quinta-feira, 2 de junho de 2016

histórias trágico-marítimas I

 
3 de setembro de 1695
Hoje de manhã avistei uma nau portuguesa no horizonte azul. Relatei este achado ao comandante e sugeri que abordassemos o navio. Notei que ao início ele ficou um pouco apreensivo, mas depois de um breve debate entre a tripulação, rapidamente viramos o leme a estibordo e dirigimo-nos à nau lusitana.
 
Mal nos aproximámos, ouvimos os portugueses a gritarem pelo nosso nome, em pânico. Preparavam a sua artilharia para impossibilitar-nos de aproximar mais, de modo a ancorarmos o seu navio. Se isto continuar nesta boa maré chegarei a casa mais rico que um sultão do sul!

4 de setembro de 1695
Estes portugueses são rijos como rochas, parece que têm com eles a força divina. Chegou o fim do dia e a perseguição ainda perdura. Temo que teremos de lutar o resto desta noite enquanto fazemos pequenos turnos para dormir ao som dos canhões. Esta vida de corsário não é fácil…

5 de setembro de 1695
As horas de sono não foram muitas, porém adormeci um pouco enquanto pensava em ti. No convés o cheiro da pólvora ainda se sentia e o ruído dos canhões levaram a tripulação à insanidade. O comandante encontra-se mais bravo que nunca e decide dar com tudo o que temos. Rodámos o leme umas quantas vezes e no fim da tarde os portugueses renderam-se.
Abordámos a sua proa e conseguimos saltar para o navio. Para grande surpresa nossa, os portugueses não só tinham a bordo pelo menos duas armas de artilharia (que aparentavam ser o berço e o falcão) como tiveram a audácia de os usarem contra nós, tendo sido apenas oito dos marinheiros da tripulação que estavam dispostos a lutar! A sua ousadia, não só a do capitão como a da tripulação que estava à sua mercê, agradaram ao nosso comandante que, com um sorriso na cara, admirou-os e riu-se numa gargalhada aliviante. Isto não era normal, eu nunca tinha visto o comandante assim, mas o mais importante é que conseguimos os tesouros Indianos. Posso voltar para casa com algo mais do que apenas histórias!
Espero que esta página do meu diário chegue até vós, minha amada, através desta carta que irá percorrer o mundo. Não vos esqueceis de mim, que eu não me esqueço de vós…

Diogo Vale
Miguel Lopes
Samuel Ventura
10ºB
 
Imagem:
Navio pirata perseguindo sua presa – Fonte – http://www.aliexpress.com

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