Inicia-se a publicação de contributos dos alunos sobre as Crónicas de Miguel Esteves Cardoso
Logo quando comecei a ler o excerto
"Amo-te Portugal", de Miguel Esteves Cardoso, percebi que, não como nos habituámos ultimamente a ler em Eça de Queirós, é-nos dada
uma "boa" imagem de Portugal, um pouco como faz Eça no final de
"A Ilustre Casa de Ramires", mostrando os aspetos positivos e
negativos do país por meio de uma descrição de Gonçalo Mendes Ramires, com
alguma esperança na evolução do país.
No entanto, neste excerto Miguel E.
Cardoso dirige-se a Portugal com uma "carta de amor" na qual professa
o seu amor incondicional, "Amo-te, aconteça o que acontecer. Amo-te por
causa de ti. Não é apesar de ti. É por causa de ti. Não há outra razão. Nem
podia haver uma razão mais simples.", como se estivesse a enviar uma carta
ao amor da sua vida, e, de certa forma, é isso que dá a entender,
"Apaixonei-me de um dia para o outro, sem qualquer espécie de aviso, e
desde esse dia, que remédio, lá fui acumulando, lentamente, as razões por que
te amo, retirando-as uma a uma dentre todas as outras razões, para não te amar,
ou não querer saber de ti." passa então por fazer uma caraterização íntima
do que tornam Portugal o objeto do seu amor, mas não se consegue justificar
completamente com nenhuma, nem ele próprio sabe bem de onde vem
este amor às cegas, "Amo-te sem razão. Amo-te às cegas, antes sequer de
olhar para ti. Podes ser o pior país do mundo, ou o melhor, ou o mais
monotonamente assim-assim. Não me interessa. Amo-te. Amo-te à mesma. Amo-te
antes de falarmos nisso.". Fica neste impasse durante algum tempo,
caraterizando diversos aspetos de Portugal, o seu clima, a sua vaidade, a
língua, etc. Até que depois de se perder no meio de tanta descrição, sem saber
mais o que dizer, acaba por confessar: "(...)não preciso de razões para te
amar. Mas tenho muitas.(...)embaraça-me confessá-la:(...) acho que és o melhor
país do mundo. Pronto. Está dito.".
Ama Portugal, não por ser o país
mais moderno do mundo, nem por outras coisas especiais que há aí pelo globo
fora, ama Portugal pelo seu encanto, pelo que o torno português, por ser o
"melhor país do mundo", mas sobretudo porque é seu.
J. Matias , 11º A
17 de março
3 comentários:
Pois é, João. Tal como acontece cm Eça, os nossos autores podem ser muito críticos, sarcásticos, por vezes, em relação a Portugal/aos Portugueses; mas isso não advém - como muitos diziam de Eça - de ser «estrangeirado» ou, no caso de Miguel E.C., de ser meio-estrangeiro, mas justamente de amarem o país e as suas gentes, o que não lhes tolda o entendimento.
Como acontece com aqueles que amamos - com esses, somos sempre mais rigorosos (com uma ou outra complacência!).
Ideias chaves das crónicas “Amo-te, Portugal” e “Ser Português é Difícil”:
Na crónica “Amo-te, Portugal” de Miguel Esteves Cardoso, este declara o amor que tem por Portugal e justificar a razão de o amar, começa por dizer que quando estava em Portugal sentia a necessidade de ir embora e que quando foi embora tinha saudades deste com isto percebe que está apaixonado por Portugal e declara se com uma carta, tenta arranjar justificações como,”Amo-te por seres Portugal e estares cheio de portugueses a falar português”.
Na crónica “Ser Português é Difícil” de Miguel Esteves Cardoso, este afirma que Portugal poderia ser o melhor país do mundo e a falta de patriotismo, tenta explicar o que é ser português, refere que os portugueses têm medo de ser portugueses porque têm vergonha de estarem ligados à pobreza, miséria”mas também não querem mudar apesar de terem vergonha”É isto que vai salvando os Portugueses: têm vergonha, culpa, nojo, medo de serem portugueses mas «também não vão ao ponto de quererem ser outra coisa»”.
Bruna Cuco, 11ºA.
Obrigada, Bruna.
Amanhã corrijo.
Agora, vsis ler os excertos do Eça, sim?
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