segunda-feira, 3 de junho de 2019

Agustina ...só lendo!

Olhar para o humano como um cientista
Escrever é corrigir a fortuna, que é cega, 
com um júbilo da Natureza, que é precavida.
                                                  Agustina

 Lê esta passagem. Pensa. Reavalia. O livro existe na nossa Biblioteca, e espera-te!

«É esta a mais grandiosa história dos homens, a de tudo o que estremece, sonha, espera e tenta, sob a carapaça da sua consciência, sob a pele, sob os nervos, sob os dias felizes e monótonos, os desejos concretos, a banalidade que escorre das suas vidas, os seus crimes e as suas redenções, as suas vítimas e os seus algozes, a concordância dos seus sentidos com a sua moral. Tudo o que vivemos nos faz inimigos, estranhos, incapazes de fraternidade. Mas o que fica irrealizado, sombrio, vencido, dentro da alma mais mesquinha e apagada, é o bastante para irmanar esta semente humana cujos triunfos mais maravilhosos jamais se igualam com o que, em nós mesmos, ficará para sempre renúncia, desespero e vaga vibração. O mais veemente dos vencedores e o mendigo que se apoia num raio de sol para viver um dia mais, equivalem-se, não como valores de aptidões ou de razão, não talvez como sentido metafísico ou direito abstracto, mas pelo que em si é a atormentada continuidade do homem, o que, sem impulso, fica sob o coração, quase esperança sem nome.»
                                                                        
    A Sibila de Agustina Bessa-Luís (excerto)

Se receias começar por um desafio tão grande, rende-te à lembrança das tardes de praia da primeira adolescência.



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