TEXTO A:«A aclamação do Mestre de Avis como rei de Portugal em 1385, nas
cortes reunidas em Coimbra, teve como pano de fundo a complexa situação que
surgira no país depois da morte de D. Fernando em 1383. A sucessão de D.
Beatriz, casada com João I de Castela, e a regência de sua mãe, D. Leonor
Teles, suscitaram a oposição de setores da burguesia que pretendiam impor a
sua orientação política e viam na figura de João Fernandes Andeiro o
principal obstáculo a quaisquer mudanças. Provavelmente de acordo com
importantes figuras da nobreza, às quais não agradaria também a intromissão
do conde Andeiro, foi decidido que este deveria
morrer e escolhido o Mestre de Avis para executar o plano traçado. O
Mestre aceitou o papel que lhe atribuíram, mas teve o cuidado de exigir o
apoio popular que garantiria a sua segurança depois de matar o favorito de
Leonor Teles. Quando se perpetrasse o assassínio do
conde Andeiro, seria posta a correr a notícia de que atentavam contra a vida
do Mestre de Avis, para que o povo acorresse ao paço em sua defesa e o
aclamasse como herói que escapara a uma armadilha congeminada pela rainha
viúva e pelo seu astucioso amante.
Este episódio esteve na origem de uma insurreição popular contra a
regente [...]»
Luís Serrão, Reis e
Presidentes de Portugal, vol. II – Dinastias
de Avis e Filipina, Lisboa, Abril/Controljornal, 2001, pp. 7-9
1. Identifica o assunto da exposição.
2. Regista dois exemplos do seu caráter demonstrativo.
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TEXTO B.
«[D. João I é filho] bastardo de D. Pedro I e
de uma dama galega. O mestrado da Ordem de Avis foi-lhe destinado desde a sua
infância e é nesse sentido que decorre a sua educação, a cargo do
comendador-mor da Ordem. [...]
O facto de ter
sangue real e de ser olhado como chefe provável do partido adverso à parceria
Leonor Teles / conde de Andeiro, deve ter contribuído para a sua prisão
ordenada por D. Fernando. Mais tarde é libertado por ordem do rei e a esse
facto não deve ter sido estranha a intervenção pessoal do conde de Cambridge,
chefe do contingente inglês em Portugal.
Depois da morte do rei,
entra-se no período da guerra civil e da guerra com Castela e D. João, aclamado
regedor e defensor do reino, procura consolidar a sua posição no meio de
hesitações e compromissos. E aclamado rei em 1385, vence a guerra com Castela e
obtém tréguas em 1389. Volta-se então para os problemas internos do reino e
impõe a sua autoridade à nova nobreza, que chefiada por D. Nuno Álvares Pereira.[...]
Morreu em 1433. Pessoalmente,
foi-nos legado o retrato de um homem prudente, astuto, cioso do poder e da
autoridade, ao mesmo tempo, terno, humano e benevolente.»
1. «Pelo seu caráter demonstrativo, num texto expositivo necessitamos de proceder a operações como identificar, caracterizar, descrever (...), com concisão.».
Identifica no texto exemplos destas marcas.
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