Trabalho de Português
"Este excerto de “Os Maias” começa por nos apresentar primeiramente
Carlos, um homem muito bem conservado, se comparado com seu amigo, Ega. Uma
mostra desta “conservção” esta presente no seguinte trecho: “- Nem uma
branca, nem uma ruga, nem uma sombra de fadiga!... Tudo isso é Paris,
menino!... Lisboa arrasa. Olha para mim, olha para isto!”, retirado da linha 13-14.
No decorrer de mais algumas linhas, Carlos
mostra a sua indignação por aquela política moderna, que acaba por ser
utilizada como meio para beneficiar a si próprio, ao invés de apresentar um
beneficio que seja abrangente a todos que seguem as leis... Por conta disso gostaria
de deixar explícito estas ideias por meio de um trecho que vem de fronte a
esses pensamentos: “E como Carlos lembrava a Política, ocupação dos
inúteis,[...]. A política!
Isso tornara-se moralmente e fisicamente nojento, desde que o negócio atacara o
constitucionalismo como uma filoxera!”.
A partir
dessas ideias principais apresentadas no excerto, pode-se identificar que após
o exílio de quase dez anos de Carlos em Paris, ele decidi por voltar a visitar
o velho Portugal,entretanto, Carlos percebe que este país não havia mudado
tanto o quanto ele acreditava. Para ele, o país ainda continuava muito pacato e
frondoso, o que em minha opinião pessoal demonstra a grande honra e estrondosa
tradição portuguesa, a qual nunca vai deixar de existir, ou seja, ser português
e saber se comportar de acordo com a situção, sabendo levantar a cabeça no
momento certo ou baixa-la em sinal de respeito.
Como síntese, deixo um trecho, no qual se encontra algumas das impressões de Carlos durante o passeio com Ega: “Num claro espaço rasgado, onde Carlos deixara o Passeio Publico pacato e frondoso - um obelisco, com borrões de bronze no pedestal, erguia um traço cor de açúcar na vibração fina da luz de inverno: e os largos globos dos candeeiros que o cercavam, batidos do sol, brilhavam, transparentes e rutilantes, como grandes bolas de sabão suspensas no ar.”.
Como síntese, deixo um trecho, no qual se encontra algumas das impressões de Carlos durante o passeio com Ega: “Num claro espaço rasgado, onde Carlos deixara o Passeio Publico pacato e frondoso - um obelisco, com borrões de bronze no pedestal, erguia um traço cor de açúcar na vibração fina da luz de inverno: e os largos globos dos candeeiros que o cercavam, batidos do sol, brilhavam, transparentes e rutilantes, como grandes bolas de sabão suspensas no ar.”.
Após o passeio, os bons amigos (Carlos e Ega) voltam para a casa de
Carlos e assim continuam o seu debate sobre as novas gerações de Portugal,
debate o qual leva a uma reflexão indesejada, mas inevitável, que Portugal
estava estagnado em relação a todos os países europeus.
Esta reflexão de Carlos se relaciona com reflexão de Gonçalo, ambos se mostrando
descontentes e conceituosos em relação a essa nova geração de portugueses, a
qual por eles é considerada sem criatividade. Entretanto, Gonçalo tinha o sonho
de ir a política, enquanto Carlos sentia repugnância pela política. Mas há alguma ironia na forma como estes dois
personagens agem de maneira a que acabam por contradizer as suas ações. Um
exemplo desta ironia acontece no decorrer do excerto, é
quando: Carlos e Ega ao conversarem, dizem que não correriam por nada, mas no
entanto momentos depois, acabam por correr para apanhar o «Americano» (1)
Também, para poder consolidar a contradição irónica associada a Gonçalo, é importante relembrar que no livro “ A Ilustre Casa de
Ramires”, o qual conta a história de Gonçalo, deixa-se claro que ele quer ser um
político influente, caso contrário, iria estar desonrando a sua linhagem de
grandes Ramires. Mas no momento em que consegue seu cargo político, ele decide
sair de Portugal e vai para a África atrás de ação e aventuras, porque não se satisfaz com a inação e boa vida dos
políticos de Lisboa. Talvez tivesse pensado como Carlos da Maia: “Carlos lembrava a Política, ocupação dos inúteis,[...]. A política! Isso tornara-se moralmente e fisicamente nojento”.
Autoria - aluno: O. Martins Domingues / Ano:
11°-B
(1)
O Americano - o carro americano, ou simplesmente americano foi o
nome dado em Portugal em meados do século XIX a um meio de transporte coletivo
de passageiros, precursor dos elétricos que ainda hoje existem. Também se movia
sobre carris, mas por tração animal.
2 comentários:
O autor deste texto é brasileiro, recém-chegado, pelo que a sua escrita apresenta, naturalmente, marcas do Português não-europeu,sobretudo na colocação dos pronomes.
Parabéns pela forma como se empenhou no trabalho e pelas suas propostas interpretativas.
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