quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Aquela madrugada...alegre e triste

Para permitir preparar melhor a aula de 6ª feira - conclusão da correção do diagnóstico - deixo a prometida proposta de correção/cenários de resposta do Grupo I.
Devem comparar com as propostas do teste intermédio de 2014, para perceberem o tipo de exigência.
 


ESCOLA SECUNDÁRIA HENRIQUES NOGUEIRA

PORTUGUÊS, 11º ANO   TURMA A                                                                        DOC. NOÉMIA SANTOS


CORREÇÃO DO EXERCÍCIO DE DIAGNÓSTICO

SETEMBRO DE 2014

I

1. Aponte a forma como a natureza é apresentada nas duas quadras.


A natureza aparece descrita neste poema quer através de elementos físicos, quer sensoriais e sentimentais.

-       Aspetos físicos – referência aos elementos naturais: serra, castanheiros, ribeiros, mar, terra, sol, outeiros, gados, nuvens.

-       Aspetos sensoriais e sentimentais: a hora do dia corresponde ao pôr-do-sol; a adjetivação que remete para os sentidos – fresca, verdes, manso, rouco [som do mar]; é uma paisagem habitada – o recolher dos gados. Em síntese é um lugar alegre - «Donde toda a tristeza se desterra».

 

2. Refira a função da natureza no sentido global do poema.

 

A natureza aparece, descrita neste poema, com duas conotações diferentes:

-       calma, bela e em harmonia com o poeta (“A fermosura desta fresca serra”, «Donde toda a tristeza se desterra»);

-       sem graça nem encanto para o eu poético (“tudo me enoja e aborrece”), quando a amada está ausente.

Assim, a natureza tem a função de evidenciar a importância do amor na leitura da realidade: a sua beleza própria e o seu pleno sentido só são alcançáveis com a presença da amada que passa a ser um elemento decisivo na visão subjetiva da paisagem.

 

2.1- O estado de espírito do poeta reveste-se de uma carga de sentimentos que expressam a saudade, a mágoa, a tristeza, a dor, a solidão e o sofrimento da alma.

-       «Me está, se não te vejo, magoando»

-       Sem ti tudo me enoja e me aborrece»

-       «Sem ti (…) estou passando/(…) mor tristeza»

A chave é a amada, cuja ausência é destacada pelo «se não te vejo» e pela anáfora- «Sem ti». O sujeito poético está triste porque não tem a presença da mulher amada. Sem ela o mundo que o rodeia não faz sentido, ainda que seja tranquilo, belo e alegre – “Sem ti, tudo me enoja e aborrece”.

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