Paris, o rio Sena, agosto 2013|Foto N.Santos
Eça de Queirós escreveu o romance que teve como base o conto
"Civilização", fazendo uma comparação entre a vida atribulada da cidade de Paris
com a paz e simplicidade da vida em Tormes. O narrador, José Fernandes, relata
as várias fases da vida de Jacinto, a personagem principal, de quem é muito
amigo. Numa primeira fase em Paris revela que Jacinto é um homem rodeado de Civilização, tanto quanto possível, no 202, a sua
residência, que espelha as ideias que defende, como a de que o homem só atinge
o ideal de felicidade quando conjuga o máximo de conhecimento possível com o
máximo de capacidade física que se pode adquirir.
Depois de mais de trinta anos de uma vida rodeada do máximo
de tecnologias, conforto, festas e da alta elite de Paris, Jacinto entra num
estado de tédio e aborrecimento da vida civilizada de Paris, decide então ir a Portugal, para assistir à transladação dos restos mortais da sua família.
Como vai para o campo envia para lá todos os seus aparelhos tecnológicos e
confortos de que dispunha em Paris, no entanto há um engano e estes vão parar a
Espanha, e quando os dois amigos chegam ao Douro não têm nada do que estavam a
espera.
O Douro, junto a «Tormes», agosto 2009|Foto N. Santos
Começa então a grande mudança, quando Jacinto contacta com a natureza, é contagiado, renova-se, vê na natureza tudo aquilo que nunca tinha avistado na cidade, admira a liberdade que nela existe.
Esta relação de Jacinto com a natureza evolui, passando da observação para a ação. Jacinto ao aperceber-se da pobreza e falta de conhecimento que existe no campo introduz alguns avanços tecnológicos e novas ideias. Conjugando a pacatez da vida no campo com alguns avanços tecnológicos que a tornam mais produtiva.
O protagonista conhece uma prima de Zé Fernandes por quem se apaixona, Joaninha, que desperta um amor sincero nunca antes conhecido por Jacinto; casam-se têm dois filhos Teresinha e Jacintinho. Nesta fase apercebemo-nos de que este Jacinto já existia no seu íntimo, o contacto com a província fez despertar a sua essência, as suas origens, contribuindo para que Jacinto finalmente encontrasse a “suma felicidade” que ao contrário do que ele pensava no início estava na simplicidade e paz que há no quotidiano campestre, melhoradas por alguns progressos da tecnologia e da civilização.
Douro, Estação de comboios de acesso à Fundação Eça de Queirós, agosto 2009|Foto N. Santos
Ana Alcântara Nº4 11ºA
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