segunda-feira, 6 de junho de 2016

histórias trágico-marítimas V

1 de abril
Tão grande pátria e tão insignificante ao mesmo tempo, que se dissolve no horizonte, como o sal se dissolve no mar.
Partimos agora em busca de novas terras, novos cheiros e novas cargas para entregar ao rei. Aqui a motivação e o medo da tripulação personificam-se na nau. Pois apesar das dolorosas partidas a ansiedade pelo desconhecido domina.

25 de abril
Partimos agora da cidade de Funchal, com mantimentos suficientes para chegarmos até Cabo Verde. E apesar de serem poucos os dias de viagem as incertezas tomam forma, só os jogos, danças e cânticos nos distraem e nos permitem continuar navegando.

3 de junho
Trabalhávamos arduamente em diversas tarefas, quando de súbito  altos brados se ouvem aclamando terra, o momento de ânsia crescia, enquanto a tripulação - desesperada por enviar correspondência - ofegava em altos berros; as velas começaram a descer e ancora preparada para fixar no mar.
Num momento aquele que avista terra, tenta corrigir o seu erro. "Corsário, corsários, corsários". Um bloqueio surge com o nevoeiro dando lugar logo depois ao pânico. Alguns homens escondem-se, outros preparam os canhões, e empunhando espadas juram defender a nau a todo o custo.

Ataque de piratas a barco espanhol em meados do séc. XVII (col. priv.)

3 junho (segundo capitão que acompanhava a viagem numa outra nau)
Atrás íamos da grande e brava tripulação da nau «Monteiro», cheia de ledas e aventurosas almas que ao primeiro assalto confundiram o nevoeiro com os infames corsários espanhóis.
Da nossa modesta nau que escapou, vimos os nossos camaradas aflitos com a morte à popa.
A primeira feroz bola de chumbo perfurou a proa atingindo madeira que se desfez parecendo ter-se evaporado, os mantimentos que escasseavam agora flutuavam nas águas azuis.
Fogo!Fogo!Dizem desesperados os marinheiros lusos.
Todos os canhões disparam balas de chumbo, que atravessam o nevoeiro na esperança de atingir o inimigo.
Mas foi em vão, os corsários souberam assim a sua posição , e a retaliação, foi pior, inúmeras balas atravessavam a nau portuguesa não parando em súplicas ou rezas, o mastro principal cai, tal como a esperança dos bravos Lusitanos. A água invade o convés alguns na esperança de atenuar o sofrimento, cortam as próprias gargantas, o sangue tinge a água diminuindo a sua transparência.



David Carvalho 10ºA
Henrique Santos 10ºA
Carolina Oliveira 10ºA

3 comentários:

Anónimo disse...

Cidade de papel

Em Pápyrus,não se encontra uma única coisa que não seja feita de papel, desde as pessoas, às casas e aos animais. Até a própria natureza é assim.
Nesta cidade, existem todos os tipos de papel: as pessoas são feitas de papel de arroz, frágeis e delicadas; os animais de cartolinas pela sua diversidade e textura; as casas e edifícios de cartão grafix, devido à sua resistência e durabilidade; a natureza de papel machê,por causa da sua maleabilidade; e há muitos outros tipos de papel espalhados por Pápyrus como papel acetinado, papel de parede, papel de desenho, papel manteiga, papelão,...
É uma cidade que se encontra dentro de uma cúpula transparente que a protege dos fenómenos metereologicos como a chuva e o vento pois, se não tivesse protegida, não existiria devido à fragilidade do papel.
Quem o silêncio procura é em Pápyrus que o encontra uma vez que os únicos ruídos que se ouvem são os de pessoas a andar, nem carros e nem fábricas fazem barulho, uns deslizam e outros apenas se ouve um sopro ao soltar uma nuvem de algodão.
As pessoas estão satisfeiras com o sítio onde vivem e levam uma vida alegre e serena, apesar da sua fragilidade.
Pápyrus funciona como todos as outras cidades, a única diferença é ser completamente de papel.

Bruno Fonseca
Luana Vicente
10o B

Anónimo disse...

Saímos do carro em frente ao portão. Este sítio verdadeiramente parecia uma fortaleza: um muro altíssimo, holofotes alinhados no topo do mesmo e torres em cada canto do perímetro. Até o portão tinha ar de que não cederia a qualquer forma de arrombamento.
Os holofotes brilharam em nós e, após um breve silêncio, um curto acorde de guitarra soou e os portões abriram-se para mostrar o tesouro entre as altas paredes de cimento: Rock Bottom.
Vemos os habitantes desta fortaleza, todos eles vestidos em infindáveis combinações de rede, ganga, e cabedal, e,no meio desta azáfama, um enorme monumento estava erguido: uma estátua do Eddie Van Halen segurando a sua guitarra acima da cabeça. Rodeando este colosso, encontram-se estátuas de outros guitarristas de renome: Kurt Cobain, Brian May,Slash, entre outros.
A área residencial era, simplesmente, uma repetição do mesmo edifício de apartamentos vezes e vezes sem conta. É no distrito comercial que ocorrem as peculiaridades: aqui, as ruas são delineadas por uma sucessão de lojas: loja de instrumentos, Hard Rock Cafe, loja de roupa ,repete ,loja de instrumentos, Hard Rock Cafe, loja de roupas, repete , e assim era pelas ruas adentro, sem qualquer interrupção no padrão. Agora que penso nisso, como é que esta cidade se alimentava? Não me lembro de ver sequer um supermercado ou mercearia durante a visita.
Passado o distrito comercial, demo-nos com o núcleo da cidade, a Praça de Concertos, onde as bandas da cidade mostravam os seus dotes em frente à população. Por pura sorte, lá chegámos a meio de um concerto dos System of a Down, ficando lá até ao fim.
Após esta demonstração de talento, demos comnosco a voltar para os limites da cidade e para o nosso carro. Ao conduzir de volta a casa, ouvimos os enormes portões a fechar, tão rápido quanto abriram.

Daniel Correia, n°9
Ruben Pedro, n°17
Tomás Pinheiro, n°20
10°B

Noémia Santos disse...

-Tou com fome!-disse Diogo enquanto olhava para o horizonte azul.
-Estamos quase a chegar -disse eu- Madagáscar é já ali.
Aproximamo-nos da proa do barco enquanto admirava-mos a brisa fresca depois de uma longa viagem.
-De avião e depois de barco. Isto sim foi um grande percurso - enúciou Miguel.
Apontei o dedo para a ilha verde que, de longe, parecia ser tão pequena e insignificante.
-Tás a fazer o quê? -perguntou Miguel com uma cara surpreendida.
Não respondi e limitei-me a baixar a mão para não ter de responder à pergunta.
Finalmente chegamos ao porto. Pertencia a uma grande cidade rústica com pequenas ruelas que davam a becos sem saída. O cheiro da maresia fazia-se sentir por todo o lado.
-Bem vindos a Morondava - disse um habitante local.
Já se fazia tarde logo dirigimo-nos ao hotel ao qual tinhamos uma reserva. Aquela noite não foi como as típicas noites portuguesas pois o calor abrasador fazia-se sentir até mesmo de noite.
Na manhã seguinte partimos rumo a Antananarivo (capital de Madagáscar) num táxi. Quando saímos do veículo o cheiro do mar já não se sentia, mas sim o cheiro exótico das plantas locais. Foi uma viagem exaustiva e cara, limitamo-nos a dirigir para o segundo hotel pois já não aguentava-mos com o calor diurno.
Acordamos para mais uma manhã nesta ilha. O tempo era pouco por isso decidimos percorrer a cidade para conhecer mais a cultura local. Fomos ao mercado Analakely, almoça-mos um ramasaza (carne de porco com ervilhas), um prato cheio de arroz e verduras locais como anomamy e um prato de pescada com arroz, andámos por várias ruas e ruelas sem fim, aprecia-mos a natureza local como os lémures que inesperadamente roubaram os óculos do Diogo ou as árvores baobás que parece que crescem de baixo para cima.
Infelizmente o tempo escasseava e o dinheiro encortava logo tivemos que deixar a ilha no dia seguinte. Aquela experiência foi algo único. Volta-mos para Portugal de Avião com souvenirs, conhecimentos e memórias especialmente o Diogo que nunca mais se irá esquecer do lémure.

Diogo Vale
Miguel Lopes
Samuel Ventura
10°B