quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O figurino no teatro

 


Para terem uma antevisão, deixo algumas imagens de anos anteriores com o guarda-roupa que iremos utilizar. 

As ações decorreram em Runa (no antigo Hospital Real) e no Museu Municipal Leonel Trindade. 

Vejam se não ficam uma beleza - sérios, convicentes, verdadeiras personagens, isto é, fazendo o público centrar-se naquilo que representam.
Runa, 2009
Runa, 2009

16 maio 2009


"Podemos definir figurino para teatro como o modelo que representa o conjunto dos elementos visuais que se referem directamente ao corpo do actor e que se destinam a vestir a personagem que ele representa, em determinado contexto dramático. (...)




 Em Portugal é no séc. XVII que aparece, pela primeira vez, a referência a trajos para representações teatrais, embora se considere António Francisco, já dos finais do séc. XVIII, como o primeiro figurinista, ou vestuarista como então era designado."
Fonte: Museu Nacional do Traje

Muitos artistas portugueses criaram figurinos para teatro e cinema. Por exemplo, na versão de 1950 de Frei Luís de Sousa o guarda-roupa é de Alberto Anahory e no Quem és tu? é da autoria de Sílvia Alves.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Quem és tu?

Fica a cena lida em aula

Afinal, a Daniela, o Saramago e a Isabel fizeram boa figura!

O corpo e a voz do ator

50 anos separam estas duas representações.
 
Vejam, oiçam e julguem: qual a Maria mais interessante?


Frei Luís de Sousa, 1950, realizado por António Lopes Ribeiro



Quem és Tu? 2001, filme de João Botelho

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Sobrevivência(s)

Já tinha ouvido falar no filme mas nunca tive grande curiosidade em vê-lo. No entanto, quando me contaram um breve resumo do livro fiquei curiosa e decidi lê-lo.
 
A vida de Pi é um livro que retrata a coragem, a sobrevivência, a solidão, a persistência, o autodomínio, o desespero e a crença no impossível, com grande realismo.
O livro está dividido em três partes. Numa primeira parte, o autor descreve uma Índia cheia de tradições, cheiros e cores. Encontramos a família de Piscine Molitor Pattel, mais conhecido por Pi, todos eles muito cépticos em relação à religião e às crenças, à exceção de Pi que não encontrava nenhuma contradição em ter uma fé tripartida, visto que era Hindu, Muçulmano e Cristão ao mesmo tempo.
 

Na segunda parte do livro, o autor afasta-se do tema religião conseguindo que o tema continue a pairar, embora de uma forma mais abstrata, tendo isto a ver com a sobrevivência de Pi, após o naufrágio do navio onde seguia com a família com destino ao Canadá. Nesta segunda parte do livro, Martel descreve a luta pela sobrevivência que Pi teve de travar depois de ter ido parar a um barco salva-vidas tendo apenas como companhia uma zebra, uma hiena, um orangotango e um tigre de Bengala.
 

Esta segunda parte oscila entre um absurdo onde senti necessidade de ajustar o cérebro para o "modo de leitura de fantasia" porque estava a parecer-me um livro mais próximo da fantasia do que de outro género literário qualquer. No entanto, nunca me foi possível adaptar o cérebro para a fantasia porque de repente aconteciam coisas tão reais, descritas de uma forma tão vívida que acabavam por camuflar as partes em que o livro me parecia virado para um público mais juvenil. Esta foi, talvez, a parte que mais me provocou um misto de emoções porque nunca sabia o que a próxima página me traria.

Sobre a terceira e última parte, tenho a dizer que a li com um enorme nó na garganta.
Foi um golpe de mestre a segunda versão da história narrada por Pi para os japoneses que procuravam descobrir o que deu origem ao náufrago.
Adorei a escrita de Yann Martel e da forma como a história se foi desenvolvendo. É uma história que, sendo original, é ao mesmo tempo vulgar, expondo as necessidades primárias e medos que aproximam o Homem do animal quando está em causa a sobrevivência.
 

É um livro que, parecendo simples, é na verdade bastante complexo. É um livro que nos faz refletir sobre a vida, sobre os sonhos, sobre a perda e sobre tantas outras coisas... É um livro que nos faz acreditar que não existem impossíveis. É um livro que não tem qualquer intenção de converter mas que me mostrou uma visão da fé e da forma como a religião pode ser vivida que achei incrível.
 

No final da leitura deste livro cabe-nos a nós acreditar numa das versões, e eu, acreditando ou não em Deus, prefiro a história que envolve os animais do que a história nua e cruel que Pi teve de contar para que acreditassem nele.
Inês Santos nº17 11ºA

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Sugestão de cinema: letras, números, enigmas



Há bons motivos para ires ao cinema




Título original:The Imitation Game
Tipo de Filme:Thriller
Realizador:Morten Tyldum
Atores:Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Charles Dance e Mark Strong

Sinopse:
"Na liderança de um grupo de académicos, linguistas, campeões de xadrez e analistas, Turing foi reconhecido por quebrar o até aí indecifrável código da Enigma, a máquina utilizada pelos alemães na 2ª Guerra Mundial. Um retrato intenso e memorável de um homem brilhante e complicado, “O JOGO DA IMITAÇÃO” relata a história de um génio que sob extrema pressão ajudou a encurtar a guerra e, consequentemente, salvou milhares de vidas."




Alan Turing foi um cientista e matemático britânico que, durante a Segunda Guerra Mundial, decifrou vários códigos nazis. O "decifrador de códigos" é um dos matemáticos mais brilhantes da era moderna, um dos pais da «computação»,  e consguiu decifrar os códigos gerados pela máquina 'Enigma', a partir da qual os nazis enviavam as suas mensagens secretas.



Enigma era o nome da máquina eletro-mecânica de criptografia com rotores, utilizada tanto para criptografar como para descriptografar mensagens secretas, usada na Europa na década de 20. Foi adaptada pelas forças alemãs na década seguinte, pela facilidade de uso e a suposta indecifrabilidade do seu código.Terem conseguido desvendar as cifras da Alemanha nazi acelarou o final da Segunda Guerra Mundial, , poupando muitas vidas.






quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Leitura(s)

O livro que li tem o título de Longe do meu coração e foi escritor pelo autor português Júlio Magalhães. O tema central do livro é a emigração de vários portugueses para França, na década de 60, à procura de melhores condições de vida e para fugirem à miséria e à ditadura do seu país.
 

Na minha opinião, este livro tem vários aspetos positivos destacando-se, assim, que mesmo sendo um livro cuja base é a História de Portugal, mesmo quem não goste muito desta área gostará bastante do livro pois não é exaustivo com factos históricos e ainda para quem desconhece ou tem poucos conhecimento sobre a vida em Portugal nesta época ou os motivos desta grande emigração é tudo explicado no livro sem ser de forma maçadora; daí o livro poder ser lido por várias gerações. Este livro consegue ainda reforçar a ideia de que o povo português possui uma enorme vontade de trabalhar. Digo isto pois os portugueses tinham que emigrar clandestinamente para França, nas condições mais precárias, para um país novo e totalmente desconhecido mas com a ideia fixa de trabalhar bastante e construir uma riqueza e ainda enviar dinheiro para ajudar a família que deixara no seu país.
 

Outro aspeto positivo do livro é que no início do livro a vida da personagem não se encontra nas melhores condições, a sua vida no país que o viu crescer é péssima, tem que emigrar para um país totalmente desconhecido, o seu pai morre, tem que deixar a sua mãe sozinha no seu país, as condições péssimas que enfrenta ao emigrar clandestinamente, a morte do seu melhor amigo de infância e companheiro na viagem de emigração, as condições que tem que enfrentar no bidonville (nome dado ao bairro de portugueses emigrantes em França com condições péssimas – sem água canalizada, sem eletricidade, entre outras); mas a partir do momento em que a personagem principal começa a trabalhar neste país tudo muda radicalmente, o que dá a ideia que graças ao trabalho todos os sonhos e ambições são possíveis.
 

A forma como é descrita a emigração clandestina da personagem principal e do seu melhor amigo é feita de forma brilhante, com descrição de alguns dos perigos e riscos da viagem naquela época.
A escrita do autor é bastante clara, o que torna a leitura acessível a várias idades e gerações. A meu ver este livro retrata um período da História de Portugal em que a emigração está associada a problemas económicos no próprio país. Atualmente, Portugal enfrenta uma crise económica e associada a esta, está o aumento da emigração de pessoas que procuram melhores condições de vida. O que indica que as crises e os elevados níveis de emigração para além de estarem associados não são casos únicos na história de um país, mas, sim, momentos que se repetem várias vezes.


Ana Isabel Gomes, 11ºA - Nº5

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Diários


 

5 de Agosto de 1599
Querido Diário, eu sei que não tenho escrito ultimamente mas tem acontecido tantas coisas
Estava a ler Camões, o episódio da Inês de Castro e depois apareceu o Telmo com aquelas conversas de D. João de Portugal, ainda me custa tanto escrever o nome dele…
Ele continua a falar com Maria sobre aqueles assuntos que quero que ele não fale. Maria é muito frágil e não quero que Telmo continue a confidenciar com ela, ainda ficava abalada a minha pobre menina. E, para piorar, Manuel lançou fogo ao nosso palácio! Meu rico palácio, fui muito feliz nele, tudo isto por causa dos castelhanos que queriam ficar com o nosso palácio para fugir a peste em Lisboa e Manuel não queria isso e a solução que achou foi deitar fogo ao meu palácio, o nosso palácio.
Não sei se o pior foi ver o meu palácio em chamas ou ir para o palácio de D. João, eu disse a Manuel que não queria ir eu implorei para não ir, para ir para ali mas Manuel insistiu apesar de saber toda a minha história e aquela casa era como um livro de memórias. Eu procurei-o, eu não queria desistir mas depois de 7 anos de procura e não o ter encontrado, ele só poderia estar morto. Então decidi dar uma oportunidade a mim mesma para ser feliz e casei me com D. Manuel, e deste casamento nasceu Maria, minha queria filha, minha querida filha, tao pequenina mas tao adulta, mente de um adulto num corpo de criança. Mas a minha pobre menina, tao novinha mas tao doente, com tuberculose. Maria continuava a ter aqueles sonhos com D. João e quando nos mudamos para o palácio e ela viu aqueles retratos dele as perguntas não paravam.
Consegui acalmar a minha pequena filha e de seguida ela foi com Manuel e Telmo para Lisboa, não para meu descanso mas decidimos deixa-la ir e fiquei sozinha durante uns dias. Quando eles voltaram de Lisboa, um romeiro bateu a porta a minha procura. Parecia ser apenas uma pobre pessoa procura de dinheiro e comida, mas ele disse-me o que eu não queria ouvir, aquele romeiro disse-me que tinha sido enviado por D. João e que ele estava vivo. O mundo caiu me aos pés, eu casei-me com o homem que amava, enquanto continuava casada com o D. João, ou pior, eu já amava D. Manuel antes de casar com D. João. E Telmo vem dizer-me que aquele romeiro, era na actualidade, era D. João e ele estava ali, a minha frente, bem vivo.
Foi quando tudo se descarrilou, Manuel quis ir para um convento para limpar os seus pecados e obrigou-me a ir com ele, já estávamos os dois no convento quando a minha filha entrou, estava muito revoltada com a sociedade e expõe os seus sentimentos sobre tudo o que se estava a passar pela ultima vez… sim ultima vez. Ela morreu nos meus braços, nos meus e nos do pai, Manuel. A dor da perda é uma dor que nunca se cura, ela era tao novinha para acabar assim, mas a doença acabou com ela, e assim eu fui para o convento, tornei-me freira e cá estou eu, num quarto, num convento a limpar a minha alma, os meus pecados.   
Madalena de Vilhena


Ana Catarina Correia Libório 11ºA Nº3