terça-feira, 7 de junho de 2016

histórias trágico-marítimas VIII


Amada família,

Nesta viagem infernal onde água e comida escasseiam, tenho comigo bravos homens que têm vindo a suportar todo este sofrimento que só Deus reconhece.
Ontem, dia 13 de Setembro, fomos obrigados a desembarcar numa ilha desconhecida na esperança de obter água e alimento. Quando pisámos a areia molhada, já o céu escurecera e o frio cortante penetrava nos nossos corpos como um punhal. Afundámo-nos na densa vegetação que cobria toda a ilha. Ao fundo uma pequena aldeia se mostrava por entre os ramos construída com o que a ilha lhes oferecia. Dei graças a Deus!, finalmente foi- nos reestabelecida esperança. 
Corremos em busca de mantimentos e de imediato satisfizemos a sede. Enquanto pilhávamos o que podíamos ouvimos um alto brado num dialeto desconhecido aos nossos ouvidos. 
De repente,sobre nós, abateu-se uma chuva de lanças afiadas e de seguida surgiram dos arbustos homens e mulheres pintados na cara e no corpo cobertos de estranhos adornos. Toda a nossa esperança fora em vão. 
Reuni os meus homens ainda vivos e fugimos em direção à nau, pisando a areia agora encharcada pelo sangue derramado por aqueles que por cruéis lâminas foram atravessados.
Continuo a viagem, até ao destino, lembrando aqueles que perderam a vida naquela tenebrosa ilha.
Chegarei em breve e em breve estarei ao pé de quem realmente gosto.
 
Saudades,
Menezes Barbosa


Autores:
Afonso Morgado 10ºA
André César 10ºA
João Lopes 10ºA

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