Autobiografia da Língua Portuguesa
Eu sou em primeiro lugar de Portugal e de todos os que foram
influenciados pelos nossos exploradores, sou o Português, a Língua
Portuguesa, não preciso de dizer a minha idade, pois é incerta e não
quero que pensem que sou só uma velhinha que se vem para aqui queixar
dos velhos tempos.
Mesmo antes de nascer já várias pequenas e algumas grandes línguas circulavam pela Península Ibérica criadas ou trazidas por vários povos, até mesmo na pré-história, e foram continuando a aparecer devido ao grande fluxo de seres humanos nesta península. Mas houve povos com maiores influências como os Celtas que eram mais avançados, pois já utilizavam ferro, enquanto na Península Ibérica ainda só se usava o cobre.
Apesar de os Celtas terem tido
grande influência no fim do século III a.C chegaram Romanos que tomaram
conta de todo o território da Península Ibérica. Isto levou à
romanização, que é o desenvolvimento ,causado pelos romanos, em todas as
áreas, tais como a arquitetura, com a construção de pontes e estradas,
nas leis, que foram impostas a todos os habitantes nestes territórios, e
na agricultura, com novas técnicas que levavam ao aumento da produção,
isto levou à necessidade da utilização da sua língua, o Latim, que para
além de tornar o trabalho e comércio mais práticos era também desejo dos
Romanos que o Latim fosse a língua falada nos seus territórios, para
afirmarem a sua superioridade.
O Latim tornou-se o meu estrato
principal, tal como foi o do Francês, Italiano e Castelhano, entre
outras, pois foi a língua que foi modificada para criar a maioria das
minhas palavras e destas outras línguas, logo foi a que teve mais
influência em nós, e por essa razão somos chamadas línguas românicas.Mas
a influência de línguas anteriores, como o Celta, com palavras como
caminho e camisa, e o Grego, com palavras como banho e hino, não
desapareceram de mim, estas tornaram-se os meus substratos, pois
influenciaram me antes da minha criação mas não foram tão importantes
como o Latim.
No século V d.C os romanos perderam vários
territórios, incluindo a Península Ibérica, e várias Invasões que se
seguiram influenciaram o meu eu mais novo e antigo que tinha acabado de
ser fixado nalguns territórios da Península Ibérica, sendo as línguas
influenciadoras, por exemplo, o Árabe, que troce palavras incluindo
açorda, açúcar e alface, tornando-se assim meus super-estratos, porque
foram línguas que me influenciaram depois de eu ser criada.
No
século XII d.C. surge o galego-português, que é como a minha infância,
uma das minhas fases de evolução mais prematuras, era falado em
Portugal e na Galiza (...), mais tarde este eu dividir-se-ia em
duas vertentes o Português e o Galego.
Com um grande desenvolvimento
geral de Portugal, eu também evoluí para aquilo que é chamado Português
Clássico no século XVI d.C., e também recebi grande influência das
línguas europeias até XVIII d.C.
O Português Contemporâneo, que é
como me chamam até aos dias de hoje, é uma evolução devida à
incorporação de vocabulário de outras línguas, começando no Século XIX
d.C, e também nos séculos XX e XXI fui modificada pelo grande
desenvolvimento da tecnologia, continuando a incorporar palavras outras de
outras línguas, mas o meu nome manteve-se.
Por isso penso que, com esta grande evolução que o mundo está a passar e que se está sempre a modificar, eu também vou ter de mudar com o tempo, mas espero continuar a ser o Português, a ser uma língua única.
11 de outubro de 2021(escrito por: José Oliveira nº14 10A)
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