quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ler nas linhas e nas entrelinhas


Tal como prometido, deixo a correcção das

versões A e B do exercício.

Somos a memória que temos, sem memória não saberíamos quem somos. Esta frase, brotada da minha cabeça há muitos anos, no fervor de uma das múltiplas conferências e entrevistas a que o meu trabalho de escritor me obrigou, além de me parecer, imediatamente, uma verdade primeira, daquelas que não admitem discussão, reveste-se de um equilíbrio formal, de uma harmonia entre os seus elementos que, pensava eu, contribuiria em muito para uma fácil memorização por parte de ouvintes e leitores. Até onde o meu orgulho vai, e apraz-me declarar que não chega muito longe, envaidecia-me ser o autor da frase, embora, por outro lado, a modéstia, que também não me falta de todo, me sussurrasse de vez em quando ao ouvido que tão certa era ela como afirmar com toda a seriedade que o sol nasce a oriente. Isto é, uma obviedade.

(Excerto do texto de José Saramago)


A resposta assinalada a negrito é a correcta

VERSÃO A

Registe a versão do seu exercício e responda ao questionário seguinte.

1. Para responder aos itens 1 a 6, seleccione, em cada um dos itens, a única alternativa que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto. Escreva, na folha de respostas, o número de cada item, seguido da letra que identifica a alternativa correcta.

1.1. O sentido da frase “Somos a memória que temos, sem memória não saberíamos quem somos.” é o de que:

A. sem memória perderíamos a qualidade de humanos.

B. sem memória seríamos incapazes de viver.

C. é a memória que nos define.

D. é a memória que nos dá equilíbrio formal e harmonia.

1.2. Segundo o autor, a referida frase - “Somos a memória (…) não saberíamos quem somos”:

A. constitui uma verdade que, de vez em quando, alguém lhe sussurra ao ouvido.

B. anda na cabeça do escritor há muitos anos.

C. refere-se ao fervor próprio de uma das suas múltiplas conferências.

D. traduz uma sentença insofismável.

1.3. O autor apresenta-se como:

A. muito orgulhoso e muito modesto.

B. limitado no orgulho e modesto.

C. nem orgulhoso nem modesto.

D. bastante orgulhoso, embora limitadamente modesto.

1.4. A palavra «seriedade» (l. 10) é formada por:

A. um processo morfológico que consiste em associar duas formas de base.

B. um processo analógico de associação entre um sufixo a uma forma de base.

C. um processo morfológico que consiste em associar um prefixo a uma forma de base.

D. um processo morfológico que consiste em associar um sufixo a uma forma de base.

1.5. Com a frase “[a]nossa memória [integra-se] por assim dizer, no grupo das espécies em vias de extinção”, o autor refere-se à descoberta:

A. de uma molécula com capacidade de apagar as memórias.

B. da sua própria perda de memória, devido à idade avançada.

C. de uma molécula que deixa o cérebro livre da carga recordatória à nascença.

D. da inexistência de capacidade de memória nos bebés.

1.6. Em relação à publicação da referida descoberta, o autor:

A. considera este avanço da ciência uma barbaridade.

B. não a deseja, porque se habituou a ser o que a memória fez de si.

C. não a deseja, porque os seus actos nem sempre foram os mais merecedores.

D. não está de todo descontente com o resultado da investigação.



VERSÃO B

Registe a versão do seu exercício e responda ao questionário seguinte.

1. Para responder aos itens 1 a 6, seleccione, em cada um dos itens, a única alternativa que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto. Escreva, na folha de respostas, o número de cada item, seguido da letra que identifica a alternativa correcta.

1.1. O sentido da frase “Somos a memória que temos, sem memória não saberíamos quem somos.” é o de que:

A. é a memória que nos dá equilíbrio formal e harmonia.

B. sem memória seríamos incapazes de viver.

C. é a memória que nos define.

D. sem memória perderíamos a qualidade de humanos.

1.2. Segundo o autor, a referida frase - “Somos a memória (…) não saberíamos quem somos”:

A. traduz uma sentença insofismável.

B. refere-se ao fervor próprio de uma das suas múltiplas conferências.

C. constitui uma verdade que, de vez em quando, alguém lhe sussurra ao ouvido.

D. anda na cabeça do escritor há muitos anos.

1.3. A palavra «seriedade» (l. 10) é formada por:

A. um processo morfológico que consiste em associar um prefixo a uma forma de base.

B. um processo morfológico que consiste em associar um sufixo a uma forma de base.

C. um processo analógico de associação entre um sufixo a uma forma de base.

D. um processo morfológico que consiste em associar duas formas de base.

1.4. O autor apresenta-se como:

A. nem orgulhoso nem modesto.

B. bastante orgulhoso, embora limitadamente modesto.

C. limitado no orgulho e modesto.

D. muito orgulhoso e muito modesto.

1.5. Com a frase “[a]nossa memória [integra-se] por assim dizer, no grupo das espécies em vias de extinção”, o autor refere-se à descoberta:

A. da inexistência de capacidade de memória nos bebés.

B. de uma molécula com capacidade de apagar as memórias.

C. da sua própria perda de memória, devido à idade avançada.

D. de uma molécula que deixa o cérebro livre da carga recordatória à nascença.

1.6. Em relação à publicação da referida descoberta, o autor:

A. não a deseja, porque os seus actos nem sempre foram os mais merecedores.

B. considera este avanço da ciência uma barbaridade.

C. não está de todo descontente com o resultado da investigação.

D. não a deseja, porque se habituou a ser o que a memória fez de si.


Mais notícias na próxima edição.


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