Ao longo da leitura, destaquei algumas
passagens que achei relevantes para a caracterização de Carlos, sendo elas:
“ – Nem uma branca, nem uma ruga , nem uma
sombra de fadiga !... Tudo isto é Paris, menino! Lisboa arrasa. (…)”; esta
passagem mostra o quanto Carlos continuava igual mesmo passando 10 anos , na
opinião de Ega e o a possibilidade que Carlos tinha de viver em Paris , dando a
entender que é assim um homem com grandes posses;
“Neste
quarto, durante noites, sofri a certeza de que tudo no mundo acabara para mim …
pensei em me matar (…) Por fim dez anos passaram, e eu aqui outra vez…”; podemos
concluir assim que Carlos também é um homem reflexivo, sentimental e nostálgico;
“Falhamos a vida ,menino” mostra que
Carlos da Maia fracassou na vida enquanto Homem; “ainda o apanhamos” é um dos
momentos mais importantes deste excerto pois caracteriza a mudança de Carlos
passado 10 anos, pois antes não lhe passara pela cabeça fazer qualquer esforço
para apanhar “o Americano” e esperava pelo próximo que por ali deveria passar ,
agora até correra para apanhar a boleia .
Portugal, mais
especificamente as pessoas de Lisboa e a própria cidade, é caracterizado ao
longo desta obra de uma forma fria e dura como podemos ver nos seguintes
excertos:
·
“(..) Não é a cidade, é a gente. Uma gente
feíssima ,encardida, molenga, amarelada acabrunhada …!”;
·
“E Carlos reconhecera , encostados ás
portas , sujeitos que lá deixara havia dez anos , já assim encostados , já
assim melancólicos”;
·
“ De modo que isto está cada vez pior…” ;
·
“ (…) Já não há nada genuíno neste
miserável país , nem mesmo o pão que comemos” ;
·
“A política ! Isso tornara-se moralmente e
fisicamente nojento, desde que o negócio atacara o constitucionalismo como uma
filoxera.”.
Através de todas estas passagens podemos
partir da ideia que as personagens caracterizavam Portugal como um país
miserável onde todas as pessoas criticam e não se esforçam por melhorá-lo ,
passando a sua vida inteiramente sentadas nas esplanadas e também é constituído caracterizado
por a sua política ser inútil .
2.Registar uma breve síntese
interpretativa
Carlos da Maia era um homem que vivia em Paris,
passado dez anos regressa a Lisboa, mas não antes sem ir passar o natal perto
de Sevilha, na casa de um amigo.
Carlos está a almoçar com Ega enquanto
este lhe vai contando todas as novidades .
De seguida , após almoçarem vão dar um
passeio até à Avenida ,onde vão descendo até ao
Chiado, e ambos amigos chegam à conclusão de que em dez anos nada mudara, desde a política, às pessoas que ali vivem. Durante o passeio, aos
poucos Carlos da Maia toma consciência do Portugal atual que vira naquele momento, ainda mais
decadente do que há dez anos atrás.
Aos olhos de Carlos, Portugal continua o
mesmo pais só que num estado de decadência , ociosidade e envelhecimento .
Depois de visitar o Ramalhete Carlos e Ega
concluem que falharam na vida, apesar de Carlos afirmar que toda a gente falha
na realidade a vida que planeara na sua imaginação.
Podemos assim apenas verificar mudanças
nestas duas personagens quando Ega diz que se estivesse uma fortuna ao fundo da
rua ele não correria para ela, por pura ironia, Carlos diz estar atrasado para
o encontro marcado com o Vilaça e com os rapazes no Braganza.
Estes dois amigos acabam o capítulo, ironicamente,
a correr para conseguirem a boleia do “Americano” (um meio de transporte da
época) e Carlos não se atrasar.
3.Comparar com Gonçalo.
Gonçalo e Carlos apesar de serem personagens
de obras diferentes, ambas vêm Portugal com os mesmos olhos, fazendo assim as mesmas criticas à sociedade portuguesa , à política
, ao país e a Lisboa.
Tanto Gonçalo Mendes Ramires como
Carlos da Maia são homens que criticam
severamente Portugal, mas não fazem nada para contribuir para a sua melhoria,
pois apresentam também semelhanças na forma de viver. Gonçalo apresenta-se no capítulo II da Ilustre Casa de Ramires a acordar às cinco horas da tarde, dando a entender que não
necessita de trabalhar, sendo ele fidalgo . Contudo Carlos também se apresenta no início do excerto como um homem com boas posses, vivendo
em Paris e não necessitando de se cansar, pois Ega diz não ver nenhuma ruga nem
marca de fadiga. Gonçalo, apesar de tudo, foge da ociosidade lisboeta e tenta a
sorte em África, a fazer fortuna por si.
Trabalho realizado por : C. Tordo
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