CORREÇÃO DO
EXERCÍCIO ESCRITO PORTUGUÊS – 10º ANO C Data: 7/12/2012
Após
a leitura atenta do excerto transcrito, responda ao seguinte questionário.
*Atenção
à palavra «brotada», em «Esta frase, brotada da minha cabeça há muitos anos»:
significa surgida, originada.
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Seq.
Narrativa - “(…)ouvimos ruídos Não nos mexemos.(…) Retivemos a respiração; oito corações a martelar. (…) mexeram na porta giratória, depois
alguma coisa caiu e os passos afastaram-se.”:
-
verbos de ação
-
pretérito perfeito
do indicativo
-
predominância
das classes do verbo e do nome
Seq. descritiva –
“. Não se ouvia mais nada em toda
a casa, mas havia luz do outro
lado da porta camuflada”
-
pretérito
imperfeito do indicativo
-
classes do
verbo, do nome, do adjetivo e advérbios
-
corresponde a
momentos de pausa, à caraterização da situação
(cf.
Teresa Viola)
2.
Caraterizar por palavras próprias; referir por exemplo:
-
Ambiente –
carregado, pesado, agitado, de nervosismo, de pânico – ligado à presença da
polícia, à perseguição, ao futuro incerto
-
Vivência
emocional: ansiedade, agitação interior, medo, desespero…
(cf. Rafael
Santos, João Dias, Teresa…)
AUDIÇÃO
ouvimos ruídos.
Agora já se ouvia a respiração.
Passos na casa,
Retivemos a respiração; oito corações a martelar.
Ouvia-se o bater de dentes;
ninguém conseguia pronunciar uma palavra.
Não se ouvia mais nada
VISÃO
porta giratória.
já nos via, a
todos, arrastados
havia luz
TATO
Então começámos todos a tremer.
(Cf. Francisco, Luís, Eduardo, Teresa)
4.
Referir 2ª Guerra Mundial, explicando brevemente,
apoiado em elementos do texto, de entre os seguintes possíveis:
-
Terça-feira, 11
de Abril de 1944
-
já nos via, a
todos, arrastados pela Gestapo
-
(…)porta
camuflada. Teriam desconfiado desta?
-
Imagina a
Policia a remexer na estante da nossa porta giratória, iluminada pela luz
acesa, sem dar connosco!
-
Em caso de
invasão, com bombardeamentos (…)
-
somos
«mergulhados», judeus enclausurados, presos num sítio, sem direitos, mas
carregados de milhares de deveres.
-
Nós, judeus
-
Há de chegar o
dia em que esta guerra medonha acabará, há de chegar o dia em que também nós
voltaremos a ser gente como os outros e não apenas judeus.
-
o meu desejo é
naturalizar-me holandesa depois da guerra
5. Retratar por
palavras próprias; é importante:
-
não colar
apenas vários exemplos do texto; os exemplos podem ser usados mas só para
apoiar as vossas descrições/caraterizações;
-
não fazer uma
lista seguida; explicar, fazer frases que caracterizem, usando nomes,
adjetivos, advérbios …
Assim,
referir, entre outros:
Determinação,
coragem, maturidade, força de carácter, espírito de independência,
consciência de si, alegria, vontade de ser relevante, ter um papel social
Ex. Anne, apesar
de ser ainda bastante jovem, já se sentia «uma mulher» devido à dolorosa
experiência de guerra que estava a viver, a qual a tornara mais consciente e
madura.
(Cf. Fábio, Beatriz Martins)
6.
Estamos –
Presente do Indicativo
Está ligado ao
discurso direto, em que se reproduz
fielmente as falas das personagens; o narrador, interrompendo a narrativa,
põe-nas em cena e cede-lhes a palavra. Neste caso, a narradora – Anne –
reproduz o seu próprio pensamento, para dar vivacidade à sua narrativa dos
acontecimentos
pensei – Pretérito Perfeito do Indicativo
Traduz a
narração/uma ação acabada
via - Pretérito
Imperfeito do Indicativo
está associado à
descrição («todos, arrastados pela Gestapo através da noite»)
7.
a) «estava
preparada como os soldados no
campo de batalha» - Comparação:
- estão presentes os dois termos (eu – sujeito subentendido – e soldados no campo de batalha)
- está presente
a qualidade que partilham: preparados («eu» estou preparada para o
sacrifício/a morte como «os soldados» estão preparados num cenário de
batalha)
b) «judeus (…)
presos num sítio, sem direitos,
mas carregados de milhares de deveres.» - Antítese:
a narradora quer
realçar a desproporção entre os direitos (ausentes - «sem») e a carga dos
deveres (carregados de); Anne,
com o seu sentido crítico, realça esta injustiça.
(Cf. Sara, Diana, Luís)
8. Referir
características e acrescentar um exemplo de cada.
Entre várias
possíveis (juntar o exemplo adequado):
-
cada dia
corresponde a um registo de situações diferentes e é identificado pela respetiva
data - Terça-feira, 11 de Abril de 1944
-
o autor
dirige-se ao diário como a um confidente, com a utilização do vocativo com a criação
de um nome para o saudar – Querida
Kitty
-
os registos são
ordenados por ordem cronológica
-
o protagonista
e o narrador são coincidentes. Por esse motivo, é utilizada a primeira pessoa
-
o discurso é
subjetivo.
-
uso abundante
de deícticos, marcas da presença do sujeito
(Cf. Rafael Nunes, Beatriz Martins)
1.1.
O sentido da frase “Somos a memória que temos, sem memória não saberíamos
quem somos.” é o de que:
A. sem memória perderíamos a qualidade de
humanos.
B. sem memória seríamos incapazes de viver.
C. é
a memória que nos define.
D. é a memória que nos dá equilíbrio formal
e harmonia.
1.2.
Segundo o autor, a referida frase - “Somos a memória (…) não saberíamos quem
somos”:
A. constitui uma verdade que, de vez em
quando, alguém lhe sussurra ao ouvido.
B. anda na cabeça do escritor há muitos
anos.*
C. refere-se ao fervor próprio de uma das
suas múltiplas conferências.
D. traduz
uma sentença insofismável.
1.3.
A palavra «seriedade» (l. 10) é formada por:
A. um processo morfológico que consiste em
associar duas formas de base.
B. um processo analógico de associação entre
um sufixo a uma forma de base.
C. um processo morfológico que consiste em
associar um prefixo a uma forma de base.
D. um
processo morfológico que consiste em associar um sufixo a uma forma de base.
1.4.
Com a frase “[a]nossa memória [integra-se] por assim dizer, no grupo das
espécies em vias de extinção”, o autor refere-se à descoberta:
A. de
uma molécula com capacidade de apagar as memórias.
B. da sua própria perda de memória, devido à
idade avançada.
C. de uma molécula que deixa o cérebro livre
da carga recordatória à nascença.
D. da inexistência de capacidade de memória
nos bebés.
1.5.
Em relação à publicação da referida descoberta, o autor:
A. considera este avanço da ciência uma
barbaridade.
B. não
a deseja, porque se habituou a ser o que a memória fez de si.
C. não a deseja, porque os seus atos nem sempre foram os
mais merecedores.
D. não está de todo descontente com o
resultado da investigação.
1.6.
Na expressão «minha memória» (linhas 24), «minha» é um
A. determinante
que funciona como deítico pessoal.
B. determinante que funciona como deítico
temporal.
C. pronome que funciona como deítico pessoal.
D. pronome que funciona como deítico
temporal.
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2 comentários:
1. O tipo de sequência predominante no primeiro parágrafo é a narração, porque existe avanço na acção e nesta predomina como tempo verbal o Pretérito Perfeito do Modo Indicativo; dois exemplos são: "Depois, às onze e um quarto, ouvimos ruídos lá em baixo" e "Mais duas vezes mexeram na porta giratória (...)".
2. A situação apresentada no primeiro parágrafo pode ser considerada uma tortura do ponto de vista emocional e psicológico: primeiro, porque é um terror psicológico estar na dúvida se estão bem escondidos ou se os irão encontrar; segundo, é uma sobrecarga emocional ouvir a polícia a remexer a sala que dava passagem para o seu esconderijo, ter de considerar a hipótese de serem capturados e o que aconteceria então - seriam presos, mortos, separados; e aos seus protectores, se eles também seriam levados.
2. Relativamente ao parágrafo inicial, notou-se pela descrição da situação feita pela autora que as oito pessoas dentro da casa estavam em pânico, visto que aqueles poderiam ser os seus últimos minutos da pouca liberdade que tinham, e que estavam aterrorizados e com medo, ao ponto de bater os dentes e estarem a tremer.
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