sexta-feira, 13 de abril de 2012

O olhar crítico de Eça de Queirós

De acordo com o acertado em aula, seguem as informações contidas no PPT de apoio, em vários «posts».

Devem: reler e registar as informações ou hipóteses interpretativas mais relevantes, de acordo com o trabalho realizado na apresentação e comentário em aula.

Os registos devem estar organizados por subtemas e utilizar títulos, subtítulos e sublinhados para ajudar a estudar.




Publicado em 1901, no ano seguinte ao da morte de Eça de Queirós, o romance A Cidade e as Serras  é desenvolvido a partir da ideia central contida no conto “Civilização”, datado de 1892. Eça de Queirós ironiza os males da civilização presentes na Paris hipercivilizada – a Cidade , fazendo o elogio dos valores da natureza, do solo pátrio.

É considerada uma das obras mais significativas de Eça de Queirós e a primeira grande obra literária do século XX português.
1ª edição da obra
Como o próprio nome revela, há na obra um confronto entre duas realidades - a cidade e «as serras» (não é exatamente «o campo»). Segundo alguns críticos, pretende criticar o progresso técnico, demasiado urgente e rápido, na viragem do século XIX para o XX, pois Eça de Queirós estaria insatisfeito com o caminho do progresso e julgaria, ao fim da vida, que o homem só era feliz longe da civilização.

Mas outros analistas desconfiam desta leitura, optando por uma interpretação irónica da obra, que constitui sobretudo uma proposta de reflexão mais do que um «romance de tese».

Afinal, na vida real, Eça de Queirós permanece até ao fim em Paris, não vem habitar para o Douro, onde a família herdara (em 1890) a Quinta que inspirou este romance.
Jacinto de Tormes começa como adepto do progresso e da civilização e fará um percurso que o leva  da cidade para as serras. Ele troca o mundo civilizado, cheio de comodidades do progresso tecnológico, pelo mundo natural, primitivo e pouco confortável, falho dos bens que caracterizam a vida urbana moderna, mas onde parece encontrar a felicidade.


A Cidade e as Serras preconiza uma relação de maior responsabilidade das elites face às classes mais baixas, na qual os possuidores de bens, instrução e poder – como Jacinto – têm obrigações sociais para com os mais necessitados, como faz Jacinto ao reformar a sua propriedade no campo e melhorar as condições vida dos «seus» trabalhadores.

Por meio de Jacinto, representante da elite portuguesa, a obra critica o estilo de vida luxuoso e ocioso, acriticamente crente no progresso urbano e industrial e desenraizado do solo pátrio.

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