segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

O sal não salga ou a terra não se deixa salgar?

Começamos a publicação de textos (sínteses) sobre partes do Sermão.

 Padre António Vieira no primeiro capítulo do seu Sermão analisa a situação da terra, começando por se perguntar o porquê de, se o trabalho do Sal (Pregadores) é salgar (não deixar corromper os alimentos; porém, neste contexto será as pessoas) a terra (povo), haver tantos Pregadores e simultaneamente tanto povo corrupto, fazendo várias perguntas retóricas acerca das possibilidades deste caso; a interrogação mais importante é: «O sal não salga ou a terra não se deixa salgar?».
Após proferir a pergunta chave retoma o raciocínio dirigindo-se ao público (fiéis) e chamando a atenção para si prossegue o discurso. Agora com uma história sobre Santo António e o que fez perante os seus problemas na sua época. Vieira faz uma analogia entre o Santo António e o seu próprio caso: têm os mesmos problemas - pregam doutrinas boas e explícitas, porém as pessoas não ouvem. 

Após essa pequena narrativa, para não fugir à sua temática e continuar com a atenção do público, começa o verdadeiro discurso: «Este é o assunto que tinha para tomar hoje». Anuncia a sua decisão em relação ao problema proposto anteriormente, recorrendo a Santo António para se justificar (argumento de autoridade): como as pessoas não ouvem ou não ligam à sua doutrina boa, clara, correta e consistente volta-se para o Mar para pregar aos peixes, pois estes ouvem e não falam.
Acaba o capítulo utilizando uma ironia:«Os demais podem deixar o Sermão, pois não é para eles.» "tocando na ferida" de modo a estes (os ouvintes, na igreja de S. Luís do Maranhão) se sentirem culpados e o discurso ter maior impacto.
Tiago Almeida, ex-11º A

 
Padre António Vieira começa o Sermão por metaforizar, sendo o sal da terra os pregadores, pois estes têm como função impedir a corrupção (dos alimentos e dos cristãos), e os cristãos a terra. Arranja uma solução para se os culpados da corrupção forem os pregadores, mas questiona-se sobre a resolução a dar se a culpa é dos cristãos. Inicia assim a história de Santo António que decidira pregar aos Peixes, pois as pessoas não o ouviam, comparando-se Padre António Vieira ao Santo, e procedendo da mesma forma.
AnónimoTomás Antunes, ex-11ºA

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