A chegada também não corre muito bem (cf. na imagem II, vemos painéis evocativos da viagem de burro da estação de comboios até à Quinta).
É memorável a descrição da forma como decorre a viagem da estação até à Quinta, muito pouco apropriada a quem estava habituado aos luxos de Paris...
Hoje em dia, existe um percurso pedestre chamado «Caminho de Jacinto», que está de acordo com o relato do romance “A Cidade e as Serras.
"Tem início na Estação de Tormes (Aregos) prolongando- se serra acima por caminhos de natureza até Tormes ou Quinta de Vila Nova. A Estação é um dos elementos fundamentais do itinerário, pois é neste cenário que a expectativa urbana se confunde com a rusticidade do lugar, onde a curiosidade sobranceira de Jacinto se verga perante a graciosidade acolhedora da pequena infra- estrutura instalada entre a serra omnipresente e a, agora, calmaria das águas do rio." (Fonte: Fundação Eça de Queirós, in http://www.feq.pt/o-caminho-de-jacinto.html)
Estação onde Jacinto «chega», na atualidade, com painel evocativo de A Cidade e as Serras
Mas, progressivamente, vai intervindo e assentando a vida naquela nova realidade.
Mas, uma vez na serra “em breve os nossos males esqueceram ante a incomparável beleza daquela serra bendita!” e “Em todo o torrão, de cada fenda, brotavam flores silvestres. (…) Por toda a parte a água sussurrante, a água fecundante... Espertos regatinhos fugiam, rindo com os seixos, dentre as patas da égua e do burro; grossos ribeiros açodados saltavam com fragor de pedra em pedra; fios direitos e luzidios como cordas de prata vibravam e faiscavam”
Primeiro, a intenção era ficar pouco tempo, porque apesar da beleza da serra seria impossível viver ali: Jacinto só consome aquela beleza e novidade.
Fundação Eça de Queirós
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