- Para quem teve problemas a fazer a Exposição (grupo I - C)
Carta da Língua Portuguesa para Latim:
Para: Latim
Olá Mãe!!!
Está tudo bem contigo? Como estás a aproveitar a reforma?
Olha, estava no outro dia a falar com o primo Castelhano e chegámos à ideia de
ambos te enviarmos cartas para te contar tudo o que se passou antes e depois de cá
estares. Antes de começar gostava de te agradecer por tudo aquilo que me
ensinaste e pela educação que me deste.
Ao falar com uns primos afastados da Europa e com os teus senhores, atuais
italianos, descobri que antes de chegares à Península Ibérica (antes do séc.
III a.C, portanto), estavam cá os Gregos, os Fenícios, os Celtas e os Iberos
que me ensinaram umas palavrinhas. Como me ensinaram pouquinho e vieram a desaparcer dizemos
que eles são os meus substratos.
No séc. III a.C foi a tua vez de chegares à região que é hoje conhecida como
Portugal, durante o período de Romanização (nome que se dá ao processo das
invasões romanas e da passagem da cultura desses povos para os povos
invadidos), e como foste a língua que mais me ensinou em todos os campos, aquela
com que mais tive contacto dizemos que és o meu estrato, estrato principal ou
base.
Quando os Germânicos do norte da Europa te expulsaram e aos teus senhores, no
séc. V, aprendi muitas palavras sobre guerra e exército que realmente fazem jus
a esses povos. Alguns exemplos são: elmo, guerra, esgrimir, coifa e agasalhar.
No séc. VII, os Árabes do norte de África expulsaram os Germânicos e ficaram cá
até ao séc. XII. Com eles aprendi muitas palavras sobre agricultura e
matemática, tais como: quinta, quintal, algarismo e álgebra.
Como estes povos não estiveram cá tanto tempo como tu e o que fizeram foi
adicionar vocabulário, diz-se que as suas línguas são os meus superstratos.
Em 1143, quando finalmente reconheceram as terras dos meus senhores como país eu
era tratada por galego-português e no século XIII comecei a aparecer em documentos e tratados
importantes. O termo que se usa hoje em dia para qualificar essa fase da minha
vida é Português Antigo.
No fim do séc. XIV, início do XV, os meus valentes e corajosos senhores
resolveram partir numa estupenda aventura, os Descobrimentos.
Durante esta viagem comecei a ensinar outros povos e línguas, mas nunca deixei de
aprender. Em África aprendi palavras como banana, cachimbo, girafa e inhame. Na
América descobri o abacate, a alpaca, o amendoim, a batata, entre outas coisas.
E na Ásia aprendi o que era o chá, a chávena, o bambu a canja…. Hoje em dia
diz-se que na altura eu era o Português Clássico.
Depois deste período continuei a aprender através de contacto com primos e
amigos distantes da Europa, especialmente durante o Renascimento e com a
Revolução Francesa (as redações francesas sobre os direitos dos cidadãos foram
impactantes em toda a Europa). Ultimamente tenho usado muitas expressões de
origem inglesa devido ao avanço tecnológico. Alguns exemplos são: smartphone,
hacker, fitness e check-in.
Espero que agora me conheças melhor e tenhas também mais noção do quão
importante foste para mim!
Com muito amor e orgulho,
Uma das tuas muitas filhas:
A Língua Portuguesa.
Aluno: J. Nunes
Turma: 10ºB
8 de outubro de 2021
NOTA: HÁ MUITOS MAIS EXEMPLOS DE TEXTOS CORRETOS E INTERESSANTES ESCRITOS PELOS ALUNOS, EM 12 DE OUTUBRO
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