quarta-feira, 18 de março de 2020

Trabalho sobre "Ser Português é difícil"


Parte  2
           


No segundo excerto, "Ser Português é difícil" a ideia de um "bom" Portugal continua; no entanto, em vez de se focar em Portugal como no excerto anterior, Miguel E. Cardoso dá ao leitor uma explicação do que é ser português. Para o autor ser português custa aos portugueses, não por serem portugueses, mas porque não pertencem ao melhor país do mundo e esse país, para eles não é Portugal, "(...) só nos custa sermos portugueses por não sermos os melhores do mundo.". Entra também um pouco em contradição com o que escreve no excerto na crónica anterior (em que louvava incansavelmente Portugal acabando por dizer que é o melhor país do mundo) quando diz: "E, se formos pensar, verificamos que o verdadeiro patriotismo não é aquele de quem diz “Portugal é o melhor país do mundo” (esse é simplesmente parvo ou parvamente simples)". 
Fala também da indiferença dos outros povos perante a nossa existência (dos quais me lembro logo dos americanos, apesar de ultimamente termos ganho algum holofote), "Para a grande maioria da população da Terra, a própria «existência» de Portugal é uma surpresa. (...) Para o resto do mundo, os feitos dos Portugueses não pertencem à história fundamental do Universo. Pertencem, quando muito, à secção dos passatempos, do “Não me digas!” e do “Acredite se quiser” ".
 Mas Apesar de tudo isto, para o autor e para os portugueses, no meio de tanta desgraça e indiferença,nos seus corações, é preciso perpetuar Portugal, esta desgraça de país, mas que é só nosso. Perpetuar Portugal não é complicado, "É simplesmente continuar a perguntar, a barafustar, a amaldiçoar o dia em que se nasceu desta cor, nesta pele, com este coração mole e fácil de apertar e espremer." e que ser português é também continuar Portugal "e dizer “Pronto, que se lixe, o que é que eu hei de fazer?”. E acreditar na diferença que faz a nossa maneira de ser, e de sermos portugueses, como um cardiologista acredita que o coração foi feito para continuar a bater."
No meio de tudo isto, o que mais intriga, e a mensagem que o autor nos transmite com o remate final do excerto é que mesmo assim Portugal "(...), continua!".

J. Matias. 11º A
17 de março de 2020
 

2 comentários:

Noémia Santos disse...

Ó joão, este texto está mesmo a jeito para suscitar uma réplica tua!
Daquelas boas, ácidas, contundentes...

Isto, afinal, é ou não uma «desgraça de país», quase tão antigo como a Torre dos Ramires, que continua apesar de tudo?

Noémia Santos disse...

João, desculpa ter-te apequenado o j.