segunda-feira, 1 de abril de 2013

Contrato de leitura


     A Aia
Obras de Eça de Queiroz
                                                    Contos
               
Um rei que procurava a fama e a conquista foi derrotado numa batalha, deixando o filho ainda bebé desamparado no meio de tantos inimigos, nomeadamente o seu tio, que desejava a realeza.
Ao lado do berço de marfim do príncipe dormia o filho da aia no seu berço de verga. A aia tratava tanto o príncipe como o seu filho de igual carinho, esta acreditava que a vida na Terra se continuava no Céu.

Uma noite, já quando a aia se ia deitar ouviu um barulho à entrada do castelo. Olhou pela janela e viu um clarão de lanternas, brilhos de armas, homens e também o tio do príncipe, que o vinha roubar para posteriormente o matar! Então a aia troca os bebés de berço… Subitamente, um homem entra no quarto e leva o bebé que estava no berço de marfim (o escravo). A rainha entra no quarto momentos mais tarde, muito aflita e a aia mostra-lhe o príncipe adormecido no berço do escravo.

Nesse instante, uma notícia chega ao palácio: o tio morrera e o escravo também. A aia tinha salvo o reino e o príncipe, então a rainha dá a escolher à aia os tesouros que quiser. A aia escolhe um punhal e crava-o no coração de modo a ir para o Céu ter com o seu filho, visto que já tinha salvo o seu príncipe.

Passagem do Conto :
“Foi um espanto, uma aclamação. Quem o salvara? Quem?... Lá estava junto do berço de marfim vazio, muda e hirta, aquela que o salvara! Serva sublimemente leal! Fora ela que, para conservar a vida ao seu príncipe, mandara à morte o seu filho... Então, só então, a mãe ditosa, emergindo da sua alegria extática, abraçou apaixonadamente a mãe dolorosa, e a beijou, e lhe chamou irmã do seu coração... E de entre aquela multidão que se apertava na galeria veio uma nova, ardente aclamação, com súplicas de que fosse recompensada magnificamente a serva admirável que salvara o rei e o reino. 

 Mas como? Que bolas de oiro podem pagar um filho? Então um velho de casta nobre lembrou que ela fosse levada ao Tesoiro real, e escolhesse de entre essas riquezas, que eram como as maiores dos maiores tesoiros da Índia, todas as que o seu desejo apetecesse..."


Carolina Batalha
Nº7
10ºC

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