sábado, 14 de março de 2015

Um 202 no futuro

Era de novo Fevereiro e um fim de tarde cinzento e poluído, como antigamente. Desloquei-me até a rua P.Shuim Sydney, 202, na minha admirada Austrália, e comecei a minha demanda pela casa de meu grande amigo Jacinto e foi aí que me deparei com uma mansão delicada e elegante.
No momento em que toquei a campainha, foi-me retirada uma impressão digital, nos segundos seguintes foi certificada a minha identidade através de uma rápida verificação de cadastro.
As portas deslizaram e foi-me permitida a passagem para um jardim interior; segui um caminho por entre duas áleas bem areadas e por um relvado excêntrico. Esperando por mim estava meu caro amigo Jacinto. Antes de o cumprimentar, uma máquina espargiu sobre mim uma névoa desinfetante. Só então Jacinto me guiou até a sala - aquelas antigas paredes estavam agora forradas a tecnologia, fiquei pasmado com a facilidade com que mudavam as imagens projetada. Logo me surpreendeu um teletransportador instalado por Jacinto – apesar do 202 ter apenas dois andares. Teletransportamo-nos, então, até ao 1º andar onde uma vasta legião de tecnologia super-avançada se encontrava. Depressa me apercebi de que tudo naquela casa era controlado por mecanismos acionados por voz. E quase que como por magia, quando pensei que o ambiente se encontrava frio, o aquecedor, que se encontrava instalado por baixo do chão, ligou-se.
-Eis a civilização!
- A casa está instalada com um processador que deteta a alteração da temperatura corporal... estás com frio meu caro amigo?
-Agora encontro-me bem, Jacinto.
Apercebi-me então que o 202 era o exemplo da civilização no seu máximo expoente.



Mariana Ramos e Marcelo

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