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segunda-feira, 29 de abril de 2019
Camões, Rimas (os poemas escolhidos)
Vamos, então, à publicação dos vossos textos sobre os poemas de Camões selecionados por cada par/grupo.
Após a revisão de texto, publiquem, nos comentários, a vossa 1ª versão.
22 comentários:
Anónimo
disse...
Poesia Camoniana Tradicional Grupo: Beatriz Silva, n°3 Carolina Sousa, n°8 João Matias, n°19 Pedro Santos, n°24 Vítor Santos, n°28
Análise do poema de Camões :
O poema “Pastora da Serra” está inserido no contexto da representação da amada, um tema recorrente na poesia de Camões. Neste poema o poeta não se cansa de elogiar a sua amada ao recorrer a comparações e metáforas como formas de a elevar a um nível quase sobrehumano. Esta relação entre o poeta e a sua amada chega a ser quase como uma relação de adoração, visto que o sujeito poético caracteriza a sua amada, a pastora, com função a aspetos da natureza. Na seguinte passagem o poeta descreve a inveja alheia das outras mulheres para com a pastora: “ Se flores deseja, (por ventura delas) das que colhe, belas, mil morrem de enveja.” Sendo, portanto, estas “mil” as outras senhoras. Este poema Camoniano é constituído por seis estâncias, todas estas têm sete versos, são portanto sétimas. O poema está escrito em redondilha menor (5 sílabas métricas). O tema do poema foi inspirado no mote já existente (cantiga alheia): “ Pastora da serra, da serra da Estrela perco-me por ela.” Camões faz referência ao mote ao longo do poema nos dois últimos versos de cada estrofe. Na volta (desenvolvimento do poema) o sujeito poético exprime a sua admiração e paixão pela pastora, à qual o poema é dirigido, cada estrofe serve para enaltecer uma qualidade da figura feminina, frequentemente comparada à natureza: ” Se na água corrente seus olhos inclina, faz luz cristalina parar a corrente.” Esta estância provavelmente faz referência a alguma situação observada por Camões em que este admirou a beleza dos olhos da pastora ao se debruçar perante um curso de água. As estrofes terminam com o verso: “perco-me por ela” ou a variação (que ocorre uma única vez “sei morrer por ela” nas quais o poeta exprime a sua paixão. O poema será resultado de uma das muitas paixonetas de Camões, às quais este tinha costume de dedicar poemas e tal como em muitos dos seus outros poemas o poeta coloca bastante ênfase nas qualidades da figura feminina, especialmente os olhos que parecem ser um dos elementos que Camões mais utiliza para caracterizar a figura feminina na sua poesia. A pastora de quem o poeta fala seria, talvez, uma jovem com grandes qualidade físicas, e por esta mesma razão, os homens (“pastores”) das redondezas e claro Camões a admiravam e a perseguiam: “ Sendo entre pastores causa de mil males, não se ouvem nos vales senão seus louvores” Posto isto, concluímos que este poema é mais uma obra de Camões que merece ser reconhecida pela sua criatividade e inovação, para a época, no contexto da caracterização da amada, esta na sua poesia surge tanto nos sonetos como nas redondilhas que apresentam retratos físicos e psicológicos da mulher amada. Apesar de a mulher não ser sempre uma figura angelical na poesia de Camões, neste poema isso verifica-se. O sujeito poético utiliza este poema como forma de se declarar á figura feminina.
Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
“Amor é fogo que arde sem se ver” de Luís Vaz de Camões, escritor e poeta português do século XVI, que escreveu diversos poemas de origem tradicional e renascentista. Este poema enquadra-se na poesia renascentista, sendo um soneto porque tem quatorze versos, divididos em duas quadras (quatro versos) e dois tercetos (três versos). Trata-se de uma “medida nova”, caracterizando-se por ter dez sílabas métricas: “A/mor / é / fo/go / que ar/de / sem / se / ver”. Tem rima interpolada, emparelhada e cruzada. Através da utilização de antíteses e metáforas, revela a impossibilidade de definir o amor, um sentimento não só contraditório como também desejado pelo ser humano. Na primeira quadra, as ideias opostas estão relacionadas como um encadeamento lógico, uma ideia de causalidade: primeiro vem o fogo, que leva à ferida e por sua vez à dor. No desenvolvimento do poema podemos perceber que tanto no início como no fim é utilizada a palavra “Amor”, reforçando não só o tema do poema como também a intenção do poeta de decifrar este sentimento. Para além disso, com a utilização da conjunção “Mas” no início do segundo soneto retrata uma ideia de oposição em relação ao que o poeta tinha dito anteriormente, procurando qual a resposta para o Amor ser um sentimento tão contrário como procurado e desejado. Por fim verifica-se também uma interrogação retórica no último terceto, que funciona como conclusão,esta coloca uma questão aos leitores, não com o objetivo de esta vir a ser respondida mas sim para ser refletida, tornando-se o Amor impossível de definir. É através de antíteses como nos versos 1 a 11: “Amor é fogo que arde sem se ver;” e “É ferida que dói e não se sente;”, de metáforas: “Amor é fogo”, de anáforas: forma verbal do verbo ser “é” do 2° ao 10° verso e de enumerações: Amor é fogo, ferida, contentamento,dor e cuidar que o poeta enriquece o seu complexo poema. Camões com este soneto permitiu aos seus leitores refletir sobre este sentimento tão contrário, belo e inquietante que nos aquece o coração e a alma, que ainda é impossível de decifrar e definir, o Amor.
Ema Conceição n°11 10°A Eva Sales n°13 10°A Mariana Ferreira n°21 10°A
Poesia tradicional de Camões A experiência amorosa e a reflexão sobre o amor
“Na fonte está Lianor” é uma cantiga de amigo que está inserida dentro do grupo da poesia tradicional. Esta cantiga apresenta mote – “Na fonte está Lianor lavando a talha e chorando, às amigas perguntando: “ vistes lá o meu amor?” Neste poema os versos estão organizados em redondilha maior, uma vez que apresenta sete sílabas métricas em cada verso. O poema está dividido em três oitavas, tendo rima emparelhada no segundo e terceiro/sexto e sétimo versos de cada estrofe. No poema a forma da pastora representar o seu sofrimento perante as amigas é bastante complexa, escondendo o sofrimento mas demonstrando a sua preocupação. Para realçar a mágoa de Lianor o sujeito poético utiliza o recurso expressivo metáfora como se observa no verso 14 – “os olhos no chão pregados”; usa também uma perífrase no verso 21 “Não deita dias olhos água” para dizer que Lianor tem uma mágoa tão grande que faz com que a mesma não consiga sequer chorar e aliviar a sua dor. Concluindo, este poema camoniano contém inúmeros elementos que se assemelham às cantigas de amigo como a experiência amorosa e a reflexão sobre o amor.
Palavras 10 , pág.159
Francisco Gabriel ,n°15 Matias Araújo ,n°22 Rafael Raposo ,n°25 Rita Gonçalves ,n°26 Rodrigo Paiva ,n°27 Teresa Lourenço ,n°28
Amor é fogo que arde sem se ver; A É ferida que dói e não se sente; B É um contentamento descontente; B É dor que desatina sem doer; A
É um não querer mais que bem querer; A É solitário andar por entre a gente; B É nunca contentar-se de contente; B É cuidar que se ganha em se perder; A
É querer estar preso por vontade; C É servir a quem vence, o vencedor; D É ter com quem nos mata lealdade. C
Mas como causar pode seu favor D Nos corações humanos amizade, C Se tão contrário a si é o mesmo Amor? D
Luís de Camões
O poema “amor é fogo que arde sem se ver”, escrito por Luís Vaz de Camões é um soneto, ou seja, é constituído por quatro estrofes, sendo as duas primeiras quadras e as duas últimas tercetos. As quadras são constituidas por rima emparelhada e interpolada e os tercetos por rima cruzada. Os versos são consitituidos por dez silabas métricas cada um, recebendo a designaçõ de decassílabo. O soneto está inserido no tema “Experiencia amorosa e reflexão sobre o amor”, sendo que está inserido nos poemas de amor conturbado. Estes poemas dividem o amor entre o anseio espiritual e o desejo e é marcado por sentimentos negativos: Saudade, culpa e insatisfação. Neste poema, Camões tenta criar uma definição de amor. Para isso, faz diversas comparações, que acabam por dar em contradições, dando a ideia de que o amor é impossivel de definir. Ao longo do poema Camões tenta explicar que o amor é uma dor psicológica que nos magoa recorrendo a expressões contraditórias, oxímoros: “é a ferida que dói e não se sente”; Por meio de enumerações e contradições tenta ainda explicar que o amor também apresenta características como a dependência da pessoa amada, a intensidade dos sentimentos. Também refere que por mais que ande acompanhado e rodeado por várias pessoas, continua a sentir-se solitário, pois a pessoa que ele ama não lhe retribui o amor: “É solitário andar por entre a gente”. De seguida, é abordada a ideia de que estar apaixonado e amar, apesar de todos os sofrimentos, são ações feitas e sentidas de livre vontade. Essa ideia é dada quando o poeta se compara a um prisioneiro da amada, no entanto ele é que se prendeu a ela de livre vontade. Ainda é dito que se tem lealdade para com a pessoa que mais nos causa sofrimento, o que é contraditório. No final do poema, Camões conclui que o amor consiste no conjunto de muitos outros sentimentos como felicidade, paixão, sofrimento, mágoa, humildade, satisfação, fieldade, ilusão, entre outros. No entanto, é um sentimento impossivel de definir com significado literal. O poeta acaba por transmitir ao leitor uma ideia de reflexão sobre a fragilidade do Homem perante um sentimento tão comum e no entanto tão complexo.
O poema “Aquela cativa” de Luís Vaz de Camões enquadra-se na poesia tradicional do autor. A corrente tradicional é caracterizada por ser escrita em medida velha ou redondilha, que dependendo do número de sílabas métricas pode ser mais (sete sílaba s métricas) ou menor (cinco sílabas métricas). Os poemas tradicionais podem ter mote ou não. O poema “Aquela cativa” é uma troca que ao contrário da maioria da poesia tradicional não possui mote. A estrutura externa do poema é composta por cinco oitavas (cinco estrofes com oito versos) em que cada verso tem cinco sílabas métricas - redondilha menor. Em relação às rima de cada estrofe no 1° e 4° versos e no 5° e 8° versos a rima é interpolada, já no 2° e 3° versos e no 6° e 7° versos a rima emparelhada. Os primeiros quatro versos do poema demonstram a paixão do sujeito poético pela escrava, especialmente através do jogo semântico da palavra. “cativo” (“cativo”- preso, “cativo”- escravo) na medida em sua amada é uma escrava mas ele é que se encontra prisioneiro deste amor. A atipicidade deste amor realçada pela diferença de características entre o autor a amada, cuja representação é feita ao longo do poema. Para esta caracterização, o autor recorre ao uso de comparações, hipérboles e antíteses. A comparação, contida nos versos nove a doze, evidência de forma hiperbólica a beleza exótica de Barbora pela sua comparação com elementos da natureza. Para o mesmo efeito, Camões utiliza antíteses como está contida nos versos vite e cinco ao vinte e oito, que provoca o contraste entre a pele da escrava da neve. Já os quatro últimos versos são a repetição dos primeiros quatro versos possuindo apenas uma conclusão diferente de acordo com o sentido do texto, evidenciando está paixão de Camões pela escrava. Por fim, através da descrição da amada o autor consegue demonstrar ao leitor a intensidade deste amor que não segue os padrões sociais nem de beleza da época.
Umbelino,n°1 ;A. Cintrão,n°2; C. Martins,n°9; C. Monteiro, n°10
Se somente hora alguma em vós piedade De tão longo tormento se sentira, Amor sofrera, mal que eu me partira De vossos olhos, minha saudade.
Apartei-me de vós, mas a vontade, Que por o natural na alma vos tira, Me faz crer que esta ausência é de mentira; Porém venho a provar que é de verdade.
Ir-me-ei, Senhora; e neste apartamento Lágrimas tristes tomarão vingança Nos olhos de quem fostes mantimento.
Desta arte darei vida a meu tormento, Que, enfim, cá me achará minha lembrança Sepultado no vosso esquecimento.
Luís Vaz de Camões
Lágrimas tristes tomarão vingança é um soneto¹ de Luís Vaz de Camões, lírico português do séc. XVI que influenciou a escrita e cultura nacional e internacional até aos dias de hoje. Este poeta escreveu diversos poemas de origem tradicional e renascentista. O soneto é composto por duas quadras e dois tercetos, tendo estes na sua composição versos decassilábicos, ou seja, de medida nova. Devido a ser um soneto, este poema pertence à corrente renascentista ou clássica. O primeiro e o quarto verso têm rima interpolada, à semelhança do quinto e oitavo versos. Os versos números 2 e 3, 4 e 5, 6 e 7 fazem, entre si, rima emparelhada. Os nono, décimo primeiro e décimo terceiro versos têm rima cruzada entre si, tal como o décimo, décimo segundo e décimo quarto versos. Este poema tem como tema o amor, uma vez que “Amor sofrera, mal que eu me partira”, tendo, mais especificamente, o sofrimento e a saudade do sujeito poético para com a sua amada em evidência. Esta composição apresenta a ideia de um sujeito poético revoltado, magoado e entristecido com a sua amada, tal como é percetível pelo verso “Lágrimas tristes tomarão vingança”. A sua saudade é intensificada pelos seguintes versos: “Apartei-me de vós, mas a vontade,/ (…) / Me faz crer que esta ausência é de mentira”, tal é a sua saudade que o sujeito poético se leva a acreditar que a distância da amada é mentira, de forma a apaziguar o seu sofrimento. Esta composição começa por apresentar um sujeito poético que implora piedade à sua amada, à semelhança do seu desejo de a ver saudosa devido à sua partida. Seguindo-se da sua partida, o sujeito sente uma grande falta da sua amada, o que o leva a querer acreditar que a sua partida e afastamento não tenham sido verdadeiros, porém, apercebeu-se do contrário. O sujeito despede-se da sua amada e, desta vez, definitivamente. Fá-lo admitindo que a sua ausência será tormento para a sua Senhora.
Devido à complexidade do poema, a síntese está inacabada, tal como a presença de recursos expressivos.
Mudam-se os tempos , Mudam-se as vontades Luís de Camões (1524-1580) foi um poeta português e o maior representante do classicismo português. Autor do poema “Os Lusíadas”, uma das obras mais importantes da literatura portuguesa, e do seguinte poema:
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E enfim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía. Luís Vaz de Camões
O poema anteriormente referido tem como tema a mudança, sendo que o sujeito poético aborda as mudanças que se vão sucedendo. Todas as coisas estão em constante alteração, mas existem dois aspectos que incomodam o sujeito de um modo especial sendo elas as mudanças que ocorrem na Natureza e o facto da própria mudança mudar. O poema insere-se na corrente renascentista pois estamos perante um soneto, uma vez que este se distingue por apresentar duas quadras e dois tercetos. Na primeira quadra o sujeito poético apresenta a ideia que se vai desenvolver várias mudanças, na segunda quadra o poeta desenvolve a ideia apresentada na quadra inicial, de seguida no primeiro terceto o poeta confirma, de modo concreto, o desenvolvimento das ideias: a mudança que se efetua na natureza como no seu espírito, já no segundo terceto e ultima estrofe este faz a síntese do tema acabando com a “chave de ouro” a noção de que a mudança mais surpreendente de que já não se muda como era costume, isto é, a mudança da própria mudança. O soneto apresenta 14 versos os quais são decassilábicos, a nível da métrica, como se percebe no verso «Mu/dam/-se os/tem/pos,/mu/dam/-se as/von/ta/(des)» - a medida nova. Este poema apresenta um esquema rimático ABBA/BAAB/CDC/DCD, em que nas quadras a rima é emparelhada e interpolada e nos tercetos cruzada. Ao longo da composição poética vão surgindo vários recursos expressivos, tais como a anáfora presente na constante utilização do verbo mudar: «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades; / Mudam-se o ser, muda-se a confiança»; a antítese retratada nos versos- «Do mal ficam as mágoas na lembrança,/E do bem, se algum houve, as saudades.». e metáfora apresentada nos versos - « O tempo cobre o chão de verde manto,/Que já coberto foi de neve fria », sendo que se referem à primavera e ao inverno respetivamente. B. Júlio, I. Pereira, M. Oliveira
Trabalho sobre a Lírica Camoniana (Análise ao poema Mudam-se os tempos, “mudam-se as vontades”)
No soneto “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” a lírica utilizada é a clássica, pois para além de possuir decassilábicos, o soneto apresenta 14 versos sendo dividido em duas quadras e dois tercetos. O poema tem 3 tipos de rima, interpolada nas quadras e cruzadas nos tercetos olhando para o conjunto de todo o poema. Se olharmos para os tercetos individualmente, temos uma rima interpolada com um verso solto no meio. O tema do poema é a mudança porque o poeta ao longo do soneto refere que muda-se o ser; muda-se a confiança e todo o mundo é composto de mudança. O poeta faz isto para mostrar a oposição entre o tempo da natureza e o tempo humano. O sujeito poético mostra-se desiludido com a vida, mostra também que o ciclo da natureza volta sempre á fase inicial enquanto diz que a sua vida só muda para pior, com isto o poeta demonstra que está num momento baixo da sua vida, mostrando sentimentos melancólicos a cada verso (por exemplo nos versos 9 a 11) “ O tempo cobre o chão de verde manto, / que já coberto foi de neve fria, / e enfim, converte em choro o doce canto.” Por fim os recursos expressivos são: anáfora- com a repetição do verbo mudar (6x) e a antítese – “converte em choro o doce canto”. Enquanto que a natureza tem a capacidade de se renovar o poeta acha que já não a possui. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E enfim converte em choro o doce canto.
E, afora mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões- foi um poeta do séc XVI que escreveu inúmeros poemas e entre outras histórias temos como o seu ex-líbris" Os Lusíadas" o seu poema mais conhecido é " O amor é fogo que arde sem se ver " Camões foi um escritor muito vivido que ao longo da sua vida viveu batalhas e viagens. O poema estudado encontra-se na (pág.180 do manual adotado) Trabalho realizado por: Catarina Vieira; Mário Ribeiro; Marta Alcântara; Raquel Domingos. 10ºB
A forma poética deste texto de Camões pertence à corrente clássica e é um soneto,sendo assim um decassílabo(dez sílabas métricas por verso) e possuindo 4 estrofes(2 quadras seguidas de dois tercetos).Possui duas rimas emparelhadas,uma nos versos 3 e 4("mereço"e "endoudeço"),e outra nos versos 6 e 7("preço" e "peço"),sendo todas rimas consoantes entre si.Nas duas quadras, as rimas interpoladas são consoantes(versos 1 e 4;5 e 8: "ficaste" e "apertaste";"ligaste" e "desataste"),assim como os tercetos(versos 9 e 12;10 e 13;11 e 14:"vejo" e "desejo";"dores" e "amores";"tomar-te" e "parte").As rimas dos versos 11 e 14 com as rimas interpoladas das duas quadras formam rimas toantes. O tema abordado no soneto é a beleza da donzela (em especial dos seus cabelos) e o forte desejo do poeta(ou um personagem ao qual o poeta dá vida como se fosse ele próprio)por essa donzela,exemplos nos versos 5 e 6:"Aquelas tranças de ouro que ligaste/que os raios de Sol têm em pouco apreço",que relata a beleza das tranças da donzela e a super-estima acima da beleza dos raios de sol;e nos versos 3 e 11:"Se só contigo,vendo-te,endoudeço//(...)hei-de tomar-te,que mostra o desejo exacerbado do poeta pela donzela. Por falar em primeira pessoa,o poeta(ou a "personagem")pode ser caracterizado pelas suas falas,que mostra,além de que está interessado na donzela,que é uma pessoa estudada("de classe"),por ser bastante formal e usar bem as palavras,e,e pela determinação com que fala hei de tomar-te,vemos como é decidido(imaginando porém,que assim falasse à donzela,pareceria um tanto que insensível,possessivo,talvez alguém que não aceita ser contrariado).A donzela é só tratada por uma belíssima mulher,não estando presente a fala ou reação ao que o poeta diz. Por Camões são utilizados ainda recursos expressivos,entre eles:metáfora(verso 5:"Aquelas tranças de ouro"),interrogação retórica(verso 4:"que fora cos cabelos apertaste?";sem ironia,o autor não quer mesmo saber com o que ela prende os cabelos,mas mostrar-lhe que para ele não tem nenhum cabelo que se compare ao dela),antítese(verso 8:"se para me atar os desataste"). Como pudemos ver,os sonetos de Luís de Camões são ricos não só de conteúdo(tema),mas de rimas e descrição das personagens e de sentimentos.
Autoria de: Ricardo Duarte Ricardo Garrido Rodrigo Reis 10º B
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade;
Mas como causar pode seu favor ; Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Este poema encontra-se na corrente clássica lírica Camoniana, utilizando a medida nova ou seja com versos decassilábicos, enquadrado naquilo que é um soneto. O poeta neste soneto tenta por 11 tentativas explicar o amor e acaba por não o conseguir realizar. Não possuí mote, o soneto é referida a dor ”é a ferida que dói e não se sente”-verso 2-o sujeito faz referência a uma dor que lhe altera a consciência por completo; a agitação ”é fogo que arde sem se ver”-verso 1-o poeta compara o fogo a uma agitação interior; o isolamento e a solidão “é a solitário andar por entre a gente”-verso 6-o sujeito sente-se sempre sozinho quando não está com o amor.
Este poema é composto por 4 estrofes, nas quais as 2 iniciais são quadras com rima interpolada e as 2 últimas são tercetos com rima cruzada. Também possuía inúmeras anáforas na repetição do verbo “ser” 11 vezes, antítese nas expressões ”É solitário andar por entre a gente”e “É nunca contentar-se de contente”, oxímoro no vocábulo “É ferida que dói e não se sente” e metáfora na maioria dos versos como por exemplo “Amor é fogo que arde sem se ver”.
Concluímos, que Camões tenta expressar apesar das 11 tentativas com o ponto de interrogação no final do poema que existem inúmeras formas de definir o amor mas todas elas complexas e contraditórias.
O poema “Na fonte está Lianor”, é uma cantiga alheia que está baseada num mote já existente (mote/cantiga alheia). O texto foi desenvolvido por Luís de Camões, baseando-se na corrente lírica tradicional, a qual gira em torno de quatro grandes grupos, encaixando-se neste poema o amor, verificando-se no verso 2 (“porque a tudo o Amor a obriga”) e no verso 12 (“viste lá o meu amor?”). O poema fala de Lianor, a qual sofria de amor pois estava afastada do seu amado, entretanto as suas amigas chegaram e esta tentou disfarçar a sua fragilidade e sofrimento como se percebe no verso 18 e 19"(...) suspende de quando/em quando a dua dor.", mas quando as suas amigas lhe disseram que sabiam algo, como se entende no verso 26 (“soube novas perguntando”), desatou a chorar demonstrando a sua dor, expresso no verso 27 (“d’emproviso a vi chorando”). Ao nível da forma este poema é uma redondilha maior com três oitavas. As rimas deste poema são interpoladas e emparelhas ao longo de todo o poema, o esquema rimático é igual nas três estrofes(abbacddc). No decorrer do poema encontramos vários recursos tais como a metáfora, usada no verso 14 ("os olhos no chão pergados") para demonstrar a sua tristeza e sofrimento, e a uma perifrase no verso 21("não deita dos olhos água") substituindo por muitas palavras o que poderia ser dito apenas com uma palavra,neste caso "não chora". Tendo em conta o tema principal do poema, os versos 21 e 22("não deita dos olhos água/wue não quer que a dor se abrande") são contraditórios, porque ela pensa que se não chorar é porque está a trair a pessoa que já não está consigo por não demonstrar a sua dor. O tema predominante neste poema é o amor e Camões utiliza várias palavras para descrever-lo tais como, "mágoa" e "sofrimento"(palavras de cariz melancólico). Pagina 159 do manual
Trabalho realizado por:
André Esteves Beatriz Salgueiro Laura Tomás Lucas Jorge
Soneto da página 177 do livro. O poema que analisámos é denominado por ”Aquela triste e leda madrugada”, de Luís de Camões e tem como forma poética soneto. Este poema insere-se na corrente da lírica Clássica. O tema principal deste soneto é a saudade visto que durante todo o poema o autor lamenta-se pois sente saudade da sua amada, como podemos observar no seguinte excerto: ”Que nunca poderá ver-se apartada”, fica a ideia de que foi uma separação não desejada. Outro excerto em que demonstra a saudade é: “Enquanto houver no mundo saudade”, pois este exemplo é considerado o mais importante. Relativamente à forma, a métrica é decassílabo, a rima é interpolada nas duas quadras e cruzada nos tercetos. No âmbito dos recursos literários temos presente neste poema a anáfora com a palavra “Ela” no início do primeiro verso nas três últimas estrofes. No vocabulário presente neste poema retirámos nomeadamente as seguintes palavras: ”Leda” que significa alegre; “Marchetada” que por sua vez significa matizada. O autor tenta passar-nos a ideia de que quando a sua amada não está presente sente saudade e desespero, como podemos ver na primeira estrofe. No resto do soneto, Luís de Camões transmite-nos a sensação que a sua amada está presente. Em suma o poeta Luís de Camões quis nos transmitir com este poema o sentimento de saudade. Afonso Claudino N°1 Miguel Silva N°21 André Francisco N°4
O poema "mudam-se os tempos, mudam se as vontades" de Luis Vaz de Camões está escrito de acordo pela lírica clássica pois foi inspirado pela estética do renascimento italiano, sendo um soneto. O soneto estrutura é constituída por duas quadras seguidas de dois tercetos e os seus versos são constituídos por dez sílabas métricas, isto é, versos decassilabicos. Neste soneto, a rima é interpolada, emparelhadas e interpolada, sendo o esquema rimatico:abba/baab/cdc/dcd. O principal tema deste soneto é a mudança. Numa fase melancólica da sua vida, o sujeito poético encontra-se desiludido com essa mudança dos tempos, das pessoas, dos seus valores e ideais e até mesmo no modo como estas se disponibilizam, como revela o verso "muda-se o ser mudam-se a confiança". Assim com passar dos tempos "do mal ficam as mágoas não lembrança, / e só bem (se algum houve) as saudades..", ou seja, para o eu lírico o que prevaleceu foram os momentos mais negativos da vida, pois o tempo levou a sua esperança. Ao longo do poema podemos encontrar sete formas verbais do verbo mudar, incluindo também vocabolos como" novas" e "novidades", e com isto pretende reforçar o tema principal, a mudança. Na primeira estrofe podemos encontrar uma enumeração e uma anáfora onde o autor faz uma generalização da mudança e fala na terceira pessoa do plural. Na segunda estrofe o sujeito poético fala na primeira pessoa do plural e utiliza uma antítese para expressar a sua ideia de mudança. Na terceira estrofe este começa por falar da renovação cíclica da natureza porque depois do inverno "neve fria" vem a primavera "verde manto" repor a alegria, mas nele essa renovação não acontece. Na última estrofe o eu lírico conclui que até a própria mudança muda.
Autoria de: Pedro Pinto Pedro Alberto 10°B O poema selecionado – Aquela triste e leda madrugada- em aula foi escrito no século XVI por Luís Vaz de Camões. É um soneto (estilo renascentista) e tem versos decassilábicos, o que corresponde à medida nova. Esta composição fala-nos da separação de dois amantes numa madrugada, sendo esta tanto “triste” como “leda" (alegre); alegre porque se trata de uma manhã, do início de um novo dia, uma vez que esta dá “ao mundo claridade"; por outro lado é triste, uma vez que esta madrugada presencia a separação de duas entidades que se amavam muito. O poema é constituído por duas quadras e dois tercetos (soneto) e tem rima interpolada, emparelhada e cruzada, tendo um esquema rimático: ABBA ABBA CAC ACA. No decorrer do mesmo podemos distinguir a utlização de vários recursos expressivos: ● triste e leda - Antítese ● ela/ela/ela - Anáfora ● palavras magoadas - Personificação ● ela viu/ela só viu - Personificação ● lágrimas em fio( ...) grande e largo rio – Hipérbole Com esta obra entendemos a dor e a saudade gerada pela separação de dois apaixonados numa clara madrugada.
O poema “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, de Luís Vaz de Camões, é um soneto, pois está estruturado em quatro estrofes, sendo dois quartetos (estrofes de quatro versos cada) e dois tercetos (estrofes de três versos cada). Os seus versos são decassílabos, isto é, contêm dez sílabas métricas. Quanto ao esquema rimatico, os versos apresentam duas disposições: a) na primeira estrofe, as sílabas tônicas são a 4ª e a 10ª; b) nas demais estrofes, as sílabas tónicas são a 6ª e a 10ª. Por fim, o esquema rímico apresenta a seguinte distribuição: ABBA ABBA CDC DCD. Como se percebe, nos quartetos, as rimas A são intercaladas (interpoladas ou opostas), na medida em que são os extremos do quarteto, enquanto as rimas B são emparelhadas (paralelas), ou seja, rimam dois a dois; nos tercetos, as rimas C e D são cruzadas (entrecruzadas ou alternadas), na medida em que se revezam nas estrofes. Este poema está assim inserido na corrente renascentista. Camões, poeta português que morreu relativamente novo mas teve uma grande vivência tento escrito a surpreendente e histórica epopeia "Os Lusíadas" escreveu o soneto "Mudam-se os tempo, mudam-se as vontades" que é considerado por muitos um dos poemas mais autobiográficos da sua autoria. Neste soneto o sujeito poético revela-se pessimista como concluímos com a leitura da terceira estrofe "O tempo cobre o chão de verde manto//que já coberto foi de neve fria,// e enfim, converte em choro o doce canto" que sugere a contradição entre a mudança do mundo e a da alma do sujeito mostrando que o poeta acredita na mudança na natureza mas não na sua vida que já parece acabada e sem ponto de viragem positiva possível, infeliz "Do mal ficam as mágoas na lembrança, // e do bem (se algum houve), as saudades" expondo a difilcudade do sujeito a relembrar algum momento feliz na sua vida. Uma característica permanente na escrita de Camões e que também está presente neste sujeito poético é a reflexão, moderada e centrada em temas sempre atuais mas de uma forma sempre ponderada e complexa. Em suma o soneto visa na crença da mudança mas não na vida da humanidade que permanece com o pensamento de que o tempo passa e arrasta todos os bons momentos com ele, sem deixar nenhuma réstia de esperança para a bonança.
GRUPO: Carolina M. Inês Coutinho Inês Filipe Leonor Bretes 10°C
Luís de Camões, nascido no século XVI, é o autor do vilancete "Perdigão perdeu a pena";onde encontramos um mote de 2 versos e 2 voltas de 7 versos (sétima).É uma redondilha maior e está aqui presente a rima interpolada e emparelhada. A temática neste poema é um desabafo sobre o amor não correspondido. Percebemos que o perdigão é uma metáfora para o sujeito e este joga com o sentido da palavra "pena",cujo campo semântico representa dois sentidos diferentes, um com sentido físico e outro com o sentido literal do sentimento de solidão, como vemos nos versos 5 e 6 a antítese "perde a pena do voar / ganha a pena do tormento" aqui o sonho do poeta revela-se irrealizável e ainda sofre com ele. Este seu desejo era demasiado ambicioso, como vemos na metáfora "Quis voar uã alta torre" e acabou por fracassar "mas achou-se desasado".
O poema " Aquela cativa" foi escrito por Camões no século XVI, integrando-se na lírica tradicional camoniana. O poema é constituído por cinco estrofes de oito versos- oitava - em que cada verso tem cinco sílabas métricas - redondilha menor. A rima é interpolada, sendo o esquema rimático "ABBA" e o seu tipo de composição uma trova. O tema é a representação da amada, a experiência amorosa e a reflexão sobre o amor pois o autor descreve-a como sendo diferente porém bela. A ideia principal deste poema é a beleza da escrava que o fez "prisioneiro" da sua beleza e amor como podemos ver nos vv. 1 e 2 " Aquela cativa/ que me tem cativo". O poeta utiliza a metáfora " pretidão de amor" para enaltecer a beleza da escrava mesmo ela tendo pele escura, olhos escuros e cabelo escuro elevando-a ao nível das mulheres europeias com a antítese " que a neve lhe jura/ que trocara a cor" vv. 27 e 28. Camões também a descreve psicologicamente como serena, calma e doce com a hipérbole: " Presença serena/ que a tormenta amansa;/ nela, enfim, descansa/toda a minha pena.", vv. 33 a 36. Em conclusão, a "cativa" possuía uma beleza muito diferente do estereótipo europeu, deixando Camões ao seu amor.
Grupo: Juliana Gomes n°12 Luana Costa n°13 Matilde Richardo n°20
Lágrimas tristes tomarão vingança é um soneto¹ de Luís Vaz de Camões, lírico português do séc. XVI que influenciou a escrita e cultura nacional e internacional até aos dias de hoje. Este poeta escreveu diversos poemas de origem tradicional e renascentista. O soneto é composto por duas quadras e dois tercetos, tendo estes na sua composição versos decassilábicos, ou seja, de medida nova. Devido a ser um soneto, este poema pertence à corrente renascentista ou clássica. O primeiro e o quarto verso têm rima interpolada, à semelhança do quinto e oitavo versos. Os versos números 2 e 3, 4 e 5, 6 e 7 fazem, entre si, rima emparelhada. Os nono, décimo primeiro e décimo terceiro versos têm rima cruzada entre si, tal como o décimo, décimo segundo e décimo quarto versos. Este poema tem como tema o amor, uma vez que “Amor sofrera, mal que eu me partira”, tendo, mais especificamente, o sofrimento e a saudade do sujeito poético para com a sua amada em evidência. Esta composição apresenta a ideia de um sujeito poético revoltado, magoado e entristecido com a sua amada, tal como é percetível pelo verso “Lágrimas tristes tomarão vingança”. A sua saudade é intensificada pelos seguintes versos: “Apartei-me de vós, mas a vontade,/ (…) / Me faz crer que esta ausência é de mentira”, tal é a sua saudade que o sujeito poético se leva a acreditar que a distância da amada é mentira, de forma a apaziguar o seu sofrimento. Esta composição começa por apresentar um sujeito poético que implora piedade à sua amada, à semelhança do seu desejo de a ver saudosa devido à sua partida. Seguindo-se da sua partida, o sujeito sente uma grande falta da sua amada, tão grande, aliás, que, para não sofrer tanto com o seu afastamento da amada, mente a si próprio, não querendo acreditar que estava longe daquela que ama. No entanto, quando a sua amada lhe parte o coração, - por motivos não explícitos no poema – este quebra esta sua ilusão e abraça o seu sofrimento. O sujeito despede-se da sua amada, jurando-lhe “vingança”, pelo seu sofrimento. Fá-lo afastando-se de vez da sua amada admitindo que, mesmo assim, será “sepultado” no vosso esquecimento. É costume nos poemas, dos quais este não se exclui, serem empregues vários recursos expressivos para dar mais "brilho" e um toque artístico à obra. Tomemos o exemplo desta perífrase - recurso expressivo que consiste em dizer com várias palavras o que poderia ser dito numa só, ou de uma forma mais simples - : "Sepultado no vosso esquecimento". A utilização deste recurso estilístico temse como função transformar o sentido de uma frase mais simples e direta, tal como, "Para sempre por si esquecido" em algo com mais simbolismo e menos direta para o entendimento. Atente-se nesta personificação - recurso expressivo que se caracteriza pela atribuição de características humanas a uma entidade não humana - : "Lágrimas tristes tomarão vingança". Desta forma o poeta atribui características humanas a algo não humano, - as lágrimas.
Bruna Roque, n°6 Bruna Cuco, n°5 Miguel Matias, n°23 10°A
(Tal como prometido, enviamos de novo o texto com todas as informações pretendidas.)
Creio que publiquei a versão que corrigiram. Ainda assim, vejam as correções e cortes (ex., a muito desaquada explicação para os recursos expressivos!!!). Também acrescentei a possível expressividade de 2 figuras de estilo que vocês não exploram. Está a verde. Podem propor-me outras leituras, que eu emendo.
Foi melhor a apresentação do que o texto. A escrita está pouco cuidada e não existia qualquer explicação da lógica e do efeito das figuras de estilo. Vejam o que foi emendado/acrescentado.
22 comentários:
Poesia Camoniana Tradicional
Grupo:
Beatriz Silva, n°3
Carolina Sousa, n°8
João Matias, n°19
Pedro Santos, n°24
Vítor Santos, n°28
Análise do poema de Camões :
O poema “Pastora da Serra” está inserido no contexto da representação da amada, um tema recorrente na poesia de Camões. Neste poema o poeta não se cansa de elogiar a sua amada ao recorrer a comparações e metáforas como formas de a elevar a um nível quase sobrehumano. Esta relação entre o poeta e a sua amada chega a ser quase como uma relação de adoração, visto que o sujeito poético caracteriza a sua amada, a pastora, com função a aspetos da natureza. Na seguinte passagem o poeta descreve a inveja alheia das outras mulheres para com a pastora:
“ Se flores deseja,
(por ventura delas)
das que colhe, belas,
mil morrem de enveja.”
Sendo, portanto, estas “mil” as outras senhoras.
Este poema Camoniano é constituído por seis estâncias, todas estas têm sete versos, são portanto sétimas. O poema está escrito em redondilha menor (5 sílabas métricas).
O tema do poema foi inspirado no mote já existente (cantiga alheia):
“ Pastora da serra,
da serra da Estrela
perco-me por ela.”
Camões faz referência ao mote ao longo do poema nos dois últimos versos de cada estrofe.
Na volta (desenvolvimento do poema) o sujeito poético exprime a sua admiração e paixão pela pastora, à qual o poema é dirigido, cada estrofe serve para enaltecer uma qualidade da figura feminina, frequentemente comparada à natureza:
” Se na água corrente
seus olhos inclina,
faz luz cristalina
parar a corrente.”
Esta estância provavelmente faz referência a alguma situação observada por Camões em que este admirou a beleza dos olhos da pastora ao se debruçar perante um curso de água.
As estrofes terminam com o verso: “perco-me por ela” ou a variação (que ocorre uma única vez “sei morrer por ela” nas quais o poeta exprime a sua paixão.
O poema será resultado de uma das muitas paixonetas de Camões, às quais este tinha costume de dedicar poemas e tal como em muitos dos seus outros poemas o poeta coloca bastante ênfase nas qualidades da figura feminina, especialmente os olhos que parecem ser um dos elementos que Camões mais utiliza para caracterizar a figura feminina na sua poesia. A pastora de quem o poeta fala seria, talvez, uma jovem com grandes qualidade físicas, e por esta mesma razão, os homens (“pastores”) das redondezas e claro Camões a admiravam e a perseguiam:
“ Sendo entre pastores
causa de mil males,
não se ouvem nos vales
senão seus louvores”
Posto isto, concluímos que este poema é mais uma obra de Camões que merece ser reconhecida pela sua criatividade e inovação, para a época, no contexto da caracterização da amada, esta na sua poesia surge tanto nos sonetos como nas redondilhas que apresentam retratos físicos e psicológicos da mulher amada. Apesar de a mulher não ser sempre uma figura angelical na poesia de Camões, neste poema isso verifica-se. O sujeito poético utiliza este poema como forma de se declarar á figura feminina.
“Amor é fogo que arde sem se ver”
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
“Amor é fogo que arde sem se ver” de Luís Vaz de Camões, escritor e poeta português do século XVI, que escreveu diversos poemas de origem tradicional e renascentista. Este poema enquadra-se na poesia renascentista, sendo um soneto porque tem quatorze versos, divididos em duas quadras (quatro versos) e dois tercetos (três versos).
Trata-se de uma “medida nova”, caracterizando-se por ter dez sílabas métricas: “A/mor / é / fo/go / que ar/de / sem / se / ver”. Tem rima interpolada, emparelhada e cruzada.
Através da utilização de antíteses e metáforas, revela a impossibilidade de definir o amor, um sentimento não só contraditório como também desejado pelo ser humano. Na primeira quadra, as ideias opostas estão relacionadas como um encadeamento lógico, uma ideia de causalidade: primeiro vem o fogo, que leva à ferida e por sua vez à dor.
No desenvolvimento do poema podemos perceber que tanto no início como no fim é utilizada a palavra “Amor”, reforçando não só o tema do poema como também a intenção do poeta de decifrar este sentimento. Para além disso, com a utilização da conjunção “Mas” no início do segundo soneto retrata uma ideia de oposição em relação ao que o poeta tinha dito anteriormente, procurando qual a resposta para o Amor ser um sentimento tão contrário como procurado e desejado. Por fim verifica-se também uma interrogação retórica no último terceto, que funciona como conclusão,esta coloca uma questão aos leitores, não com o objetivo de esta vir a ser respondida mas sim para ser refletida, tornando-se o Amor impossível de definir.
É através de antíteses como nos versos 1 a 11: “Amor é fogo que arde sem se ver;” e “É ferida que dói e não se sente;”, de metáforas: “Amor é fogo”, de anáforas: forma verbal do verbo ser “é” do 2° ao 10° verso e de enumerações: Amor é fogo, ferida, contentamento,dor e cuidar que o poeta enriquece o seu complexo poema.
Camões com este soneto permitiu aos seus leitores refletir sobre este sentimento tão contrário, belo e inquietante que nos aquece o coração e a alma, que ainda é impossível de decifrar e definir, o Amor.
Ema Conceição n°11 10°A
Eva Sales n°13 10°A
Mariana Ferreira n°21 10°A
Poesia tradicional de Camões
A experiência amorosa e a reflexão sobre o amor
“Na fonte está Lianor” é uma cantiga de amigo que está inserida dentro do grupo da poesia tradicional.
Esta cantiga apresenta mote – “Na fonte está Lianor lavando a talha e chorando, às amigas perguntando: “ vistes lá o meu amor?”
Neste poema os versos estão organizados em redondilha maior, uma vez que apresenta sete sílabas métricas em cada verso. O poema está dividido em três oitavas, tendo rima emparelhada no segundo e terceiro/sexto e sétimo versos de cada estrofe.
No poema a forma da pastora representar o seu sofrimento perante as amigas é bastante complexa, escondendo o sofrimento mas demonstrando a sua preocupação.
Para realçar a mágoa de Lianor o sujeito poético utiliza o recurso expressivo metáfora como se observa no verso 14 – “os olhos no chão pregados”; usa também uma perífrase no verso 21 “Não deita dias olhos água” para dizer que Lianor tem uma mágoa tão grande que faz com que a mesma não consiga sequer chorar e aliviar a sua dor.
Concluindo, este poema camoniano contém inúmeros elementos que se assemelham às cantigas de amigo como a experiência amorosa e a reflexão sobre o amor.
Palavras 10 , pág.159
Francisco Gabriel ,n°15
Matias Araújo ,n°22
Rafael Raposo ,n°25
Rita Gonçalves ,n°26
Rodrigo Paiva ,n°27
Teresa Lourenço ,n°28
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver; A
É ferida que dói e não se sente; B
É um contentamento descontente; B
É dor que desatina sem doer; A
É um não querer mais que bem querer; A
É solitário andar por entre a gente; B
É nunca contentar-se de contente; B
É cuidar que se ganha em se perder; A
É querer estar preso por vontade; C
É servir a quem vence, o vencedor; D
É ter com quem nos mata lealdade. C
Mas como causar pode seu favor D
Nos corações humanos amizade, C
Se tão contrário a si é o mesmo Amor? D
Luís de Camões
O poema “amor é fogo que arde sem se ver”, escrito por Luís Vaz de Camões é um soneto, ou seja, é constituído por quatro estrofes, sendo as duas primeiras quadras e as duas últimas tercetos. As quadras são constituidas por rima emparelhada e interpolada e os tercetos por rima cruzada. Os versos são consitituidos por dez silabas métricas cada um, recebendo a designaçõ de decassílabo. O soneto está inserido no tema “Experiencia amorosa e reflexão sobre o amor”, sendo que está inserido nos poemas de amor conturbado. Estes poemas dividem o amor entre o anseio espiritual e o desejo e é marcado por sentimentos negativos: Saudade, culpa e insatisfação.
Neste poema, Camões tenta criar uma definição de amor. Para isso, faz diversas comparações, que acabam por dar em contradições, dando a ideia de que o amor é impossivel de definir.
Ao longo do poema Camões tenta explicar que o amor é uma dor psicológica que nos magoa recorrendo a expressões contraditórias, oxímoros: “é a ferida que dói e não se sente”; Por meio de enumerações e contradições tenta ainda explicar que o amor também apresenta características como a dependência da pessoa amada, a intensidade dos sentimentos. Também refere que por mais que ande acompanhado e rodeado por várias pessoas, continua a sentir-se solitário, pois a pessoa que ele ama não lhe retribui o amor: “É solitário andar por entre a gente”.
De seguida, é abordada a ideia de que estar apaixonado e amar, apesar de todos os sofrimentos, são ações feitas e sentidas de livre vontade. Essa ideia é dada quando o poeta se compara a um prisioneiro da amada, no entanto ele é que se prendeu a ela de livre vontade. Ainda é dito que se tem lealdade para com a pessoa que mais nos causa sofrimento, o que é contraditório.
No final do poema, Camões conclui que o amor consiste no conjunto de muitos outros sentimentos como felicidade, paixão, sofrimento, mágoa, humildade, satisfação, fieldade, ilusão, entre outros. No entanto, é um sentimento impossivel de definir com significado literal.
O poeta acaba por transmitir ao leitor uma ideia de reflexão sobre a fragilidade do Homem perante um sentimento tão comum e no entanto tão complexo.
Carolina Oliveira, nº7
Fernanda Maria, nº14
Guilherme Fróis, nº16
Henrique Baptista, nº17
10º A
“Aquela cativa”- página 154
O poema “Aquela cativa” de Luís Vaz de Camões enquadra-se na poesia tradicional do autor. A corrente tradicional é caracterizada por ser escrita em medida velha ou redondilha, que dependendo do número de sílabas métricas pode ser mais (sete sílaba s métricas) ou menor (cinco sílabas métricas). Os poemas tradicionais podem ter mote ou não.
O poema “Aquela cativa” é uma troca que ao contrário da maioria da poesia tradicional não possui mote. A estrutura externa do poema é composta por cinco oitavas (cinco estrofes com oito versos) em que cada verso tem cinco sílabas métricas - redondilha menor. Em relação às rima de cada estrofe no 1° e 4° versos e no 5° e 8° versos a rima é interpolada, já no 2° e 3° versos e no 6° e 7° versos a rima emparelhada.
Os primeiros quatro versos do poema demonstram a paixão do sujeito poético pela escrava, especialmente através do jogo semântico da palavra. “cativo” (“cativo”- preso, “cativo”- escravo) na medida em sua amada é uma escrava mas ele é que se encontra prisioneiro deste amor. A atipicidade deste amor realçada pela diferença de características entre o autor a amada, cuja representação é feita ao longo do poema.
Para esta caracterização, o autor recorre ao uso de comparações, hipérboles e antíteses. A comparação, contida nos versos nove a doze, evidência de forma hiperbólica a beleza exótica de Barbora pela sua comparação com elementos da natureza. Para o mesmo efeito, Camões utiliza antíteses como está contida nos versos vite e cinco ao vinte e oito, que provoca o contraste entre a pele da escrava da neve.
Já os quatro últimos versos são a repetição dos primeiros quatro versos possuindo apenas uma conclusão diferente de acordo com o sentido do texto, evidenciando está paixão de Camões pela escrava.
Por fim, através da descrição da amada o autor consegue demonstrar ao leitor a intensidade deste amor que não segue os padrões sociais nem de beleza da época.
Umbelino,n°1 ;A. Cintrão,n°2; C. Martins,n°9; C. Monteiro, n°10
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões
B Julio
I Pereira
M Oliveira
"Lágrimas Tristes Tomarão Vingança"
Se somente hora alguma em vós piedade
De tão longo tormento se sentira,
Amor sofrera, mal que eu me partira
De vossos olhos, minha saudade.
Apartei-me de vós, mas a vontade,
Que por o natural na alma vos tira,
Me faz crer que esta ausência é de mentira;
Porém venho a provar que é de verdade.
Ir-me-ei, Senhora; e neste apartamento
Lágrimas tristes tomarão vingança
Nos olhos de quem fostes mantimento.
Desta arte darei vida a meu tormento,
Que, enfim, cá me achará minha lembrança
Sepultado no vosso esquecimento.
Luís Vaz de Camões
Lágrimas tristes tomarão vingança é um soneto¹ de Luís Vaz de Camões, lírico português do séc. XVI que influenciou a escrita e cultura nacional e internacional até aos dias de hoje. Este poeta escreveu diversos poemas de origem tradicional e renascentista.
O soneto é composto por duas quadras e dois tercetos, tendo estes na sua composição versos decassilábicos, ou seja, de medida nova. Devido a ser um soneto, este poema pertence à corrente renascentista ou clássica.
O primeiro e o quarto verso têm rima interpolada, à semelhança do quinto e oitavo versos. Os versos números 2 e 3, 4 e 5, 6 e 7 fazem, entre si, rima emparelhada. Os nono, décimo primeiro e décimo terceiro versos têm rima cruzada entre si, tal como o décimo, décimo segundo e décimo quarto versos.
Este poema tem como tema o amor, uma vez que “Amor sofrera, mal que eu me partira”, tendo, mais especificamente, o sofrimento e a saudade do sujeito poético para com a sua amada em evidência.
Esta composição apresenta a ideia de um sujeito poético revoltado, magoado e entristecido com a sua amada, tal como é percetível pelo verso “Lágrimas tristes tomarão vingança”.
A sua saudade é intensificada pelos seguintes versos: “Apartei-me de vós, mas a vontade,/ (…) / Me faz crer que esta ausência é de mentira”, tal é a sua saudade que o sujeito poético se leva a acreditar que a distância da amada é mentira, de forma a apaziguar o seu sofrimento.
Esta composição começa por apresentar um sujeito poético que implora piedade à sua amada, à semelhança do seu desejo de a ver saudosa devido à sua partida. Seguindo-se da sua partida, o sujeito sente uma grande falta da sua amada, o que o leva a querer acreditar que a sua partida e afastamento não tenham sido verdadeiros, porém, apercebeu-se do contrário.
O sujeito despede-se da sua amada e, desta vez, definitivamente. Fá-lo admitindo que a sua ausência será tormento para a sua Senhora.
Devido à complexidade do poema, a síntese está inacabada, tal como a presença de recursos expressivos.
Bruna Cuco, n°5, 10°A
Bruna Roque, n°6, 10°A
Miguel Matias, n°23, 10°A
Mudam-se os tempos , Mudam-se as vontades
Luís de Camões (1524-1580) foi um poeta português e o maior representante do classicismo português. Autor do poema “Os Lusíadas”, uma das obras mais importantes da literatura portuguesa, e do seguinte poema:
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões
O poema anteriormente referido tem como tema a mudança, sendo que o sujeito poético aborda as mudanças que se vão sucedendo. Todas as coisas estão em constante alteração, mas existem dois aspectos que incomodam o sujeito de um modo especial sendo elas as mudanças que ocorrem na Natureza e o facto da própria mudança mudar.
O poema insere-se na corrente renascentista pois estamos perante um soneto, uma vez que este se distingue por apresentar duas quadras e dois tercetos. Na primeira quadra o sujeito poético apresenta a ideia que se vai desenvolver várias mudanças, na segunda quadra o poeta desenvolve a ideia apresentada na quadra inicial, de seguida no primeiro terceto o poeta confirma, de modo concreto, o desenvolvimento das ideias: a mudança que se efetua na natureza como no seu espírito, já no segundo terceto e ultima estrofe este faz a síntese do tema acabando com a “chave de ouro” a noção de que a mudança mais surpreendente de que já não se muda como era costume, isto é, a mudança da própria mudança.
O soneto apresenta 14 versos os quais são decassilábicos, a nível da métrica, como se percebe no verso «Mu/dam/-se os/tem/pos,/mu/dam/-se as/von/ta/(des)» - a medida nova.
Este poema apresenta um esquema
rimático ABBA/BAAB/CDC/DCD, em que nas quadras a rima é emparelhada e interpolada e nos tercetos cruzada.
Ao longo da composição poética vão surgindo vários recursos expressivos, tais como a anáfora presente na constante utilização do verbo mudar: «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades; / Mudam-se o ser, muda-se a confiança»; a antítese retratada nos versos- «Do mal ficam as mágoas na lembrança,/E do bem, se algum houve, as saudades.». e metáfora apresentada nos versos - « O tempo cobre o chão de verde manto,/Que já coberto foi de neve fria », sendo que se referem à primavera e ao inverno respetivamente.
B. Júlio,
I. Pereira,
M. Oliveira
Trabalho sobre a Lírica Camoniana
(Análise ao poema Mudam-se os tempos, “mudam-se as vontades”)
No soneto “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” a lírica utilizada é a clássica, pois para além de possuir decassilábicos, o soneto apresenta 14 versos sendo dividido em duas quadras e dois tercetos.
O poema tem 3 tipos de rima, interpolada nas quadras e cruzadas nos tercetos olhando para o conjunto de todo o poema. Se olharmos para os tercetos individualmente, temos uma rima interpolada com um verso solto no meio.
O tema do poema é a mudança porque o poeta ao longo do soneto refere que muda-se o ser; muda-se a confiança e todo o mundo é composto de mudança. O poeta faz isto para mostrar a oposição entre o tempo da natureza e o tempo humano. O sujeito poético mostra-se desiludido com a vida, mostra também que o ciclo da natureza volta sempre á fase inicial enquanto diz que a sua vida só muda para pior, com isto o poeta demonstra que está num momento baixo da sua vida, mostrando sentimentos melancólicos a cada verso (por exemplo nos versos 9 a 11) “ O tempo cobre o chão de verde manto, / que já coberto foi de neve fria, / e enfim, converte em choro o doce canto.”
Por fim os recursos expressivos são: anáfora- com a repetição do verbo mudar (6x) e a antítese – “converte em choro o doce canto”.
Enquanto que a natureza tem a capacidade de se renovar o poeta acha que já não a possui.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.
E, afora mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões- foi um poeta do séc XVI que escreveu inúmeros poemas e entre outras histórias temos como o seu ex-líbris" Os Lusíadas" o seu poema mais conhecido é " O amor é fogo que arde sem se ver " Camões foi um escritor muito vivido que ao longo da sua vida viveu batalhas e viagens. O poema estudado encontra-se na (pág.180 do manual adotado)
Trabalho realizado por:
Catarina Vieira;
Mário Ribeiro;
Marta Alcântara;
Raquel Domingos.
10ºB
Soneto da página 172(não
possui título)
A forma poética deste texto de Camões pertence à corrente clássica e é um soneto,sendo assim um decassílabo(dez sílabas métricas por verso) e possuindo 4 estrofes(2 quadras seguidas de dois tercetos).Possui duas rimas emparelhadas,uma nos versos 3 e 4("mereço"e "endoudeço"),e outra nos versos 6 e 7("preço" e "peço"),sendo todas rimas consoantes entre si.Nas duas quadras, as rimas interpoladas são consoantes(versos 1 e 4;5 e 8: "ficaste" e "apertaste";"ligaste" e "desataste"),assim como os tercetos(versos 9 e 12;10 e 13;11 e 14:"vejo" e "desejo";"dores" e "amores";"tomar-te" e "parte").As rimas dos versos 11 e 14 com as rimas interpoladas das duas quadras formam rimas toantes.
O tema abordado no soneto é a beleza da donzela (em especial dos seus cabelos) e o forte desejo do poeta(ou um personagem ao qual o poeta dá vida como se fosse ele próprio)por essa donzela,exemplos nos versos 5 e 6:"Aquelas tranças de ouro que ligaste/que os raios de Sol têm em pouco apreço",que relata a beleza das tranças da donzela e a super-estima acima da beleza dos raios de sol;e nos versos 3 e 11:"Se só contigo,vendo-te,endoudeço//(...)hei-de tomar-te,que mostra o desejo exacerbado do poeta pela donzela.
Por falar em primeira pessoa,o poeta(ou a "personagem")pode ser caracterizado pelas suas falas,que mostra,além de que está interessado na donzela,que é uma pessoa estudada("de classe"),por ser bastante formal e usar bem as palavras,e,e pela determinação com que fala hei de tomar-te,vemos como é decidido(imaginando porém,que assim falasse à donzela,pareceria um tanto que insensível,possessivo,talvez alguém que não aceita ser contrariado).A donzela é só tratada por uma belíssima mulher,não estando presente a fala ou reação ao que o poeta diz.
Por Camões são utilizados ainda recursos expressivos,entre eles:metáfora(verso 5:"Aquelas tranças de ouro"),interrogação retórica(verso 4:"que fora cos cabelos apertaste?";sem ironia,o autor não quer mesmo saber com o que ela prende os cabelos,mas mostrar-lhe que para ele não tem nenhum cabelo que se compare ao dela),antítese(verso 8:"se para me atar os desataste").
Como pudemos ver,os sonetos de Luís de Camões são ricos não só de conteúdo(tema),mas de rimas e descrição das personagens e de sentimentos.
Guilherme A,Luís F,Duarte P 10B
Autoria de:
Ricardo Duarte
Ricardo Garrido
Rodrigo Reis
10º B
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade;
Mas como causar pode seu favor ;
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Este poema encontra-se na corrente clássica lírica Camoniana, utilizando a medida nova ou seja com versos decassilábicos, enquadrado naquilo que é um soneto.
O poeta neste soneto tenta por 11 tentativas explicar o amor e acaba por não o conseguir realizar. Não possuí mote, o soneto é referida a dor ”é a ferida que dói e não se sente”-verso 2-o sujeito faz referência a uma dor que lhe altera a consciência por completo; a agitação ”é fogo que arde sem se ver”-verso 1-o poeta compara o fogo a uma agitação interior; o isolamento e a solidão “é a solitário andar por entre a gente”-verso 6-o sujeito sente-se sempre sozinho quando não está com o amor.
Este poema é composto por 4 estrofes, nas quais as 2 iniciais são quadras com rima interpolada e as 2 últimas são tercetos com rima cruzada.
Também possuía inúmeras anáforas na repetição do verbo “ser” 11 vezes, antítese nas expressões ”É solitário andar por entre a gente”e “É nunca contentar-se de contente”, oxímoro no vocábulo “É ferida que dói e não se sente” e metáfora na maioria dos versos como por exemplo “Amor é fogo que arde sem se ver”.
Concluímos, que Camões tenta expressar apesar das 11 tentativas com o ponto de interrogação no final do poema que existem inúmeras formas de definir o amor mas todas elas complexas e contraditórias.
O poema “Na fonte está Lianor”, é uma cantiga alheia que está baseada num mote já existente (mote/cantiga alheia).
O texto foi desenvolvido por Luís de Camões, baseando-se na corrente lírica tradicional, a qual gira em torno de quatro grandes grupos, encaixando-se neste poema o amor, verificando-se no verso 2 (“porque a tudo o Amor a obriga”) e no verso 12 (“viste lá o meu amor?”).
O poema fala de Lianor, a qual sofria de amor pois estava afastada do seu amado, entretanto as suas amigas chegaram e esta tentou disfarçar a sua fragilidade e sofrimento como se percebe no verso 18 e 19"(...) suspende de quando/em quando a dua dor.", mas quando as suas amigas lhe disseram que sabiam algo, como se entende no verso 26 (“soube novas perguntando”), desatou a chorar demonstrando a sua dor, expresso no verso 27 (“d’emproviso a vi chorando”).
Ao nível da forma este poema é uma redondilha maior com três oitavas. As rimas deste poema são interpoladas e emparelhas ao longo de todo o poema, o esquema rimático é igual nas três estrofes(abbacddc).
No decorrer do poema encontramos vários recursos tais como a metáfora, usada no verso 14 ("os olhos no chão pergados") para demonstrar a sua tristeza e sofrimento, e a uma perifrase no verso 21("não deita dos olhos água") substituindo por muitas palavras o que poderia ser dito apenas com uma palavra,neste caso "não chora".
Tendo em conta o tema principal do poema, os versos 21 e 22("não deita dos olhos água/wue não quer que a dor se abrande") são contraditórios, porque ela pensa que se não chorar é porque está a trair a pessoa que já não está consigo por não demonstrar a sua dor.
O tema predominante neste poema é o amor e Camões utiliza várias palavras para descrever-lo tais como, "mágoa" e "sofrimento"(palavras de cariz melancólico).
Pagina 159 do manual
Trabalho realizado por:
André Esteves
Beatriz Salgueiro
Laura Tomás
Lucas Jorge
Soneto da página 177 do livro. O poema que analisámos é denominado por ”Aquela triste e leda madrugada”, de Luís de Camões e tem como forma poética soneto. Este poema insere-se na corrente da lírica Clássica.
O tema principal deste soneto é a saudade visto que durante todo o poema o autor lamenta-se pois sente saudade da sua amada, como podemos observar no seguinte excerto: ”Que nunca poderá ver-se apartada”, fica a ideia de que foi uma separação não desejada. Outro excerto em que demonstra a saudade é: “Enquanto houver no mundo saudade”, pois este exemplo é considerado o mais importante. Relativamente à forma, a métrica é decassílabo, a rima é interpolada nas duas quadras e cruzada nos tercetos. No âmbito dos recursos literários temos presente neste poema a anáfora com a palavra “Ela” no início do primeiro verso nas três últimas estrofes. No vocabulário presente neste poema retirámos nomeadamente as seguintes palavras: ”Leda” que significa alegre; “Marchetada” que por sua vez significa matizada.
O autor tenta passar-nos a ideia de que quando a sua amada não está presente sente saudade e desespero, como podemos ver na primeira estrofe. No resto do soneto, Luís de Camões transmite-nos a sensação que a sua amada está presente.
Em suma o poeta Luís de Camões quis nos transmitir com este poema o sentimento de saudade.
Afonso Claudino N°1
Miguel Silva N°21
André Francisco N°4
O poema "mudam-se os tempos, mudam se as vontades" de Luis Vaz de Camões está escrito de acordo pela lírica clássica pois foi inspirado pela estética do renascimento italiano, sendo um soneto. O soneto estrutura é constituída por duas quadras seguidas de dois tercetos e os seus versos são constituídos por dez sílabas métricas, isto é, versos decassilabicos. Neste soneto, a rima é interpolada, emparelhadas e interpolada, sendo o esquema rimatico:abba/baab/cdc/dcd.
O principal tema deste soneto é a mudança. Numa fase melancólica da sua vida, o sujeito poético encontra-se desiludido com essa mudança dos tempos, das pessoas, dos seus valores e ideais e até mesmo no modo como estas se disponibilizam, como revela o verso "muda-se o ser mudam-se a confiança". Assim com passar dos tempos "do mal ficam as mágoas não lembrança, / e só bem (se algum houve) as saudades..", ou seja, para o eu lírico o que prevaleceu foram os momentos mais negativos da vida, pois o tempo levou a sua esperança.
Ao longo do poema podemos encontrar sete formas verbais do verbo mudar, incluindo também vocabolos como" novas" e "novidades", e com isto pretende reforçar o tema principal, a mudança.
Na primeira estrofe podemos encontrar uma enumeração e uma anáfora onde o autor faz uma generalização da mudança e fala na terceira pessoa do plural. Na segunda estrofe o sujeito poético fala na primeira pessoa do plural e utiliza uma antítese para expressar a sua ideia de mudança. Na terceira estrofe este começa por falar da renovação cíclica da natureza porque depois do inverno "neve fria" vem a primavera "verde manto" repor a alegria, mas nele essa renovação não acontece. Na última estrofe o eu lírico conclui que até a própria mudança muda.
Palavras 10, pág 180
Pedro D
Bruno A
Autoria de:
Pedro Pinto
Pedro Alberto
10°B
O poema selecionado – Aquela triste e leda madrugada- em aula foi escrito no século XVI por Luís Vaz de Camões. É um soneto (estilo renascentista) e tem versos decassilábicos, o que corresponde à medida nova.
Esta composição fala-nos da separação de dois amantes numa madrugada, sendo esta tanto “triste” como “leda" (alegre); alegre porque se trata de uma manhã, do início de um novo dia, uma vez que esta dá “ao mundo claridade"; por outro lado é triste, uma vez que esta madrugada presencia a separação de duas entidades que se amavam muito.
O poema é constituído por duas quadras e dois tercetos (soneto) e tem rima interpolada, emparelhada e cruzada, tendo um esquema rimático: ABBA ABBA CAC ACA. No decorrer do mesmo podemos distinguir a utlização de vários recursos expressivos:
● triste e leda - Antítese
● ela/ela/ela - Anáfora
● palavras magoadas - Personificação
● ela viu/ela só viu - Personificação
● lágrimas em fio( ...) grande e largo rio – Hipérbole
Com esta obra entendemos a dor e a saudade gerada pela separação de dois apaixonados numa clara madrugada.
O poema “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, de Luís Vaz de Camões, é
um soneto, pois está estruturado em quatro estrofes, sendo dois quartetos (estrofes de
quatro versos cada) e dois tercetos (estrofes de três versos cada).
Os seus versos são decassílabos, isto é, contêm dez sílabas métricas. Quanto ao esquema rimatico, os versos apresentam duas disposições: a) na
primeira estrofe, as sílabas tônicas são a 4ª e a 10ª; b) nas demais estrofes, as sílabas tónicas
são a 6ª e a 10ª.
Por fim, o esquema rímico apresenta a seguinte distribuição: ABBA ABBA CDC
DCD. Como se percebe, nos quartetos, as rimas A são intercaladas (interpoladas ou
opostas), na medida em que são os extremos do quarteto, enquanto as rimas B são
emparelhadas (paralelas), ou seja, rimam dois a dois; nos tercetos, as rimas C e D são
cruzadas (entrecruzadas ou alternadas), na medida em que se revezam nas estrofes.
Este poema está assim inserido na corrente renascentista.
Camões, poeta português que morreu relativamente novo mas teve uma grande vivência tento escrito a surpreendente e histórica epopeia "Os Lusíadas" escreveu o soneto "Mudam-se os tempo, mudam-se as vontades" que é considerado por muitos um dos poemas mais autobiográficos da sua autoria. Neste soneto o sujeito poético revela-se pessimista como concluímos com a leitura da terceira estrofe "O tempo cobre o chão de verde manto//que já coberto foi de neve fria,// e enfim, converte em choro o doce canto" que sugere a contradição entre a mudança do mundo e a da alma do sujeito mostrando que o poeta acredita na mudança na natureza mas não na sua vida que já parece acabada e sem ponto de viragem positiva possível, infeliz "Do mal ficam as mágoas na lembrança, // e do bem (se algum houve), as saudades" expondo a difilcudade do sujeito a relembrar algum momento feliz na sua vida. Uma característica permanente na escrita de Camões e que também está presente neste sujeito poético é a reflexão, moderada e centrada em temas sempre atuais mas de uma forma sempre ponderada e complexa.
Em suma o soneto visa na crença da mudança mas não na vida da humanidade que permanece com o pensamento de que o tempo passa e arrasta todos os bons momentos com ele, sem deixar nenhuma réstia de esperança para a bonança.
GRUPO:
Carolina M.
Inês Coutinho
Inês Filipe
Leonor Bretes
10°C
Luís de Camões, nascido no século XVI, é o autor do vilancete "Perdigão perdeu a pena";onde encontramos um mote de 2 versos e 2 voltas de 7 versos (sétima).É uma redondilha maior e está aqui presente a rima interpolada e emparelhada.
A temática neste poema é um desabafo sobre o amor não correspondido. Percebemos que o perdigão é uma metáfora para o sujeito e este joga com o sentido da palavra "pena",cujo campo semântico representa dois sentidos diferentes, um com sentido físico e outro com o sentido literal do sentimento de solidão, como vemos nos versos 5 e 6 a antítese "perde a pena do voar / ganha a pena do tormento" aqui o sonho do poeta revela-se irrealizável e ainda sofre com ele.
Este seu desejo era demasiado ambicioso, como vemos na metáfora "Quis voar uã alta torre" e acabou por fracassar "mas achou-se desasado".
Autores:
- António Guilherme Loureiro 10°C N°1
- Catarina tordo 10°C N°4
- Diogo Catarino 10°C N°7
- Gonçalo Frutuoso 10°C N°8
O poema " Aquela cativa" foi escrito por Camões no século XVI, integrando-se na lírica tradicional camoniana. O poema é constituído por cinco estrofes de oito versos- oitava - em que cada verso tem cinco sílabas métricas - redondilha menor. A rima é interpolada, sendo o esquema rimático "ABBA" e o seu tipo de composição uma trova.
O tema é a representação da amada, a experiência amorosa e a reflexão sobre o amor pois o autor descreve-a como sendo diferente porém bela.
A ideia principal deste poema é a beleza da escrava que o fez "prisioneiro" da sua beleza e amor como podemos ver nos vv. 1 e 2 " Aquela cativa/ que me tem cativo".
O poeta utiliza a metáfora " pretidão de amor" para enaltecer a beleza da escrava mesmo ela tendo pele escura, olhos escuros e cabelo escuro elevando-a ao nível das mulheres europeias com a antítese " que a neve lhe jura/ que trocara a cor" vv. 27 e 28. Camões também a descreve psicologicamente como serena, calma e doce com a hipérbole: " Presença serena/ que a tormenta amansa;/ nela, enfim, descansa/toda a minha pena.", vv. 33 a 36.
Em conclusão, a "cativa" possuía uma beleza muito diferente do estereótipo europeu, deixando Camões ao seu amor.
Grupo: Juliana Gomes n°12
Luana Costa n°13
Matilde Richardo n°20
Lágrimas tristes tomarão vingança é um soneto¹ de Luís Vaz de Camões, lírico português do séc. XVI que influenciou a escrita e cultura nacional e internacional até aos dias de hoje. Este poeta escreveu diversos poemas de origem tradicional e renascentista.
O soneto é composto por duas quadras e dois tercetos, tendo estes na sua composição versos decassilábicos, ou seja, de medida nova. Devido a ser um soneto, este poema pertence à corrente renascentista ou clássica.
O primeiro e o quarto verso têm rima interpolada, à semelhança do quinto e oitavo versos. Os versos números 2 e 3, 4 e 5, 6 e 7 fazem, entre si, rima emparelhada. Os nono, décimo primeiro e décimo terceiro versos têm rima cruzada entre si, tal como o décimo, décimo segundo e décimo quarto versos.
Este poema tem como tema o amor, uma vez que “Amor sofrera, mal que eu me partira”, tendo, mais especificamente, o sofrimento e a saudade do sujeito poético para com a sua amada em evidência.
Esta composição apresenta a ideia de um sujeito poético revoltado, magoado e entristecido com a sua amada, tal como é percetível pelo verso “Lágrimas tristes tomarão vingança”.
A sua saudade é intensificada pelos seguintes versos: “Apartei-me de vós, mas a vontade,/ (…) / Me faz crer que esta ausência é de mentira”, tal é a sua saudade que o sujeito poético se leva a acreditar que a distância da amada é mentira, de forma a apaziguar o seu sofrimento.
Esta composição começa por apresentar um sujeito poético que implora piedade à sua amada, à semelhança do seu desejo de a ver saudosa devido à sua partida. Seguindo-se da sua partida, o sujeito sente uma grande falta da sua amada, tão grande, aliás, que, para não sofrer tanto com o seu afastamento da amada, mente a si próprio, não querendo acreditar que estava longe daquela que ama. No entanto, quando a sua amada lhe parte o coração, - por motivos não explícitos no poema – este quebra esta sua ilusão e abraça o seu sofrimento.
O sujeito despede-se da sua amada, jurando-lhe “vingança”, pelo seu sofrimento. Fá-lo afastando-se de vez da sua amada admitindo que, mesmo assim, será “sepultado” no vosso esquecimento.
É costume nos poemas, dos quais este não se exclui, serem empregues vários recursos expressivos para dar mais "brilho" e um toque artístico à obra.
Tomemos o exemplo desta perífrase - recurso expressivo que consiste em dizer com várias palavras o que poderia ser dito numa só, ou de uma forma mais simples - : "Sepultado no vosso esquecimento". A utilização deste recurso estilístico temse como função transformar o sentido de uma frase mais simples e direta, tal como, "Para sempre por si esquecido" em algo com mais simbolismo e menos direta para o entendimento.
Atente-se nesta personificação - recurso expressivo que se caracteriza pela atribuição de características humanas a uma entidade não humana - : "Lágrimas tristes tomarão vingança". Desta forma o poeta atribui características humanas a algo não humano, - as lágrimas.
Bruna Roque, n°6
Bruna Cuco, n°5
Miguel Matias, n°23
10°A
(Tal como prometido, enviamos de novo o texto com todas as informações pretendidas.)
Brunas e Miguel
Creio que publiquei a versão que corrigiram.
Ainda assim, vejam as correções e cortes (ex., a muito desaquada explicação para os recursos expressivos!!!).
Também acrescentei a possível expressividade de 2 figuras de estilo que vocês não exploram. Está a verde. Podem propor-me outras leituras, que eu emendo.
NS
Guilherme A,Luís F,Duarte P
Lapso dificilmente aceitável nesta altura: "O poema não possui título" !!!!
Então não se identifica? Ver regras (setembro/2018)
NS
Ricardo Duarte
Ricardo Garrido
Rodrigo Reis
Foi melhor a apresentação do que o texto. A escrita está pouco cuidada e não existia qualquer explicação da lógica e do efeito das figuras de estilo.
Vejam o que foi emendado/acrescentado.
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