Nada mudara durante os dois anos que estive fora: o jardim ainda
entre duas áleas altas e robustas aparecia como um campo de relva
verdejante. No meio, um chafariz de mármore que transbordava esplendor;
em frente, subi três degraus que levavam à entrada daquele luxuoso
palacete.
No átrio, a vidraça da porta chamava a atenção de qualquer um e, para meu espanto, quando Jacinto falou, esta abriu-se. Ainda
maravilhado deparei-me com um robô-mordomo que me tirou o casaco. No
meio de tanta luminosidade, eu e Jacinto seguimos para uma espécie de
elevador que em apenas alguns instantes nos levou a uma sala. Aí reparei
de imediato no sofá majestoso no centro e, em frente, na parede uma
televisão de alta tecnologia. Jacinto falou e automaticamente ligou-se –
impressionante – pensei, parecia que estava a viver o momento dentro do
ecrã.
Olhei em meu redor e apercebi-me de que tudo estava excessivamente
adornado. De seguida, pedi a Jacinto que me mostrasse a casa de banho –
oh! mas que cómoda e sofisticada – murmurei, tudo funcionava à base da
voz, desde as descargas do autoclismo ao correr da água nos lavatórios … e
ainda existia um secador de mãos.
Voltei de novo para junto do meu
amigo que me convidou para experimentar a sua mais recente aquisição, um
jogo cujo controlo era através de um chip que se colocava na nuca. Mas
que entusiasmo… tinha visto a apresentação da comercialização daquele
produto mas ainda não tinha tido o prazer de experimentar aquele que é
de momento considerado o auge da tecnologia.
Que magnfica casa aquela…
no entanto notei que Jacinto já pouco se importava com tudo aquilo, o
que se passava? Aquele Jacinto, o último da grande linhagem Jacíntica,
estava triste; tinha tudo, todavia comportava-se como se não tivesse
nada.
Liliana Gomes Nº23 e Mamadou Saikou Nº24
11 de março de 2015
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