REVISÕES
Registam-se os poemas de Camões usados no grupos I e II do Exercício Escrito de uma das turmas, no longínquo 10º ano. Assim:
Poema do Grupo I
Oh como se me alonga de ano em ano
A peregrinação cansada minha!
Como se encurta, e como ao fim caminha
Este meu breve e vão discurso humano!
Minguando a idade vai, crescendo o dano;
Perdeu-se-me um remédio, que inda tinha;
Se por experiência se adivinha,
Qualquer grande esperança é grande engano.
Corro após este bem que não se alcança;
No meio do caminho me falece;
Mil vezes caio, e perco a confiança.
Quando ele foge, eu tardo; e na tardança,
Se os olhos ergo a ver se inda aparece,
De vista se me perde, e da esperança.
Luís de Camões
Francisco Augusto de Metrass, «Camões na Gruta de Macau», pintura do século XIX
Poema do Grupo II
Mote
Perdigão[1] perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha.
Voltas
Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.
Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado[2] morre.
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.
Luís de Camões
Relembram-se os OBJETIVOS do EXERCÍCIO
O presente exercício escrito
destina-se a avaliar os conhecimentos dos alunos nos seguintes domínios: textos literários
de carácter autobiográfico - interpretação de leitura de poesia lírica de
Luís de Camões; marcas da lírica camoniana; formas poéticas; noções de
versificação; gramática – léxico; sintaxe; tempos verbais; relação entre palavras;
coesão textual; usos expressivos da língua – recursos e figuras de estilo;
expressão escrita/produção de texto de reflexão.
|
1 comentário:
Recuperem os EXERCÍCIOS ESCRITOS das turmas 11º A e 11º B, do ano anterior.
Já está. Agora podem aplicar e ver como se saem.
Enviar um comentário