terça-feira, 29 de novembro de 2016

Frei Luís de Sousa, diário de Maria



Dia 1
Estava eu no terraço, a ver as embarcações enquanto esperava por Telmo que me tinha prometido uma história. Como este tardava em aparecer, decidi apanhar algumas flores e fui para dentro à sua procura.

Quando me estava a dirigir para dentro vi que Telmo estava com minha mãe, fui até eles e disse-lhe que estava à espera que me contasse a história de el-Rei D-Sebastião que na minha opinião não tinha morrido.


Mais uma vez, minha mãe disse que estava a imaginar coisas que não eram para a minha idade, o certo é que eu não era a típica rapariga de 13 anos, eu queria saber de tudo, nem me ocupava a fazer as coisas que as outras raparigas faziam.

Entretanto, Telmo foi embora e fiquei apenas eu e minha mãe, acabei por lhe confessar a minha grande tristeza, o cuidado que meus pais tinham para comigo!


No decorrer da conversa, chegou meu tio Jorge que se juntou a mim e minha mãe. Meu tio disse que os quatro governadores queriam se aposentar em minha casa, eu disso logo que fecharíamos as portas e meteríamos o nosso povo dentro de minha casa.

Ouvi meu pai chegar e avisei meu tio e minha mãe, estes disseram que não tinham ouvido nada e eu voltei a dizer que era meu pai e que vinha afrontado.

Estava certa, era mesmo meu pai, este veio ter connosco e trouxe consigo Miranda e outros criados. Meu pai informou-nos que tínhamos de sair daquela casa o mais rápido possível, que sairíamos ainda naquela noite, porque os governadores vinham aí.


Por mais estranho que pareça, ao contrário de minha mãe fiquei bastante entusiasmada por mudar de casa. Pedi ao meu tio para vir comigo arrumar os meus livros e papéis, e disse-lhe que na outra casa mostrava-lhe alguns deles.

Na mesma noite, estávamos prontos a abandonar minha casa, mas antes disso meu pai ateou fogo à mesma. Que coragem!


Dia 2

Já na nova casa, peguei na mão de Telmo e trouxe-o comigo, precisava de falar com ele, pedi-lhe para não fazer barulho para não acordar minha mãe.

Em conversa, disse que aquela era a primeira noite que minha mãe dormia, desde que estávamos naquela casa. Ela que não é dada a agouros, diz que alguma desgraça está por vir.  E eu é que me tenho de fazer de forte, mas creio que esta tem uma certa razão.


Tenho tanta pena de meu pai, só nos pode vir visitar de noite e às escondidas, devido aos governadores.

Olhei para a parede e perguntei a Telmo quem era o homem que estava no retrato pendurado na mesma, este disse-me que era um familiar dos senhores daquela casa, vi logo que ele não me estava a dizer a verdade.


No decorrer da conversa com Telmo, chegou meu pai e logo de seguida este disse-me que quem estava no retrato era D. João de Portugal. Abracei meu pai e enchi-o de beijos, perguntei se não havia perigo de ele estar ali connosco, visto que era de dia e ele só nos costumava visitar de noite.

Este respondeu-me que o perigo era pouco e Telmo completou-o dizendo que não havia perigo nenhum, naquela manhã tinha ido ao convento e meu tio Jorge disse que estava tudo concluído.

Fiquei aliviada por meu pai já não precisar de se esconder.Sentei-me com ele e dei-lhe minhas mãos, este disse que tinha as mãos e a testa muito quentes, acrescentou que não queria que pensasse tanto. Então, mas que haveria eu de fazer sem ser pensar?


Ficamos a falar sobre o retrato de D. João, eu disse que tinha muita pena deste ter ficado na batalha.
Meu tio Jorge chegou e disse-me para o ir abraçar de imediato, fui até ele e dei-lhe um grande abraço junto com um beijo. Meu tio informou que os governadores se tinham ido embora, e disse a meu pai que este deveria ir a Lisboa. Fiquei logo muito entusiasmada e pedi a meu pai para ir com ele porque queria ir ver minha tia Joana de Castro.
Minha mãe entrou na sala e juntou-se à conversa. Pedi-lhe se podia acompanhar meu pai até Lisboa, falei-lhe que queria ver minha tia Joana. Disse-lhe ainda para não se preocupar comigo, que não ia sozinha.
Após quase suplicar a minha mãe, esta aprovou a minha ida a Lisboa e lá fomos nós!


Dia 3

Estava muito envergonhada pelo facto de terem descoberto que era filha ilegítima e pelo facto de meus pais se querem entregar à Igreja.


Tenho de fazer alguma coisa, decidi interromper a cerimónia onde meu pai e minha mãe estão. Sei que estou talvez num estado de alucinação; estas roupas brancas vestidas, os meus cabelos  soltos e meu rosto tão pálido talvez vão assustar meus pais...não, tenho de ir!
   Sara, 11ºB

1 comentário:

Noémia Santos disse...

Sara
O essencial do trabalho está bem.

Mas final - claro que é difícil de «inventar» - teve de ser alterado. Percebes que não tinha lógica? Relê.