sexta-feira, 13 de abril de 2012

Aspirações, deceções…Já experimentei…Uma maçada!

  Nos caps. VI e VII Jacinto vive uma escalada de indiferença e de tédio. São particularmente importantes as reflexões na viagem aos altos de Paris, quando observam a cidade de longe e Jacinto “murmurou pensativo:/Sim, é talvez tudo uma ilusão …e a Cidade a maior ilusão!” (cap. VI).

  }É a primeira vez que Zé Fernandes arrisca teorizar sobre o assunto:
  « (…) Assim, meu Jacinto, na Cidade, nesta criação tão antinatural onde o solo é de pau e feltro e alcatrão, e o carvão tapa o céu, e agente vive acamada nos prédios com o paninho nas lojas, e a claridade vem pelos canos, e as mentiras se murmuram através de arames - o homem aparece como uma criatura anti-humana, sem beleza, sem força, sem liberdade, sem riso, sem sentimento, e trazendo em si uma espírito que é passivo como um escravo ou impudente como um histrião... E aqui tem o belo Jacinto o que é a bela Cidade!»

 
}Também o episódio do dia 10 de janeiro (cap. VII), pois  no dia em que festejava os seus trinta e quatro anos, bradou para o Grilo:

«- Eu hoje não estou em Paris para ninguém. Abalei para o campo, abalei para Marselha... Morri!». Viveu durante esse dia momentos de «preguiçoso silêncio», de «pensativo silêncio». Na biblioteca, com os seus milhares de livros, igualmente nada havia para ler. E, depois de uma investigação aturada a tentar descobrir uma distração, apenas descobriu nessa floresta de maravilhas da cultura e da Civilização «um velho Diário de Notícias», que levou para o quarto, «para dormir, para esquecer
 

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