para apoiar as vossas descrições/caraterizações;
-      não fazer uma lista seguida; explicar, fazer frases que caracterizem, usando nomes, adjetivos, advérbios …
 Assim, referir, entre outros:

Determinação, coragem, maturidade, força de carácter, espírito de independência, consciência de si, alegria, vontade de ser relevante, ter um papel social
Ex. Anne, apesar de ser ainda bastante jovem, já se sentia «uma mulher» devido à dolorosa experiência de guerra que estava a viver, a qual a tornara mais consciente e madura.

 (Cf. Fábio, Beatriz Martins)

6.
Estamos – Presente do Indicativo
Está ligado ao discurso direto, em que se  reproduz fielmente as falas das personagens; o narrador, interrompendo a narrativa, põe-nas em cena e cede-lhes a palavra. Neste caso, a narradora – Anne – reproduz o seu próprio pensamento, para dar vivacidade à sua narrativa dos acontecimentos

pensei – Pretérito Perfeito do Indicativo
Traduz a narração/uma ação acabada

via - Pretérito Imperfeito do Indicativo
está associado à descrição («todos, arrastados pela Gestapo através da noite»)


7.
a) «estava preparada como os soldados no campo de batalha» - Comparação:
-      estão presentes os dois termos (eu – sujeito subentendido – e soldados no campo de batalha)
-       está presente a qualidade que partilham: preparados («eu» estou preparada para o sacrifício/a morte como «os soldados» estão preparados num cenário de batalha)

b) «judeus (…) presos num sítio, sem direitos, mas carregados de milhares de deveres.» - Antítese:
a narradora quer realçar a desproporção entre os direitos (ausentes - «sem») e a carga dos deveres (carregados de); Anne, com o seu sentido crítico, realça esta injustiça. 

(Cf. Sara, Diana, Luís)

8. Referir características e acrescentar um exemplo de cada.
Entre várias possíveis (juntar o exemplo adequado):
-      cada dia corresponde a um registo de situações diferentes e é identificado pela respetiva data - Terça-feira, 11 de Abril de 1944
-      o autor dirige-se ao diário como a um confidente, com a utilização do vocativo com a criação de um nome para o saudar – Querida Kitty
-      os registos são ordenados por ordem cronológica
-      o protagonista e o narrador são coincidentes. Por esse motivo, é utilizada a primeira pessoa
-      o discurso é subjetivo.
-      uso abundante de deícticos, marcas da presença do sujeito

 (Cf. Rafael Nunes, Beatriz Martins)


1.1. O sentido da frase “Somos a memória que temos, sem memória não saberíamos quem somos.” é o de que:
A.     sem memória perderíamos a qualidade de humanos.
B.     sem memória seríamos incapazes de viver.
C.     é a memória que nos define.
D.     é a memória que nos dá equilíbrio formal e harmonia.

1.2. Segundo o autor, a referida frase - “Somos a memória (…) não saberíamos quem somos”:
A.     constitui uma verdade que, de vez em quando, alguém lhe sussurra ao ouvido.
B.     anda na cabeça do escritor há muitos anos.*
C.     refere-se ao fervor próprio de uma das suas múltiplas conferências.
D.     traduz uma sentença insofismável.

1.3. A palavra «seriedade» (l. 10) é formada por:
A.     um processo morfológico que consiste em associar duas formas de base.
B.     um processo analógico de associação entre um sufixo a uma forma de base.
C.     um processo morfológico que consiste em associar um prefixo a uma forma de base.
D.     um processo morfológico que consiste em associar um sufixo a uma forma de base.

1.4. Com a frase “[a]nossa memória [integra-se] por assim dizer, no grupo das espécies em vias de extinção”, o autor refere-se à descoberta:
A.     de uma molécula com capacidade de apagar as memórias.
B.     da sua própria perda de memória, devido à idade avançada.
C.     de uma molécula que deixa o cérebro livre da carga recordatória à nascença.
D.     da inexistência de capacidade de memória nos bebés.

1.5. Em relação à publicação da referida descoberta, o autor:
A.     considera este avanço da ciência uma barbaridade.
B.     não a deseja, porque se habituou a ser o que a memória fez de si.
C.     não a deseja,  porque os seus atos nem sempre foram os mais merecedores.
D.     não está de todo descontente com o resultado da investigação.

1.6. Na expressão «minha memória» (linhas 24), «minha» é um
A.   determinante que funciona como deítico pessoal.
B.   determinante que funciona como deítico temporal.
C.   pronome que funciona como deítico pessoal.
D.   pronome que funciona como deítico temporal.

2 comentários:

Teresa Viola disse...

1. O tipo de sequência predominante no primeiro parágrafo é a narração, porque existe avanço na acção e nesta predomina como tempo verbal o Pretérito Perfeito do Modo Indicativo; dois exemplos são: "Depois, às onze e um quarto, ouvimos ruídos lá em baixo" e "Mais duas vezes mexeram na porta giratória (...)".

2. A situação apresentada no primeiro parágrafo pode ser considerada uma tortura do ponto de vista emocional e psicológico: primeiro, porque é um terror psicológico estar na dúvida se estão bem escondidos ou se os irão encontrar; segundo, é uma sobrecarga emocional ouvir a polícia a remexer a sala que dava passagem para o seu esconderijo, ter de considerar a hipótese de serem capturados e o que aconteceria então - seriam presos, mortos, separados; e aos seus protectores, se eles também seriam levados.

Rafael Santos disse...

2. Relativamente ao parágrafo inicial, notou-se pela descrição da situação feita pela autora que as oito pessoas dentro da casa estavam em pânico, visto que aqueles poderiam ser os seus últimos minutos da pouca liberdade que tinham, e que estavam aterrorizados e com medo, ao ponto de bater os dentes e estarem a tremer.