sexta-feira, 13 de abril de 2012

Portugal (Douro)

A chegada também não corre muito bem (cf. na imagem II, vemos painéis evocativos da viagem de burro da estação de comboios até à Quinta).

É memorável a descrição da forma como decorre a viagem da estação até à Quinta, muito pouco apropriada a quem estava habituado aos luxos de Paris...

Hoje em dia, existe um percurso pedestre chamado «Caminho de Jacinto»,  que está de acordo com o relato do romance “A Cidade e as Serras.
"Tem início na Estação de Tormes (Aregos) prolongando-se serra acima por caminhos de natureza até Tormes ou Quinta de Vila Nova. A Estação é um dos elementos fundamentais do itinerário, pois é neste cenário que a expectativa urbana se confunde com a rusticidade do lugar, onde a curiosidade sobranceira de Jacinto se verga perante a graciosidade acolhedora da pequena infra-estrutura instalada entre a serra omnipresente e a, agora, calmaria das águas do rio." (Fonte: Fundação Eça de Queirós, in http://www.feq.pt/o-caminho-de-jacinto.html)


Estação onde Jacinto «chega», na atualidade, com painel evocativo de A Cidade e as Serras

Mas, progressivamente, vai intervindo e assentando a vida naquela nova realidade.




Mas, uma vez na serra “em breve os nossos males esqueceram ante a incomparável beleza daquela serra bendita!” e “Em todo o torrão, de cada fenda, brotavam flores silvestres. (…) Por toda a parte a água sussurrante, a água fecundante... Espertos regatinhos fugiam, rindo com os seixos, dentre as patas da égua e do burro; grossos ribeiros açodados saltavam com fragor de pedra em pedra; fios direitos e luzidios como cordas de prata vibravam e faiscavam”

Primeiro, a intenção era ficar pouco tempo, porque apesar da beleza da serra seria impossível viver ali: Jacinto só consome aquela beleza e novidade.

Fundação Eça de Queirós

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