11º C
Agora que já sabem mais sobre a época, a vida e a poesia de Cesário Verde, vamos refletir, registar, clarificar:
- Relação entre o contexto (que vimos no vídeo, nos textos de apoio) e o poema
- Apreciação global da «novidade» temática e linguística
- Dúvidas de vocabulário e de interpretação
- Dúvidas e/ou comentários sobre o Questionário
- A Deambulação enquanto motivo poético
- Objetividade e subjetividade em CV/no poema
- Marcas narrativas - exemplos do poema
- Figuras de estilo relevantes no poema - exemplos
Próximas tarefas 11º C:
semana de 1 a 5 de
junho
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Ficha formativa – educação literária
Leitura + Gramática
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Manual,
pp. 160. – Grupo I
pp. 348-349
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Questionário oral; discussão/partilha de reflexões e esclarecimento de dúvidas
Correção da ficha
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TEAMS (5ª, 4/06)
Cenários
de resposta (blogue - a 5/06)
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67 comentários:
Bom dia turma! Todos de saúde? Oxalá!
Vamos começar por algumas perguntas. Respondam antes de irmos às dúvidas do Questionário.
1- Ao ler o poema relembraram informações do vídeo RTP e do Texto de Mª Fil.Mónica.
Quais?
Bom dia professora, no vídeo da RTP por exemplo dizem que em Cesário verde não há musas, um exemplo disso é quando no poema fala"voltam os calafates", calafates estes que são os operários que têm a função de calafetar.
Catarina tordo
Bom dia professora
O poema relembrou o facto de Cesário ter empatia e respeito pelas profissões de grau social mais baixo e pela dificuldade dos seus trabalhos. Relembrou também a forma real e dura, mas com vida e movimento, com que Cesário escreve.
Mariana Mendes
Bom dia stora, no poema podemos ver o seu estilo de estético de descrever o ambiente tal como vimos no vídeo
-Benjamik freches
Bom dia professora
Relembro-me das palavras pouco poéticas que nos disseram que Cesário utilizava e da descrição de uma Lisboa cinzenta e melancólica.
Mariana Ribeiro
Bom dia professora, espero que esteja tudo bem por aí!
Agora que refere isso, pareceu-me familiar a parte da Lisboa Caótica, onde os operários e os trabalhadores são a personagem principal, e também Lisboa como cidade. Também no final, no verso "E o peixe podre gera os focos de infecção!"
em que ele retrata imagens extremamente visuais de modo a dar uma dimensão realista do mundo onde os seus poemas se enquadram.
António Guilherme 11ºC
Bom dia professora, ao ler o poema consegui associar várias informações com o vídeo RTP, uma das informações mais nítidas é a dos temas pouco poéticos como "peixe podre" e "focos de infeção"
Daniel Albuquerque
Bom dia professora, ao fazer a leitura de O sentimento dum ocidental vi em destaque as manifestações da consciência nele presentes, seguindo a via de considerar que o texto dispõe de todos os aspectos poético-narrativos necessários para contar uma história.
Arthur Chaves
Catarina e Marianas
Sim. Viram então que ajudou no enquadramento. Mas lembrem-se de questões históricos, do contexto.
Benjamik freches
Isso é conversa fiada. Concretiza!
Boa dia professora, tal como o video da RTP afirma, Cesário Verde descreve o que vê através de metáforas e de uma adjectivação inovadora, e podemos confirmar esta escrita através da leitura deste poema.
Diogo Catarino
Bom dia professora.
Ao ler o poema relembramos informações do vídeo RTP e do Texto de Maria Filomena Mónica tais como as condições duras e miseráveis em que trabalhavam os diferentes operários de classe social mais baixa (ex: calafates, obreiras e varinas) remetendo também para a desigualdade social e para as doenças (v.44, "E o peixe podre gera os focos de infeção!").
Matilde Richardo
Bom dia professora, ao ler o poema relembrei que Cesário descreve tudo ao seu redor como uma câmara, mesmo o mais pequeno detalhe que aos outros pode parecer feio, mundano e pequeno,
Rita Santos
António e Guilherme
DE facto, esses versos são dos mais referidos, porque duros, diretos, anti-românticos... Devem ter despertado grandes reações na época. Eram o contrário da poesia conhecida.
Arthur - Concretiza, diz versos onde esteja isso.
Viram as observações do Benjamim, do Arthur e do Diogo?
O interessante será encontrar versos que mostrem isso.
Agora vamos ao vocabulário:
o que é
SOTURNIDADE
MELANCOLIA
BULÍCIO
TURBA
HERCÚLEAS
GALHOFEIRAS
Bom dia professora,
No video da RTP exaltaram o verso "E o peixe podre gera os focos de infeção" tendo em conta que será um dos versos mais importantes do poema O Sentimento dum Ocidental e encontra se num fim para que o poema tenha um final épico.
Inês Vitor
Bernardo Luz
Bom dia professora, ao ler este poema compreendemos, logo a partir da primeira quadra, a maneira de como Cesário Verde descreve Lisboa na sua perspetiva e de uma forma negativa tal como mencionado no vídeo da RTP.
Bom dia professora, na resolução do questionário fiquei com dúvidas na 7 mas já estou esclarecida pois fui ao post do 11ºA e estava lá a explicação.
Raquel Melo
Se não tiraram significados vão ver agora. E registem aqui.
Inês V.
"...importantes do poema O Sentimento dum Ocidental e encontra se num fim para que o poema tenha um final épico. "
Atenção - esse verso é muito conhecido, claro. E diferente e brutal. Mas:
. não está no fim do poema, está a terminar a parte I, a do fim da tarde.
. É uma expressão o mais «anti-épica» possível, épico quer dizer grandioso, exaltante, elevado, heróico.
Mariana Ribeiro
Soturnidade é algo sombrio, aterrador e silencioso
Melancolia é uma tristeza profunda
Bulício é grande quantidade de pessoas
Turba é grande ajuntamento de pessoas em desordem
Hercúleas é ter ou revelar uma força extraordinária
Galhofeiras é alegre, divertido
Soturnidade- Sombrio, silencioso, aterrador
Melancolia- Tristeza profunda e duradoura
Bulício- Grande movimento de pessoas, inquietação
Turba- Grande ajuntamento de pessoas
Hercúleas- Relativo a Hércules
Galhofeiras- Alegre, folgazão
Daniel Albuquerque
Stora, podemos ver isso(Primeiro comentário) na primeira parte do poema onde se inicia a descrição angustiada sobre a cidade de Lisboa,as sombras, os sons e o cheiro a mar representam o sentimento de depressão da própria cidade
-Bejamim Freches
SOTURNIDADE - sombrio, silencioso e aterrador.
MELANCOLIA - uma tristeza vaga, permanente e profunda
BULÍCIO - grande movimento de pessoas, motim
TURBA - Conjunto de pessoas pertencentes às classes sociais mais desfavorecidas.. Opinião do povo maioritário,
HERCÚLEAS - Relativo a Hércules, Que tem ou revela força extraordinária
GALHOFEIRAS - alegre, divertido, que gosta de galhofar (troçar, divertir)
António Guilherme 11ºC
Bernardo
É verdade que aparece descrita de "uma forma negativa". Mas também cheia de vida, embora difícil, de movimento, de razões para a escrita.
Há comentários interessantes sobre isto no 11º A.
Bom dia professora
o video da RTP faz lembrar-mo a grande diferença da vida entre o rico e os pobres
Martim Fontes
Soturnidade – algo sombrio, aterrador;
Melancolia – tristeza profunda;
Bulício – grande conjunto de pessoas;
Turba – multidão, ajuntamento de pessoas;
Hercúleas – valente, revela força extraordinária;
Galhofeiras – divertivo, folgazão
Rita Santos
Bom dia professora, melancolia é uma tristeza profunda e duradoura
Soturnidade é algo sombrio e aterrador;
Bulício é um grande movimento de pessoas;
Turba é um grande ajuntamento de pessoas;
Hercúleas é referente a Hércules e simboliza uma força extraordinária;
Galhofeiro significa alegre.
Raul Terêncio, nº24.
Obrigada pelo vocabulário. Como veem faz muita falta.
Sim, Benjamim. É isso. O importante é relacionar sempre com as próprias palavras do poema.
Lembraram a questão dos candeeiros? Cá está o gás dos candeeiros a extravasar de gás, provocando o cheiro, o enjoo.
SOTURNIDADE- algo sombrio/aterrador
MELANCOLIA - tristeza profunda e duradoura
BULÍCIO - grande movimento de pessoas
TURBA- multidão
HERCÚLEAS- que tem ou revela força extraordináraia
GALHOFEIRAS- alegre
Professora sobre estas palavras menos conhecidas, no video da RTP falaram que Cesário usava adjetivos FORTES mas NOVOS, é o caso ?
Martim Miranda
Ao ler o poema relconhecemos informações do Texto de Maria Filomena Mónica e do vídeo RTP tais como as condições precarias em que as pessoas das classes baixas vivem/ trabalham indicando as grandes desigualdades sociais da epoca.
Alem disso vemos algumas caracteristicas marcantes da poesia de Cesario Verde como as descrições daquilo que ve através de metaforas e comparações e a transformação de realidades repulsivas e antipoéticas "E o peixe podre gera os focos de infecção!" em algo poetico.
Miguel Lopes
Soturnidade é a evidência de algo sombrio, escuro.
Melancolia é é uma tristeza que se sente de forma muito profunda e intensa.
Bulício- Grande movimento de pessoas, inquietação
Turba- Grande ajuntamento de pessoas, multidões
Hercúleas- relativamente ao antigo Hercules
Galhofeiras- Alegria
Arthur Chaves
Soturnidade - algo que está escuro e sombrio
Melancolia - tristeza profunda.
Bulício - grande movimento de pessoas.
Turba - multidão.
Hercúleas - comparativo a Hércules.
Galhofeiras - alegres.
Mariana Mendes
Vimos pois que há tristeza, injustiça, vida difícil, desejo de fuga, por parte do poeta.
Mas também há vida, movimento até alegria (as varinas galhofeiras).
VAMOS ÀS DÚVIDAS:
Nas 1, 2 e 3?
Soturnidade: Sombrio, aterrador, tristonho.
MELANCOLIA: Tristeza profunda.
BULÍCIO: Grande movimento de pessoas.
TURBA: Conjunto de pessoas pertencentes às classes sociais mais desfavorecidas.
HERCÚLEAS: Relativo a Hércules, figura mitológica grega, célebre pela sua força.
GALHOFEIRAS - alegre, divertido.
Diogo Catarino
Soturnidade - algo sombrio, aterrador
Melancolia - tristeza profunda e duradora
Bulício - grande movimento de pessoas
Turba - grande conjunto de pessoas
Hercúleas - ter ou revelar uma força extraordinária
Galhofeiras - alegre
Bernardo Luz
Bom dia professora, envio os significados:
Soturnidade: sombrio, aterrador e silencioso.
Melancolia: Tristeza profunda e duradoura.
Bulício: Grande movimento de pessoas.
Turba: Grande ajuntamento de pessoas/ Multidão.
Hercúlea: Que tem ou revela força extraordinária.
Galhofeiras: Alegre.
Gonçalo Frutuoso
Bom dia professora
Tenho algumas questões sobre a resolução do questionário.
No verso 31 não sei o que significa a expressão, “Às portas, em cabelo,”.
Em relação às varinas eu compreendi que elas eram mulheres corpulentas que executavam trabalhos pesados como os homens, o que não entendi foi o processo de transfiguração poderia explicitar-me?
E por fim gostaria de dizer que achei a escrita de Cesário extraordinária porque realmente ele transforma palavras que por si só não são muito poéticas, como “peixe podre” e “ focos de infeção”, em algo que faz muito sentido neste poema e aborda temas que precisam de ser debatidos e que nos dias de hoje ainda estão muito presentes, como as desigualdades sociais. Só mais uma questão, porque é que a primeira parte deste poema se intitula de “Avé Marias”?
Mariana Ribeiro 11ºC
SOTURNIDADE - sem alegria, tristonho, sombrio;
MELANCOLIA - tristeza profunda e permanente/duradoura;
BULÍCIO - ruído pouco distinto e prolongado de coisas que se agitam, sussurro, murmúrio;
TURBA - excesso de pessoas aglomeradas num só lugar, multidão;
HERCÚLEAS - relativo a Hércules, que tem ou revela força extraordinária;
GALHOFEIRAS - Alegres.
Matilde Richardo
Miguel
Certíssimo. O texto era muito vivo e agora temos aqui a prova.
Atenção - "daquilo que ve através de metaforas e comparações" (olhas os acentos!):
- QUAIS? Retira do texto exemplos concretos e regista-os.
Na resolução do questionário, tive dúvidas na questão 6, como é que ele pensa libertar-se?
E também não entendi o significado da palavra "trôpego" no verso 30.
Mariana Mendes
Relativamente à questão 8 do questionário da página 333, quando referem que Cesário consegue tornar poético o que não o é, isto significa que ele faz com que palavras desagradáveis e com um valor negativo mesmo nos dias de hoje se tornem poéticas ou é simplesmente referente à maneira como ele descreve vários temas com certas palavras e descrições que eram mal vistas na sua época? Raul Terêncio, nº24
Mariana R.
Obrigada pelas questões. Cá vai:
No verso 31 não sei o que significa a expressão, “Às portas, em cabelo,”.
A maior parte dos homens cobria a cabeça em público - com chapéu, nas cidades, com barrete, nas zonas rurais.
Aqui, o logista, como só está À porta da loja, apresenta-se em cabelo, sem chapéu.
Em relação às varinas eu compreendi que elas eram mulheres corpulentas que executavam trabalhos pesados como os homens, o que não entendi foi o processo de transfiguração poderia explicitar-me?
Transfigura- as varinas porque as transforma em quadros, pinturas pinturas comparadas a «cardumes negros» a Hércules (mitologia), os troncos são pilastras... logo, são simples, rudes, descalças, mas têm «beleza», são dignas de observação, admiração.
Bom dia stora, não percebi muito bem a questão 3.
Luana Costa
Ainda para Marina M.
Avé- Marias - o toque dos sinos para a oração do final da tarde, semelhante ao que ainda hoje há, em certas terras, para o Terço.
Aqui representa uma marca temporal.
Bom dia professora,
Em relação aos significados:
Sortunidade- algo sombrio, terrador;
Melancolia- uma tristeza profunda e duradoura;
Bulício- grande movimento de pessoas;
Turba- grande conjunto de pessoas, multidão;
Hercúleas- ter ou revelar uma força extraordinária;
Galhofeiras- alegre.
Inês Coutinho
Obrigada pelos esclarecimentos
Mariana Ribeiro
Soturnidade:sombrio, aterrador e silencioso;
Melancolia:tristeza profunda e duradoura;
Bulício:grande movimento de pessoas;
Turba:grande conjunto de pessoas;
Hercúleas:ter ou revelar uma força extraordinária;
Galhofeiras:alegre, divertido;
Martim Fontes
Nao percebi muito bem a questao 3.
Arthur Chaves
Bom dia professora,
Tenho algumas dúvidas em relação à questão 7, Cesário tem uma perceção de Lisboa muito realista, uma Lisboa envolta em desigualdades sociais e outros problemas que são enunciados na poesia de Cesário, mas eu não consegui entender a relação desta Lisboa com a necessidade de evocar o passado, poderia ajudar-me?
Rita Santos
Raul
Interessante.
A questão prende-se com a forma como Cesário observa, capta e descreve ou reflete sobre esta realidade feia, dura, mal-cheirosa, pouco saudável...
Ele é um observador do real - mas não é um jornalista, nem um historiador. É um poeta.
Daí que transfigure - com metáforas, comparações, mistura de sentidos pela sinestesia, enumere, componha um quadro poético, diferente, juntando palavras nunca antes juntas.
Exemplo: vê como descreve as varinas. Ou a adjetivação e o movimento sobre os calafates.
Acho que a professora saltou a minha dúvida, quando submeti os significados que a professora pediu, fiz com a seguinte pergunta em anexo:
Professora sobre estas palavras menos conhecidas, no video da RTP falaram que Cesário usava adjetivos FORTES mas NOVOS, é o caso ?
Martim Miranda
Bom dia professora,
Tive duvidas a interpretar a questão 7, não percebi bem a segunda parte da pergunta, sobre o significado da evocação e relacionar a perceção de Lisboa do seu tempo. Poderia-me dar uma ajuda para perceber melhor por favor.
Gonçalo Frutuoso
Prof a minha dúvida e no poema em si,na quinta estrofe quando o sujeito poetico fala "ou erro pelo cais a que se atracam botes", serve para evidenciar um desejo de fuga, para reforçar o ambiente melancólico da cidade ou está relacionado com Camões e o tempo das Naus?
-Benjamim F.
Mariana Mendes
"Na resolução do questionário, tive dúvidas na questão 6, como é que ele pensa libertar-se?
Cá vai:
Passaste as informações do PPT?
O poeta sente-se muitas vezes, como aqui, enclausurado, oprimido, contido dentro da cidade, no meio dos prédios, rodeado de realidades desagradáveis ou injustas.
O desejo de fuga surge de 2 formas
- pela VIAGEM (vê a 3ª quadra, toda)
- pela imaginação ou pela memória - é aqui o caso da lembrança do tempo de Camões, dos Descobrimentos, das naus no Tejo prontas a partir para o muno.
Vê comentários bons sobre isto no 11º A.
Na resolução do questionário surgiram-me dúvidas nas questões 6 e 7, mas já vi que respondeu aqui em cima e no post relativo às dúvidas do 11ºA e fiquei esclarecida, obrigada.
Matilde Richardo
Ainda Mariana M.
Não há só realidade observada e descrita poeticamente.
Também há invenção e «delírio» imaginativo nos seus poemas.
Assim, Cesário fal-nos dos lojistas ou calafates, mas também de um
«Arlequim» - uma figura do Circo/do Teatro. Neste caso imagina-o em cima de umas «andas». Trôpego - pouco firme, aos tropeções.
Cesário retira-lhe a graça, a beleza - é um ARLEQUIM, mas vai inseguro, aos tombos...
Sim passei as informações do PPT.
Acho que já percebi, obrigada pelos esclarecimentos professora.
Mariana Mendes
Luana
QUESTÃO 3
Na resposta ao Raul já está parcialmente.
Para as varinas e para o resto pena no seguinte.
Cesário é um grande observador e a sua poesia tem forte marca realista. MAS:
- ele é um poeta, um transfigurador, um esteta, alguém que observa e regista o real de forma filtrada pela sua sensibilidade estética. Repara:
As donas de casa são apresentadas como anjos - «querubins do lar» (v. 31) e não andam/estão nas varandas - «flutuam»
As varinas - pobres, rudes, com uma vida tão dura - são descritas por comparações, por metáforas que dão a sua dimensão quase «bela», grandiosa, traduzem força, energia, garra, até uma certa alegria - vão na galhofa - São como uma pintura: « num cardume negro» (vestiam-se normalmente de preto, por luto).
Percebes., é o REAL mas TRANSFIGURADO pela lente, pela câmara do olhar do artista.
Olha os verso mais violentamente belos do poema, para mim:
v.v. 39-40.
Martim F
Desculpa. Saltei mesmo.
Sim, é verdade. O importante é veres exemplos.
Os adjetivos novos de que se falava no vídeo não significa que sejam palavras difíceis, adjetivos esquisitos. Quer dizer que ou não são usuais em poesia, como o «podre» ou nunca tinham sido usados junto daqueles nomes. Criam junções novas, que nos despertam a atenção.
Obrigado pelo esclarecimento
Luana
Gonçalo
Questão importante. Foi muito debatida no 11º A. Vai ver.
"interpretar a questão 7, não percebi bem a segunda parte da pergunta, sobre o significado da evocação e relacionar a perceção de Lisboa do seu tempo."
Quando é que este poema é escrito e onde é publicado? Lembras?
1880, exato, num nº da revista dedicado às comemorações do tricentenário da morte de Camões.
Então, o que é novo, é a forma como Cesário escreve em homenagem este longo poema, onde os ecos desse tempo antigo já só são trazidos pela mem´ria e pela vista do Tejo, que é o mesmo, mas é outro, tem uma vida diferente.
É um poema nada épico, é o contrário disso - Cesário não destaca a grandeza, as «soberbas» naus, mas uma Lisboa mercantil, cheia de contraste, de miséria, de DOR.
Dá uma espreitadela na parte IV.
Matilde
Mas se persistirem dúvidas, diz. Eu venho aqui ver e depois respondo.
Até 6ª feira. Com a ficha feita.
Encontro no TEAMS!
Ok professora, obrigado pela ajuda vou verificar o 11ºA assim também
Gonçalo Frutuoso
Ainda
Rira e Benjamim
Viram a resposta referente à evocação do passado, de Camões?
Sim, é pelo tricentenário do poeta que este poema é publicado, num nº de homenagem.
Pois, agora no Tejo não estão «soberbas naus» mas «botes - as crónicas navais, as memórias desse tempo já só pela memória ou pela literatura (no livro que Camões salvou a nado).
Digamos que Cesário nos deixa uma Lisboa sem a energia, o vigor, a descoberta, a abertura, a grandeza - mas uma Lisboa que definha (ou, onde o poeta definha, pelo menos).
Mas o final do poema - parte IV - é mais enérgico e revoltado. Vão ver.
Ok professora, obrigada!
Até 6ª feira.
Matilde Richardo
Obrigado Porfessora !
Martim Miranda
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