quarta-feira, 16 de março de 2016

Escritores e cartas de amor



Escola Secundária Henriques Nogueira     
10ºB         2015-2016
Projeto de Leitura
Sofia Ferreira nº19

Identificação Bibliográfica:
·       Fernando Pessoa, Carta Meu Bebé, meu Bebezinho querido.
·       Victor Hugo, Carta a Juiette Drouet, acabei, enfim, acabei!
Género:
Epistolar - Cartas de Amor

Tema Geral:
Amor e Saudades

Relação com o autor:
Cartas Autobiográficas

Breve síntese:
Meu Bebé, meu Bebezinho querido
Fernando Pessoa está em casa doente e resolve escrever uma carta a Ofélia Queiroz o seu grande amor pois sente se desolado e abandonado por esta.
Naquele dia em que se encontrava doente sente uma saudade e tristeza pois Ofélia não se tinha importado com este seu estado mostrando aborrecimento. Fernando Pessoa defende-a ou tenta compreende la dizendo “uma pessoa doente é maçadora, e que é difícil ter carinhos para ela”, mas não deixa de manifestar o quão triste se sente por esta nem ter fingido que se importava.
 O que o verdadeiramente magoou foi a mistura do amor que ela diz ter por ele e a sua indiferença pelo seu bem-estar.
Apesar disso ele ama-a e refere que será sempre dela, mas pede lhe que tente gostar mais dele, que se preocupe, ou até que finja.


Acabei, enfim, acabei!

Victor Hugo está apaixonado por Juliette Drouet, encontra-se tão preso por este amor que se refere a ela como sendo a sua vida, e não consegue evitar dar lhe uma palavrinha para saber se está feliz ou até se dormiu bem.
Diz na carta que ela pode viver descansada enquanto o tiver porque todo o ele serve/nasceu para a proteger, salvar, para ser submisso do seu amor, “O céu fez as minhas mãos para que reparassem a tua vida meio desfeita, a minha alma para compreender o teu coração, os meus lábios para beijar os teus pés”.
O amor dos dois ultrapassou a vitória, a derrota, angústias e inquietações, mas o que prevalece no seu futuro é o destino de ambos fundido num só, juntos para a eternidade.

Frases Fundamentais/ Visão sobre aquele amor:

Meu Bebé, meu Bebezinho querido
“Adeus, amorzinho, faz o possível por gostares de mim a valer, por sentires os meus sofrimentos, por desejares o meu bem-estar, faz, ao menos, por o fingires bem”. E “… do teu, sempre teu…”
Estas frases para mim são as fundamentais da carta pois conseguimos perceber o que estava a sentir Fernando Pessoa e como amava aquela mulher, sem ler mais nada.
Fernando Pessoa transmite a ideia de que numa relação ou naquela relação não amavam os dois por igual, ele amava a mais, mas, para ele isso não importava - ela não precisava de o fazer, ele apenas pede que ela tente, e o simples ato de tentar é suficiente para ele não ficar triste, até desolado.
O amor neste caso não é correspondido de igual forma, mas ele quer ser dela para sempre na mesma.
Acabei, enfim, acabei!
“Preciso que tenhas saúde, que me ames, que sejas feliz. Preciso de ti, da tua saúde, do teu amor, da tua felicidade.”
Conseguimos perceber o amor que o poeta sente por esta mulher visto que repete a mesma ideia duas vezes o que realça a necessidade dele de que ela esteja bem, feliz, e que o seu amor lhe pertença incondicionalmente.
Esta repetição pretende também transmitir que se ela morrer, se ela for infeliz ou se o deixar de amar é o fim dele pois ele “Precisa” dela, é como que uma necessidade vital.
“Olho para o nosso passado com embriaguez, mas não é com menos deslumbramento que encaro o nosso futuro”.
O amor que eles viveram no passado foi lindo, descontraído, momentos de pura felicidade. Mas não é por ter sido assim tão perfeito para ele que o futuro do seu amor não o vai “deslembrar” porque os momentos que eles vão viver não vão ser os mesmos, nem semelhantes, mas ela estar com ele basta-lhe - “nossos dois destinos fundidos num só”.

Reflexão Pessoal:
Na carta de Fernando Pessoa, ele diz que lhe pareceu que a amada não deu importância ao facto de este estar doente. Não amamos da mesma maneira, mas uma simples palavra pode trazer um sorriso e uma alegria que um gesto não traz.
E foi isso que ele me conseguiu transmitir, pois ele está triste por ela não se ter preocupado e ter mostrado aborrecimento, apesar das saudades que este manifesta, não foi a falta da sua presença que o desolou ou deixou infeliz.
Mostrar que se importa é um simples gesto de amor

Na carta de Victor Hugo surge um grande contraste com a de Fernando Pessoa, que duvida do amor que a sua amada lhe tem. Victor Hugo - pelo contrário - tem certezas que o seu destino e o da amada estão fundidos num só e este espera um futuro deslumbrante.
Esta carta faz me refletir sobre o poder do verdadeiro amor.
“Eis-nos agora …sem ansiedades, sem inquietações, sem angústias…”, se o amor deles superou os piores momentos sem quebrar então no futuro já não vai existir nada que o destrua, ou seja: um amor tem altos e baixos e pelos vistos este amor foi cheio deles, mas só o verdadeiro amor supera todas estas quedas, cada momento é uma experiência que levamos para o futuro e que nos prepara para este, faz-nos não voltar a cair no mesmo erro logo percebe-se que ele assuma o seu amor como eterno, e que façam parte um do outro pois não foram só os bons momentos que os uniram ainda mais ou maus acabaram por fazer o mesmo. 

O romance mais famoso de Victor Hugo






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