(os peixes pequenos são o alimento dos peixes grandes)
"Homem de palavra lúcida, engenhosa, eloquente e sedutora, António Vieira, missionário e exímio pregador, ocupará grande parte dos dias da sua longa vida na defesa dos direitos humanos. Não poupa a Inquisição, pela cruel perseguição dos Cristãos-Novos; não poupa as forças estrangeiras que ameaçam usurpar os nossos territórios ultramarinos; não poupa os desumanos e egoístas colonos que, pela força das armas, procuram subjugar os pobres índios de S. Luís do Maranhão" (ver créditos)
ESTRUTURA DO SERMÃO
1. EXÓRDIO
Apresentação do tema e das ideias a defender
Tem por base o versículo de S. Mateus “Vós sois o sal da terra”, que funciona como conceito predicável em que ancora todo o sermão
Capítulo I (leitura integral)
2. EXPOSIÇÃO-CONFIRMAÇÃO defesa da tese com argumentos/ exemplos (capítulos II, III, IV e V):
Capítulo II
Louvores dos peixes
Características gerais
–Ouvem e não falam
–Foram os primeiros a ser criados
–São os mais abundantes
–São obedientes e respeitadores
–Salvaram Jonas (mostrando-se menos “selvagens” que os humanos)
Virtudes naturais
-Desconfiam dos homens, por isso fogem deles
Capítulo III
-Louvores particulares
-Tobias (poder curativo)
-Rémora (força e poder)
-Torpedo (energia)
-Quatro-olhos (para olhar p/ o alto e p/ baixo)
Repreensão dos defeitos dos peixes
Defeitos gerais
-Voracidade
-Ignorância e cegueira
-Vaidade
Capítulo V (leitura integral)
Defeitos específicos
- Roncador(arrogância)
- Pegador (oportunismo)
- Voador (ambição)
- Polvo (hipocrisia; traição)
3. PERORAÇÃO
Capítulo VI
Capítulo VI
Conclusão
-Julgamento final dos peixes
-Apelo aos ouvintes e Despedida
-Louvores a Deus
Créditos da imagem e do pequeno excerto inicial: http://grijo.wordpress.com/2009/06/22/a-proposito-do-dia-de-santo-antonio/
3 comentários:
Padre António Vieira no primeiro capítulo do seu Sermão analisa a situação da terra, começando por se perguntar o porquê de, se o trabalho do Sal(Pregadores) é salgar(não deixar corromper os alimentas pórem neste contexto será as pessoas) a terra(povo), haver tantos Pregadores e simultaneamente tanto povo corrupto fazendo várias perguntas retóricas acerca das possibilidades deste caso, a interrogação mais importante é:«O sal não salga ou a terra não se deixa salgar?».
Após proferir a pergunta chave retoma o raciocínio dirigindo se ao púlpito (público) e chamando a atenção para si prossegue o discurso. Agora com uma história Bíblica sobre Santo António e o que fez perante os seus problemas na sua época. Vieira faz uma analogia entre o Santo António e o próprio Vieira: têm os mesmos problemas, pregam doutrinas boas e explícitas porém as pessoas não ouvem. Após uma narrativa algo pequena para não fugir à sua temática e continuar com a atenção do público, começa o verdadeiro discurso:«Este é o assunto que tinha para tomar hoje». Anuncia a sua decisão em relação ao problema proposto anteriormente recorrendo a Santo António para se justificar(argumento de autoridade): como as pessoas não ouvem ou não ligam à sua doutrina boa, clara, correta e consistente volta se para o Mar para pregar aos peixes, pois estes ouvem e não falam.
Acaba o capítulo utilizando uma ironia:«Os demais podem deixar o Sermão, pois não é para eles.» "tocando na ferida" de modo a estes se sentirem culpados e o discurso ter maior impacto.
O Padre António Vieira começa o Sermão por metaforizar sendo o sal da terra os pregadores, pois estes têm como função impedir a corrupção (dos alimentos e dos cristãos), e os cristãos a terra. Arranja uma solução para se os culpados da corrupção forem os pregadores mas questiona-se sobre se a culpa é dos cristãos. Inicia assim a história de Santo António que dá o Sermão aos Peixes pois as pessoas não o ouvem comparando-se o Padre António Vieira ao Santo, procedendo da mesma forma.
Obrigada pelas participações. Assim que possa público na pg principal. O importante foi terem percebido bem o sentido do texto.
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