1 de Junho de 1565,
Angola
Minha Querida Catarina,
Os dias têm sido cada vez mais
difíceis, temo-nos deparado com diversas dificuldades e infelizmente o medo
está sempre presente.
Estávamos a sair do Brasil, a
caminho de Angola, quando avistámos um navio Espanhol e este inesperadamente
atacou-nos, foi horrível, houve momentos em que cheguei a pensar que a minha
vida iria acabar naquele instante, mas fui umas das pessoas com sorte,
pode-se dizer.
Em consequência do ataque a
maior parte dos alimentos estragaram-se, tal como o mastro principal que
segurava a vela grande e a gávea grande. Sinto-me desalentado, não só por tudo
o que anda a acontecer, mas também pelo facto de aproximadamente 100 dos meus mais
de 300 homens terem morrido devido ao ataque que sofremos.
O tempo aqui voa mas mesmo
assim nunca mais chega o momento que mais anseio, o momento de te ver minha Catarina,
morro de saudades tuas, só precisava da tua força agora mais do que nunca e de
ouvir a doçura da tua voz a dizer que vai correr tudo bem, apenas basta acreditar
e fazer por isso.
Espero que esteja tudo bem por
aí e só te peço que nunca te esqueças do amor enorme que sinto por ti.
Com amor,
Jorge de Albuquerque Coelho
Jorge de Albuquerque Coelho
1 comentário:
Autoras - Beatriz Alvelos e Micaela Batista
Enviar um comentário