Amo-te, Portugal
-Miguel
Esteves Cardoso viveu até aos 18 anos em Portugal e sempre quis sair de lá “Deve ter sido
durante os meus primeiros 18 anos de vida, quando estava em Portugal e só
queria sair de ti.”
-Aos 19 anos quando foi para a Inglaterra
descobriu o amor incubado que tinha por Portugal. Apaixonou-se de um dia
para o outro.
-Portugal é
lindo e doce, porém não retribui o amor que lhe é dado.
-Encontram-se
sempre razões para amar Portugal e quando de repente já são seis ou sete,
deixamos de amaldiçoar esse amor, começamos a sentir-nos, muito estúpida e
secretamente, vaidosos por te amarmos. Como se fôssemos nós que tivéssemos sido
escolhidos.
-Não é só
Miguel que sente isso, mas provavelmente todos nós
-Portugal
cansado, aborrecido de ser amado pergunta “Diz-me lá, então, porque é que me
amas…”
-Miguel Esteves
começa a confessar perdidamente o amor que tem por Portugal, ama-o apenas por
não ser outro país e também por estar cheio de portugueses a falar português.
-Mesmo se não
achasse razões para amá-lo, apenas achasse defeitos, preferia não amar
Portugal, a que não existisse. E se Portugal deixa-se de existir ele ficaria de
luto e preferia ir embora de Portugal do que deixar isso acontecer, e essa é a
maior prova de amor que alguém pode mostrar, estar disposto a dar a sua vida em
troca de outra “vida”
-Mesmo que
Portugal não entenda e se aborreça de todas as razões que Miguel consiga achar,
ele vai continuar a repetir outra e outra vez, pois de vez em quando precisa de
se lembrar que ama Portugal.
-Ele não
precisa de razões para amar Portugal, mas tem uma que o embaraça confessá-la,
para ele, Portugal é o melhor país do mundo, e a sua íntima vaidade, uma
vaidade sem fim, mas muito bem disfarçada é o que faz Portugal ser tão
especial, vaidade tanta que até se permite um grande desleixo e que sem grandes
esforços ou mudanças continua encantador.
-Portugal no
fundo só quer que gostem dele e tem a sua maneira de garantir que isso
aconteça, nem que seja a tratar os outros com desdém, o que importa é que
continuem a dar lhe atenção.
Ser Português é difícil
Quando olhamos para o país e para fora dele
sentimos vergonha e medo de sermos portugueses, de certa forma fingimos não o
ser para não parecermos cúmplices de toda a miséria que cá existe.
Os Portugueses querem poder dizer que o seu
país é o melhor do mundo, porém isso não é patriotismo, patriotismo é aquele
que acredita inocentemente que Portugal podia ter sido o melhor do mundo.
Ser português não é mau, mas também não é o
melhor que se pode ser, não é ter azar de nascer português, mas também não é
ter sorte de o ser.
O resto do mundo não entende os portugueses,
não entende que nós somos especiais, diferentes, educados, espertos. Eles
pensam que o mundo seria o mesmo sem os portugueses. Podemos dizer que a nossa
existência para eles é uma mera surpresa, e não é uma surpresa boa, é mais uma
surpresa do tipo “tanto faz”.
Os políticos dizem que é preciso mudar
Portugal, e todos sabemos que é para melhor. No fim apenas temos que
“continuar” Portugal. Acreditar que a vida seria pior sem ele e acreditar na
diferença que faz a nossa maneira de ser.
Daniel, 11º C
Ser Português é difícil
Thiago S. 11º C
- Agora, uma versão em texto, também só de apanhado das ideias das crónicas.
Foi nos 18 anos que esteve em Portugal
que Miguel Esteves Cardoso se apaixonara por este, entretanto a primeira vez eu
sentiu a sua falta foi aos 19 anos depois de ter saído de Portugal e ter ido
para a Inglaterra - “Tinha 19 anos e estava na Inglaterra. De repente,
deixei de me sentir um homem do mundo e percebi, com tristeza, que era apenas
mais um dos teus desesperados pretendentes.”. Na crónica Amo-te,
Portugal, Miguel Esteves Cardoso escreve uma “carta de amor” a Portugal. Nela, tenta dar diversas razões pelas quais ama
Portugal como “Amo-te por seres Portugal e estares cheio de portugueses a
falar português”, mas por fim declara qual é o real
motivo de amá-lo “seres o melhor país do mundo” e sente vergonha de “pôr as
coisas de uma maneira tão simples” e não ser tão romântico como parecia.
Para Miguel,
Portugal só quer que todos o amem apesar de não o demonstrar e fingir que é indiferente ao que as pessoas
sentem por ele. Portugal preferia não ter as qualidades que tem para quem o
amasse, tivesse um amor que não dependesse das suas qualidades, no entanto
tem-nas e Miguel vai continuar a dizê-las para além das razões que o ama para
lembrar-se que ama Portugal.
Ser Português é difícil
Nesta crónica, Ser Português é Difícil, Miguel Esteves Cardoso veio referir a dificuldade de ser português que pode ser resumida à triste realidade de que quando nos é perguntado qual é o melhor país do mundo pensamos “Podia ter sido Portugal” e é isto que para Miguel salva os portugueses da “vergonha, culpa, nojo, medo de serem portugueses”. Em contradição com a sua crónica Amo-te, Portugal Miguel atribui àqueles que dizem que amam Portugal por este ser o melhor país do mundo um patriotismo “simplesmente parvo ou parvamente simples” e que o verdadeiros patriotas são aqueles que pensam que Portugal poderia ser ou já foi o melhor pais do mundo e que principalmente têm pena que não o seja.
Miguel Esteves refere também a indiferença de povos de outros países perante Portugal, é triste pensar muitas pessoas no mundo não tenha a menor ideia que Portugal exista, e que quando se deparam com a existência do mesmo ficam surpresas mas de uma forma negligente “não se julgue automaticamente que se trata de uma grande surpresa ou, sequer, de uma surpresa «boa». É mais uma surpresa do género “Ah, sim?”. Como quem aprende que o «baseball» teve origem nos «rounders ingleses». Ah, sim? Que giro! Agora sai da frente do televisor que eu quero ver se este Babe Ruth era tão bom como diziam.”
Mesmo com tudo isto os portugueses têm de “«continuar» Portugal” que exige muito dos cidadãos ” Continuar Portugal é acreditar que a vida seria pior sem ele” Miguel ainda compara os portugueses a um coração que “foi feito para continuar a bater” e continua, pois não há nada a fazer a não ser continuar a ser português.
Thiago S. 11º C
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