(páginas 291- 292)
- na imagem, Antero nos tempos de Coimbra -
Numa noite, Eça de Queirós
avistou, em Coimbra, nas escadarias da Sé Nova, um homem a improvisar um
discurso. A face e a barba reluziam, o braço erguia-se nas alturas e a capa
negra rojava nas lajes brancas. Outros homens, sentados nos degraus da igreja,
escutavam-no enlevados. Seduzido por esta imagem, parou, pois o homem cantava o
Céu, o Infinito. Um colega afirmou que era o Antero e Eça, como um discípulo
aos pés do mestre, escutava-o com interesse.
Este episódio decorreu em
1862 ou 1863 e Antero já havia publicado Beatrice e todos conheciam as Odes
Modernas. Ele era conhecido em Coimbra como o Príncipe da Mocidade, pois
ninguém resumia com mais brilho os defeitos e as qualidades daquela geração. Coimbra
vivia então num grande tumulto mental. Pelos caminhos-de-ferro rompiam
torrentes de ideias novas.
Henrique Cavaco, 11ºA (24/04/17)
Dedicado a HC, a provar que a vontade pode muito...
Ilustração de Terry Fan
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