Guião de leitura do filme Um Amor de perdição, de Mário Barroso
1. Nas cenas iniciais do filme
assistimos a uma transgressão, no
sentido em que as personagens vão além das regras. Isto é, o filme começa com
dois casais, um deles homossexual, a terem relações no colégio, por baixo de um
palco; há uma relação exagerada/perversa entre a mãe e o irmão de Simão,
Manuel: dão um beijo na boca, partilham o cigarro, Manuel põe a mão no rabo da
mãe, em seguida está presente na casa de banho enquanto a mãe toma banho e
trocam sorrisos. Por outro lado, Simão (Tomás Alves) ao invés de ser um rapaz
educado e exemplar (pois pertence a uma classe alta), é um adolescente rebelde,
vestido a rigor de marginal suburbano, que não reconhece autoridade nem moral.
2. Rita, a irmã de Simão, ao dizer “vivemos ao lado uns dos outros, não juntos”
pretende realçar o facto de apesar de todos viverem na mesma casa não são uma
família unida/junta, cada um tem a sua vida independente e as suas preferências.
Todos são diferentes. Por exemplo, Simão era o irmão favorito de Rita (a irmã
mais nova, de12 anos), pois ele era o único que a tratava como uma pessoa
crescida; Deste modo, Rita era a única com que Simão se dava bem; o Manuel era
mimado, “sempre agarrado às saias da mãe”. O pai era fechado, não gostava de
tocar a sua música para a família.
4. A obra no filme é como um presságio,
no sentido que se conhece o futuro próximo de quem a está a ler.
5. Teresa Albuquerque é inicialmente
conhecida por maluca, o seu pai não a deixa sair de casa sozinha e ela não fala
com ninguém; no entanto, não o aparenta ser. O pai do Simão era um inimigo íntimo
do pai de Rita, o Albuquerque, por este o ter impedido de ser ministro. Assim,
sendo as duas famílias rivais, Rita era proibida de ver Simão, começando os
dois a sentir ódio pelos seus pais. Apesar de estes serem vizinhos em Viseu, apenas
se viam através de imagens rápidas e tremidas, como através da janela do carro,
da janela do quarto… aliás, nunca chegamos bem a ver a cara dela, parece uma aparição
sonâmbula. Simão e Teresa namoravam em segredo, comunicavam por chamada
telefónica e à medida que o tempo passava, Simão também mudava: não saía de
casa, terminou as más amizades, passou a ser obediente e passava seus dias em
casa junto com Rita.
6. Simão e Teresa estavam apaixonados,
no entanto Mariana também gostava de Simão, não relevando o seu amor e, ao
aproveitar ser que era amiga da criada de Teresa, a Ana, transmitia recados entre
os apaixonados, sendo apenas um meio para poder ver e estar com Simão.
7. Tal como no livro de Frei Luís de
Sousa, estas personagens na sua vontade não se sobrepõem ao destino final. Os
elementos trágicos são: o amor proibido entre o casal; a morte do suposto
“noivo” de Teresa, o seu primo Baltazar, por Simão; a morte de Teresa; a morte
de Simão e em consequência a morte de Mariana.
8. A cena-chave do filme é a paixão
proibida de Simão e Teresa, que fez com que fosse tão verdadeira. A frase-chave
do filme é “Amou, perdeu-se, e morreu amando”, pois descreve o que acontece a
várias personagens.
9. A música de Bernardo Sassetti mantém
o público dentro da história, isto é, sentir as emoções como as personagens estão
a sentir. Num momento mais decisivo a música acelera, dando suspense e num
momento calmo, quase nem se dá por ela, é apenas um simples som de fundo.
10.
Mário
Barroso escolheu acrescentar o artigo indefinido “um” ficando o filme conhecido
por “Um Amor de Perdição”, salientando apenas o amor de Simão e Teresa e assim,
a sua destruição/perda.
Carolina Moço
11ºB
11ºB
1 comentário:
Carolina,
Tem aspetos interessantes, mas precisava de ser mais desenvolvido, fundamentado, em especial a 6 e a 7, as quais são essenciais.
Creio que com a leitura dos excertos do livro, terás melhorado a interpretação destes pontos.
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