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terça-feira, 7 de fevereiro de 2023
1 comentário:
- Noémia Santos disse...
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«É comum, na obra de Camilo Castelo Branco, o tratamento do amor desenfreado e profundo entre jovens que lutam por suas paixões muito além dos limites de suas próprias forças. Resistentes a toda sorte de obstáculos, procuram a felicidade mas geralmente são desviados para a desgraça e, não raro, para a morte.
Em Amor de Perdição encontramos o traço principal da novelística passional de Camilo: a conceção do amor como uma espécie de destino, de fatalidade, que domina e orienta e define a vida (e a morte) das personagens principais. Marcado pela transcendência, esse amor trará consigo sempre um equivalente de sofrimento e de infelicidade: ou porque a paixão se choca frontalmente com as necessidades do mundo social, ou porque significa, em última análise um desejo luciferino de recuperar o paraíso na terra. Para as suas personagens, basta essa perceção do caráter transcendente da paixão amorosa para que ela acarrete logo um cortejo de sofrimentos: o remorso, a vertigem do abismo, a perceção de que o amor mais sublime é aquele que se apresenta e se revela, em última análise, como impossibilidade. Por isso, nas suas novelas sentimentais desfilam tantos mártires do amor, tantos sofredores que, no sofrimento, encontram a razão de ser e o sentido mais profundo da sua vida. É um marco do Ultra-Romantismo português. Muito bem recebido pelo público em seu lançamento, acabou se tornando uma espécie de Romeu e Julieta lusitano. Tem o traço shakespeareano onde as nobres famílias Botelho e Albuquerque vêem o ódio mútuo ameaçado pelo amor entre Simão Botelho e Teresa Albuquerque. Simão – o herói romântico, cujos erros passados são redimidos pelo amor -, Teresa – a heroína firme e resoluta em seu sentimento de devoção ao amado – e Mariana -, a mais romântica das personagens, tendo em vista a abnegação, representam a dimensão amorosa, o sentimento da paixão, ao qual se opõe o mundo exterior, a sociedade com sua hipocrisia.»
Fonte: https://www.passeiweb.com/amor_de_perdicao/ - 8 de fevereiro de 2023 às 19:36
Amor da minha alma,
Julgo nunca me ter sentido tão preocupada enquanto te escrevo. Meu pai tornou a falar do casamento com meu primo, Baltasar. Forçou-me a casar com ele, dizendo que estava perdida num amor impróprio e que não podia amar-te, Simão! Disse que, caso recusasse, iria recorrer à violência. Disse que me amava e que o faria por amor. Nunca suportaria aquele casamento, prefiro mil vezes a morte. Desprezo o meu primo cada vez mais a cada dia que passa por ser um tão grande impedimento à concretização deste nosso amor. Depois de afirmar que não seria capaz de casar com Baltazar, meu pai exaltou-se. Disse que me deserdava, que seria amaldiçoada e iria para um convento. Permaneci forte, mantive a postura mas assim que voltei ao quarto, chorei. Chorei muito, chorei enquanto pensava em ti, em nós! Procurava uma solução e será o convento. Já passaram alguns dias mas tudo está mais calmo. Meu pai não tornou mencionar o assunto e esta incoerência, apesar de agradável, é bastante suspeita. Nestes últimos dias de medo e incerteza és tu, meu amor, meu Simão, que me alegras. É a ideia da concretização do nosso amor que me conforta. Simão, meu amado, não te aflijas que tudo se resolverá! Tenho rezado muito e creio que Deus ira interceder por nós.
Eternamente tua,
Teresa de Albuquerque
Carlota 11B
26 de janeiro de 2023 às 10:43
Meu destemido Simão,
Espero do fundo do coração que te encontres bem, eu já passei por melhores dias…
Não sei o que fazer… sinto-me perdida, preciso de ajuda, Simão! Preciso de ti! O meu pai quer que me case com o meu primo Baltasar, mas isso não é mesmo algo que queira… foi tão infeliz no que me disse… amor de um pai não é violência.. não deveria ser… Disse-me coisas horríveis a até ameaças de violência me fez… estou agora no meu quarto, após me ter dito que, para ele, já nem filha era.
Simão, o único homem que eu realmente quero és tu! Só consigo pensar em ti… E quando penso em ti lembro-me de tudo o que já passámos juntos.. Gosto de ti, Simão!
Peço-te, por favor, ajuda-me, tira-me daqui.. salve-me… receio que algo de muito mau me aguarde…
Um beijo grande, coração!
Da tua amada,
Teresa
Reis
19 de janeiro de 2023 às 10:31
Meu amado Simão,
É preocupada e desconfiada que te remeto esta carta.
Meu pai voltou a afronta-me sobre o casamento com o meu primo Baltasar. Após lhe negar o pedido, dirigiu-me das maiores barbaridades já proferidos por um pai a uma filha, posto que pelo seu entender já não ocupo.
Mas pior do que essa maldade, é a incoerência que se seguiu. Após inúmeras ameaças duríssimas vejo que nada se concretizou, temo por isso que meu pai e meu primo conspirem algo maior - TEMO PELA MINHA SEGURANÇA.
A carta de Baltasar a assegurar-me do seu amor e saudade, também não me sossega, dada a inconsistência.
Meu amor, por favor ajudai-me. Trás de volta todos os belos momentos em que fomos tão felizes. És a única pessoa em quem posso confiar o meu coração e a paz da minha mente.
Com muito amor,
Teresa.
11°B, J.Nunes e R. Santos
19 de janeiro de 2023 às 10:23
Simão, meu querido amor, preciso ser honesta contigo.
Eu ando a omitir algumas coisas mas agora preciso dos teus conselhos. Meu pai descobriu sobre nosso amor, mas ele não nos quer deixar ser felizes. Ele está a tentar forçar-me a casar com meu primo, Balasar, eu já lhe disse que não o faria duas vezes, até disse que preferia morrer do que casar com ele. Mas hoje, ele ameaçou-me pôr num convento se não me casar com ele. Estou com medo, Simão, o que será de nós?
Por agora nada aconteceu mas meu primo já tinha ameaçado fazer algo contigo, então não duvido que meu pai possa estar a planear qualquer afronta; tem cuidado e tenhamos esperança que nada aconteça, que continuemos a trocar cartas e que um dia nos encontremos e talvez até possamos casar e estar livres de meu primo. Espero ouvir de ti Simão, meu precioso amor.
Com tudo o meu amor, Teresa
S.C 11°B
19 de janeiro de 2023 às 10:24
Meu querido e desejado Simão
Não sabes como gostaria de te ter aqui para me ajudar com estes sentimentos para dizer o que te omiti na esperança de que as ameaças de meu pai não se concretizassem.
Nestes últimos dias tenho-me sentido preocupada com meu primo, Baltasar Coutinho, dizendo o meu pai que este seria um bom marido e que se eu não sei escolher bem, ele escolheria por mim, disse-me que a minha felicidade é daquelas que precisam ser impostas pela violência, que queria o melhor para mim. Depois de ter recusado, ameaçou mandar-me para um convento dizendo que eu não era mais sua filha.
Agora, meu querido Simão, peço te que sejas prudente e vamos esperar pelo melhor.
Com muito amor
Teresa
M.Inácio M.Rego P.Costa V.Trigo
21 de janeiro de 2023 às 14:20
Meu querido Simão, há muito que anseio em te escrever.
Necessito de ti, da tua ajuda. Meu pai voltou a confrontar-me com a situação do casamento com meu primo, embora eu já lhe tenha dito, mais que uma vez, que não aceitarei casar-me com ele. E, por me recusar a casar, meu pai ameaçou-me. E meu primo já te ameaçou antes, então temo que, não tarda os dois juntos parem de ameaçar e façam realmente algo. Tenho medo, não me sinto segura com eles… E temo que o único sítio em que agora me sentiria segura seria nos teus braços. Acima de tudo pergunto-me como pode meu pai fazer e dizer-me tais coisas, aliás sou sua filha. Ou era, pois meu pai “retirou-me” dessa posição para com ele.
És o único que está verdadeiramente comigo, e sou eternamente grata por saber disso. Só espero que no futuro possamos reviver todos os bons momentos que um dia passámos.
Com amor, a tua Teresa.
C.Duarte 11ºB
21 de janeiro de 2023 às 15:59