Corrente tradicional
• Formas poéticas tradicionais: cantigas, vilancetes, esparsas, endechas, trovas...
• Recurso à medida velha: redondilha menor e maior (5 e 7 sílabas, respetivamente).
• Temas tradicionais e populares; o cenário bucólico - a fonte, os campos, a natureza - a jovem bela que vai à fonte ou pastar os gados; o verde dos
campos e dos olhos da pastora; o amor simples e natural; a saudade; a mágoa; o ambiente cortesão com as suas futilidades e gracejos; os perigos do amor...
Corrente renascentista
• O designado estilo novo: soneto, canção, écloga, ode.
• Recurso à medida nova: decassílabo (ou verso decassilábico).
• Temas próprios do renascimento, do classicismo e humanismo europeus - as complexidades do amor, a beleza e a psicologia femininas, e as questões filosóficas do tempo, da mudança, do destino.
• O amor, à maneira do poeta italiano Petrarca, é caracterizado como fonte de contradições/antíteses:
- a vida e a morte
- o contentamento e a tristeza
- a água e o fogo
- a esperança e o desengano
O amor,
umas vezes é visto como ideia/ilusão/projeção (platonismo), outras vezes
apresentado como manifestação de carnalidade/sensualidade/erotismo.
No Amor como ideia existe uma influência da
poesia dos grandes líricos italianos Petrarca e Dante, sendo o retrato
da mulher amada um
ideal, visto como ser superior, perfeito e, amiúde, inalcançável/ausente/distante.
• A mulher também surge caracterizada de forma plural, antagónica, entre:
- o ideal de beleza física como espelho da beleza interior, à maneira do poeta italiano Petraca
- o modelo renascentista de Vénus, deusa da formosura e dos prazeres do amor.
Para além da diferença entre as figuras femininas da corrente renascentista e as figuras simples e belas da poesia à maneira tradicional (Leonor, Helena...)
- O desconcerto do mundo, o destino pessoal e a mudança que o tempo forja foram igualmente temas que Camões abordou através de poemas sobre as injustiças, a recompensa aos maus e o castigo aos bons, a ambição; sobre os sofrimentos constantes que retiram a esperança num bem futuro; sobre a vida como peregrinação dura e breve; sobre o tempo que na natureza tudo recompõe e no poeta tudo desgasta.
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