quarta-feira, 8 de abril de 2020

Os Maias - Carlos e Gonçalo Mendes Ramires (trabalhos)



Ideias-chave:
Carlos regressa, após quase 10 anos fora, para Lisboa – “depois dum exílio de quasi dez anos, resolvera vir ao velho Portugal”.
Carlos pensa que os políticos são interesseiros - “Os políticos hoje eram bonecos de engonços, que faziam gestos e tomavam atitudes porque dois ou três financeiros por traz lhes puxavam pelos cordéis...”.
Carlos caracteriza os lisboetas como “Uma gente feiíssima, encardida, molenga, reles, amarelada, acabrunhada!...”.
Portugal era agora um produto da modernização do estrangeiro, mas só copiava, não criava nada próprio – “Portugal decidira arranjar-se à moderna: mas sem originalidade, sem força, sem carácter para criar um feitio seu, um feitio próprio, manda vir modelos do estrangeiro”.
Carlos passara por um passado psicologicamente triste e violento – “durante noites, sofri a certeza de que tudo no mundo acabara para mim... Pensei em me matar. Pensei em ir para a Trapa” (1).
Ega e Carlos consideram-se “Românticos: isto é, indivíduos inferiores que se governam na vida pelo sentimento e não pela razão...”.

Breve síntese interpretativa:
Carlos e Ega conversam sobre o que mudou e se manteve em Portugal durante os 10 anos em que Carlos se encontrava no estrangeiro. Ega repara que os traços físicos de Carlos se mantiveram intactos.
Enquanto pensa em entrar na diplomacia, Carlos reflete sobre como a política está meramente ocupada por interesseiros e hipócritas, em como nunca se veria a ocupar uma dessas posições.
Os dois amigos passeiam por Lisboa e revelam que na sua opinião Lisboa é agora resultado dos avanços estrangeiros e das importações que realiza; criticam porque Lisboa só imita, manda vir modelos, não tem caracter próprio
Quando se regressam ao Ramalhete os dois falam sobre o passado de Carlos e da sua família. Perdem a noção das horas enquanto conversam.
Concluem por fim que a vida e os seus acontecimentos demoram o seu tempo e que não vale a pena tentar apressá-los, mas sim deixar que aconteçam naturalmente e esperar pelo melhor. 

Comparação de Carlos com Gonçalo
Ambos as personagens possuem posses financeiras;
Ambos têm um longo histórico familiar;
Realizam uma viagem da qual regressam talvez com os pensamentos “arrumados” e com um maior bem-estar interior;[...]
Partilham amizades que mantiveram até ao final;[...]
Ambos tiveram um passado problemático do qual mais tarde conseguiram recuperar - um indo para África e abandonando o sonho da política; o outro, indo para França e esquecendo Maria Eduarda e a sórdida história vivida.
Partilham um pouco de hipocrisia por criticarem quase tudo o que conseguem, mas não fazerem nada para o mudar – Gonçalo, a maior parte do tempo; Carlos, até ao final da história."

Autoria: Raquel D,  11ºB

NOTA
(1) Carlos refere-se a que chegou a pensar ir para frade, afastando-se do mundo. A Ordem Trapista era uma ordem religiosa católica cujo nome advinha do Mosteiro de Nôtre-Dame de la Trappe. Os monges trapistas procuravam afastar-se do mundo e viver fora das cidades, dedicados à atividade agrícola. 


Eça de Queirós, "Os Maias" - Carlos e Gonçalo
1.       Ideias-chave:
Carlos e Ega descrevem a sua opinião sobre o seu país enquanto passeiam por Lisboa.
     “Porque essa simples forma de botas explicava todo o Portugal contemporâneo. Via-se por ali como a coisa era. Tendo abandonado o seu feitio antigo, à D. João VI, que tão bem lhe ficava, este desgraçado Portugal decidira arranjar-se à moderna: mas sem originalidade, sem força, sem carácter para criar um feitio seu, um feitio próprio, manda vir modelos do estrangeiro - modelos de ideias, de calças, de costumes, de leis, de arte, de cozinha...”
     “Já não há nada genuíno neste miserável país, nem mesmo o pão que comemos!”

Caracterização do sofrimento de Carlos
     “- E aqui tens tu a vida, meu Ega! Neste quarto, durante noites, sofri a certeza de que tudo no mundo acabara para mim.... Pensei em me matar. Pensei em ir para a Trapa. E tudo isto friamente, com uma conclusão lógica. Por fim dez anos passaram, e aqui estou outra vez...”

2.       Breve síntese interpretativa:
Carlos regressa do seu exílio de 10 anos e decide encontrar-se com o seu amigo Ega. Enquanto estão os dois juntos por Lisboa relembram memórias, através da sua visita a diversos locais, como o palacete dos Maias, onde Carlos tinha morado com o avô.  Enquanto passeiam por Lisboa vão dizendo o que está mal em Portugal, como por exemplo a falta de originalidade, de força e de carácter dos Portugueses.

3.       Comparação com Gonçalo.
·         Tal como Gonçalo, Carlos faz críticas ao país.
·         Apesar da boa vida, ambos passam por alguns momentos de tristeza e indecisão.
·         Ambos têm amigos a quem recorrer. 
L. Tomás, 11ºB

Imagem
Cartaz do filme de João Botelho OS MAIAS - adaptação da obra homónima de Eça de Queirós.

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